São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Árbitros se isolam e buscam união para aguentar pressão

DO ENVIADO A PRETÓRIA

Cercados por até 32 câmeras em campo, os árbitros da Copa-2010 encaram seus erros repetidos inúmeras vezes em TVs por todo o mundo enquanto vivem isolados em concentração em Pretória. Resta o apoio mútuo para enfrentar a pressão da mídia.
O clima fica pesado no local dos juízes cada vez que um deles falha. E a Fifa vai eliminando um a um do quadro para a competição, proibindo-os de falar dos lances ou sobre suas atuações.
Responsável por validar o gol que classificou os franceses à Copa, após mão de Henry, o sueco Martin Hanssen foi conversar com o uruguaio Jorge Larrionda depois que este não viu o gol de Lampard, da Inglaterra.
"Para mim, [o erro dele] foi terrível. Apoiamos um ao outro dentro do grupo", contou o sueco. "É uma grande decepção na carreira não poder apitar na Copa."
Após o escândalo das eliminatórias, com protestos dos irlandeses por serem desclassificados, a Fifa escalou Hanssen para ser quarto árbitro neste Mundial.
Outro atacado foi Koman Coulibaly, do Mali, que anulou um gol dos EUA na primeira fase, sem haver explicação para o lance.
Ainda é proibido pela Fifa de contar por que invalidou o tento. Só fez um relatório para o Comitê de Arbitragem, que é o única que sabe.
"Não recebi reação. Só quem tem meu contato [celular] é minha família", contou ele, sorrindo. Mas admitiu que não espera mais trabalhar neste Mundial.
Apesar de nunca ter cometido erro crasso em jogos internacionais, o assistente brasileiro Altemir Hausemann lembrou que "é horrível" ver várias vezes as falhas na TV ou na internet.
Larrionda e Roberto Rosetti -que validou gol impedido da Argentina diante do México, pelas oitavas de final- não apareceram para dar entrevistas. "Foi pela recuperação depois do jogo e por uma decisão pessoal deles", explicou o chefe dos árbitros, José Maria Aranda.
Preocupado com a segurança de seus juízes, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, informou que tem cuidado da "proteção dos homens que controlam o jogo". Essa é a justificativa para a proibição de certos temas em entrevistas, o isolamento na concentração e o veto a replays nos telões dos estádios. (RM)


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