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Árbitros se isolam e buscam união para aguentar pressão
DO ENVIADO A PRETÓRIA
Cercados por até 32 câmeras em campo, os árbitros da
Copa-2010 encaram seus erros repetidos inúmeras vezes
em TVs por todo o mundo enquanto vivem isolados em
concentração em Pretória.
Resta o apoio mútuo para enfrentar a pressão da mídia.
O clima fica pesado no local dos juízes cada vez que
um deles falha. E a Fifa vai
eliminando um a um do quadro para a competição, proibindo-os de falar dos lances
ou sobre suas atuações.
Responsável por validar o
gol que classificou os franceses à Copa, após mão de
Henry, o sueco Martin Hanssen foi conversar com o uruguaio Jorge Larrionda depois
que este não viu o gol de
Lampard, da Inglaterra.
"Para mim, [o erro dele] foi
terrível. Apoiamos um ao outro dentro do grupo", contou
o sueco. "É uma grande decepção na carreira não poder
apitar na Copa."
Após o escândalo das eliminatórias, com protestos
dos irlandeses por serem desclassificados, a Fifa escalou
Hanssen para ser quarto árbitro neste Mundial.
Outro atacado foi Koman
Coulibaly, do Mali, que anulou um gol dos EUA na primeira fase, sem haver explicação para o lance.
Ainda é proibido pela Fifa
de contar por que invalidou o
tento. Só fez um relatório para o Comitê de Arbitragem,
que é o única que sabe.
"Não recebi reação. Só
quem tem meu contato [celular] é minha família", contou
ele, sorrindo. Mas admitiu
que não espera mais trabalhar neste Mundial.
Apesar de nunca ter cometido erro crasso em jogos internacionais, o assistente
brasileiro Altemir Hausemann lembrou que "é horrível" ver várias vezes as falhas
na TV ou na internet.
Larrionda e Roberto Rosetti -que validou gol impedido
da Argentina diante do México, pelas oitavas de final-
não apareceram para dar entrevistas. "Foi pela recuperação depois do jogo e por uma
decisão pessoal deles", explicou o chefe dos árbitros,
José Maria Aranda.
Preocupado com a segurança de seus juízes, o presidente da Fifa, Joseph Blatter,
informou que tem cuidado
da "proteção dos homens
que controlam o jogo". Essa é
a justificativa para a proibição de certos temas em entrevistas, o isolamento na concentração e o veto a replays
nos telões dos estádios.
(RM)
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