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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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Membro da Wada isenta atleta de culpa

DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO

Para Eduardo de Rose, membro da Comissão Médica da Wada, Maurren Maggi não teve a intenção de melhorar sua performance ao usar o esteróide clostebol, detectado em seu controle antidoping. Por acreditar nisso, ele enviou relatório para a Associação Internacional das Federações de Atletismo favorável à saltadora.
"Não se trata de uma defesa, porque não sou advogado. É só um relato de como as coisas aconteceram. Na minha opinião, a Maurren não teve culpa. Foi uma contaminação, mas quem vai julgar o caso é a Iaaf", afirma o especialista, que também é presidente do Comitê Médico da Odepa.
Apesar de a Iaaf ter descartado uma resposta hoje, De Rose acredita que um parecer da entidade deve ser emitido em breve.
"Por enquanto, ela não está suspensa. Se não houver novidade, não vejo motivo para que Maurren não venha ao Pan."
Porém para Marco Aurélio Dornelles, especialista em toxicologia, que já trabalhou com De Rose em alguns casos, a chance de absolvição da brasileira é pequena. "A substância é um esteróide anabólico, e a Iaaf combate o doping com muito rigor. A liberação abriria um precedente", analisa.
O caso de Maurren contrasta com outros flagrantes recentes no país. Em março, o boxeador peso-pesado Pedro Otas foi punido por apresentar alteração hormonal e presença de nandrolona, outro esteróide anabólico, em seu teste.
Em maio, a nadadora Laura Azevedo testou positivo para três esteróides. Ela recorreu, pediu exame de DNA da amostra, mas acabou perdendo a vaga no Pan.
"Nesses casos não houve polêmica. Os testes falavam por si", argumentou de De Rose.
No Pan de Winnipeg-1999, a arremessadora de peso Elisângela Adriano também foi flagrada. Ela havia vencido sua prova e, mesmo após a confirmação do positivo, manteve a medalha.
"O que vale é a confirmação. Em Winnipeg, ela só veio depois do Pan, portanto não tinha sentido a atleta perder a medalha", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro.
"Agora a notícia veio antes, e vamos esperar para ver o que decidem, se ela pode ou não competir", completa. (EO, GR E JCA)


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