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Ganhos de Tevez cobrem folha de rival
MARCO BAHE
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, NO RECIFE
Um time sem grandes estrelas, com folha de pagamento de R$ 500 mil, inferior aos ganhos mensais de
Tevez, pode dar bela dor de
cabeça para o Corinthians.
Tudo na base da vontade e de
uma violenta reformulação.
O pontapé inicial para a arrancada do Santa Cruz para
fora da zona de rebaixamento foi a contratação do técnico Maurício Simões e de quase uma dezena de atletas.
Dez foram dispensados.
Com nove reforços, surgiu
uma equipe sem estrelas,
com nomes desconhecidos
que já conquistaram o respeito da torcida. Os destaques são dois zagueiros:
Váldson e Valença, cujos salários giram em R$ 20 mil.
Os últimos 11 anos do time
foram passados na segunda
divisão. Apenas dois pilares
seguraram o clube. Justamente seus dois maiores patrimônios: a imensa torcida e
seu único bem material -o
estádio José do Rego Maciel,
o Mundão do Arruda, para
60 mil torcedores.
Arruda é o bairro que tem
servido de lar aos tricolores
pernambucanos desde 1943.
É lá que, na alegria e na tristeza, vê-se uma massa esperançosa renovada a cada jogo. O pesadelo provocado pela prolongada posição de lanterna da Série A, ocupada durante as 13 primeiras rodadas, teve fim com a vitória sobre o Flamengo por 3 a 0.
Deixando a lanterna na
mão do Corinthians, o Santa
Cruz se prepara agora para se
livrar também da zona de rebaixamento. O time, porém,
depende de uma vitória e de
uma combinação de resultados de outras quatro partidas
da rodada.
As bandeiras em automóveis, os adesivos e as camisas
espalhados nas ruas de Recife demonstram que a torcida
confia no time sem astros.
A equipe não tem centro
de treinamento próprio. O
jeito foi alugar o CT do Unibol, antigo clube/empresa
que cedeu a estrutura para o
time trabalhar pelos próximos dois anos.
Foi nesse lugar que aconteceu a reformulação em um
time que ainda não tinha
conquistado nenhuma vitória antes da Copa do Mundo
e que acumulava um saldo
negativo de 14 gols.
"É assim mesmo, o Santa
Cruz sempre consegue superar os obstáculos", disse o estudante universitário Danilo
Rocha, que enfrentou uma fila de mais de uma hora para
comprar seu ingresso para a
partida de hoje.
Ele é só um exemplo da
torcida que segurou uma
média de 12.566 torcedores
por partida contra 10.494 do
Corinthians.
Segundo Marcos Henrique de Melo, diretor de futebol do clube, até sexta-feira
já haviam sido vendidos mais
de 25 mil ingressos para o
confronto de hoje.
"A expectativa é a de que o
número de torcedores supere os 35 mil do jogo contra o
Flamengo", afirma o cartola.
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