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DELEGAÇÃO
Odepa dá aval à debandada de cubanos
Co-Rio diz que foi surpreendido pela saída de parte da delegação caribenha
Presidente da Odepa, Mario Vázquez Raña, afirma ter dado autorização a atletas de vôlei para que faltassem à entrega de medalha
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL RIO
A debandada de quase metade da delegação cubana no Pan
pegou de surpresa o comitê organizador do Pan-2007, mas
teve autorização da Odepa.
Após rumores de deserção em
massa de atletas, dirigentes da
ilha caribenha anteciparam a
volta de cerca de 250 deles para
a madrugada de domingo.
Dirigentes de Cuba afirmam
que a viagem já estava programada para ontem. A Odepa informou ter conhecimento da
programação de vôos fretados
de Cuba, que estavam dentro
do previsto. Mas a saída dos
atletas de vôlei, por exemplo, só
foi comunicada à entidade no
sábado. "Autorizei a dispensa
dos atletas de vôlei de receberem a medalha. E a saída dos
atletas", disse o presidente da
Odepa, Mario Vázquez Raña.
O dirigente disse não ver problemas na saída antecipada dos
cubanos, tanto que não haverá
punições à delegação. Ele se recusou a responder se houve novas deserções na equipe cubana
-eram quatro até anteontem.
O vôlei de Cuba já tinha visto
seus principais atletas fugirem
no início da década.
Se Vázquez Raña foi avisado,
o presidente do Co-Rio e do
COB, Carlos Arthur Nuzman,
afirmou ter sido surpreendido.
"Não havia comunicação ao
Co-Rio sobre a saída", contou o
cartola. "Na reunião do Comitê
Executivo da Odepa, o Raña falou que conversou e aceitou as
explicações de Cuba para a antecipação do retorno."
Sua versão é contraditória
com a da delegação cubana, cujos dirigentes afirmam não ter
mudado a programação inicial.
"Não tem nada demais [o
vôo]. O problema é que sempre
somos assuntos. Quando os dominicanos vão embora, nada
acontece", afirmou o diretor
técnico da delegação cubana,
René Pérez Hernández.
Segundo ele, os atletas do vôlei já sabiam que não receberiam a medalha, pois teriam de
viajar para a Europa ainda nesta semana. Mas esportistas que
embarcaram para Cuba afirmaram que sua volta ao país só estava marcada para ontem.
"Acho que os atletas do vôlei
deveriam estar presentes à premiação. Poderiam ter pedido
antecipação das medalhas [de
bronze] sem qualquer problema. A melhor resposta foi a reação do público [as vaias]", irritou-se Nuzman.
Sua contrariedade difere da
postura da Odepa, que protegeu e atendeu a pedidos dos cubanos. Até ajudou o contato da
delegação do país com autoridades brasileiras após os boxeadores Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux fugirem.
"É um problema político, que
não tem a ver com o esporte. É
próprio apenas do país", afirmou o costarriquenho Jorge
Nery Carvajal, membro do Comitê Executivo da Odepa.
O Comitê Olímpico Cubano
manifestara sua impotência em
conter atletas. Na chegada à
Cuba ontem, os 242 membros
da delegação que voltaram antes foram exaltados pela imprensa e pelo público.
Fidel Castro e seu irmão
Raul, presidente em exercício
do país, cumprimentaram os
atletas pela segunda colocação
no quadro de medalhas no Pan.
"Cuba, cujos êxitos no esporte
amador ninguém pode negar,
sofre como as mordidas das piranhas", disse Fidel sobre as
deserções, na imprensa oficial.
Cerca de 150 cubanos já tinham voltado ao país na terça.
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