São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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Volta da França tem vitória mais apertada

Espanhol ganha edição marcada por doping com 23 segundos de vantagem

Diretor da competição diz que até sobre campeão há suspeita de uso de drogas e afirma que em 2008 terá apoio de agência antidoping

DA REPORTAGEM LOCAL

O espanhol Alberto Contador fez história ontem na principal competição do ciclismo mundial, mas seu triunfo na Volta da França não conseguirá afastar a mancha do doping que voltou a assombrar o Tour.
Depois de dois afastamentos e uma suspeita sobre o ex-líder Michael Rasmussen (DIN), paira sobre o próprio campeão, em sua segunda participação na prova, também a suspeita do uso de substâncias proibidas.
O nome dele fora ligado a Eufemiano Fuentes, médico espanhol pivô da "Operação Porto", que fornecia drogas a atletas de ponta. Apesar das suspeitas, Contador jamais foi flagrado em exame antidoping.
Ele e os outros participantes assinaram documento, antes do início da Volta, no qual diziam não ter qualquer relação com o uso de drogas. Além disso, comprometeram-se a ceder um ano de salários para um fundo de combate ao doping caso fossem flagrados. Para tentar evitar surpresas, o evento recusou a inscrição dos que já tinham exames positivos no currículo. Não adiantou.
Um dos favoritos, Alexandre Vinokourov, flagrado no exame por suspeita de transfusão sangüínea, e o italiano Cristian Moreni, por uso de esteróides anabolizantes, foram pegos.
O último caso, de Rasmussen, afastado por sua equipe ao não informar seus locais de treinos para realizar os testes antes do começo da Volta, deu de bandeja a liderança a Contador a quatro etapas do fim.
Aos 24 anos, o ciclista, da equipe Discovery Channel, é o mais jovem campeão da Volta desde o triunfo do alemão Jan Ullrich, em 1997, e o primeiro espanhol a levantar o troféu desde o pentacampeão Miguel Indurain, em 1995.
Sua vantagem sobre o segundo colocado, Cadel Evans (AUS), de apenas 23 segundos, é a menor nos 104 anos de história do Tour. Nesta edição, a 94ª, Contador venceu uma etapa (14ª) das 20 disputadas. Ontem, na última, que terminou em Paris, ele foi somente o 23º colocado -o vencedor foi Danielle Benatti (ITA).
O diretor da Volta da França, Christian Prudhomme, questionado sobre a confiança que merecia o vencedor da prova, afirmou que "hoje não se pode dizer", mas ressaltou: "O clima é tal que hoje há suspeitas sobre todos os corredores".
Ele disse que "há de fazer todo o possível para excluir as suspeitas de doping" e reconheceu que isso pesa sobre todos os ciclistas da Volta.
Prudhomme fez críticas aos dirigentes da Federação Internacional de Ciclismo, a quem atribui os escândalos de doping, e declarou que na edição de 2008 trabalhará com a Agência Mundial Antidopagem e a agência francesa de luta contra o doping para tentar evitar o uso de substâncias proibidas.


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