São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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Entrevista

Quase 100%, ginasta diz ir à "sua" Olimpíada

DO ENVIADO A TÓQUIO

Às vésperas de sua primeira Olimpíada, Diego Hypólito, 22, avalia que está perto de 100% de sua forma, diz que pretende realizar em Pequim o Hypólito e competir também no salto. O bicampeão mundial do solo minimiza os reveses que teve no ano. E já antecipa: "Se for campeão, será pelos treinos que fiz. Se não for, não será por falta de treino". (LF)

 

FOLHA - Ansioso antes da estréia em Olimpíadas?
DIEGO HYPÓLITO
- Não. Estou tranqüilo. Venho treinando bem, e isso me deixa bastante tranqüilo e confiante.

FOLHA - Já está 100%?
DIEGO HYPÓLITO
- Estou perto dos 100%. A série está saindo bem, e isso me deixa feliz.

FOLHA - Fará o Hypólito?
DIEGO HYPÓLITO
- O Hypólito está saindo nos treinos. A preocupação em relação a ele é como estarei no momento, se sentirei algum nervosismo na hora. Vou preparar a série com o Hypólito, mas pode ser que não faça no primeiro dia. É um movimento que exige muito do lado emocional. Não errei nenhuma vez nos treinos no Japão e nunca errei em competições. Vamos tomar a decisão no treino de pódio, na China.

FOLHA - Estuda guardá-lo, para surpreender na final?
DIEGO HYPÓLITO
- Penso em fazer no primeiro dia. Sou campeão mundial e esperam de mim uma série mais difícil. Como não estou errando, não considero um elemento de risco. Mas é o treino que vai dizer.

FOLHA - Se não o fizer, o prejuízo é grande?
DIEGO HYPÓLITO
- A nota de partida é alta com ou sem ele.

FOLHA - Algum rival pode ter nota mais alta de partida?
DIEGO HYPÓLITO
- Acredito que só o [romeno Marian] Dragulescu possa sair com mais que isso. Os outros não.

FOLHA - Competirá no salto?
DIEGO HYPÓLITO
- Quero fazer também o salto. Mas o segundo tem que sair bem e ainda não está 100%. Não está tão bem trabalhado no momento como a série do solo e o primeiro salto.

FOLHA - Se decidir competir também no salto, acha possível disputar medalha?
DIEGO HYPÓLITO
- Não. No salto, o objetivo é entrar na Olimpíada. Por mais que não haja problema em competir só no solo, é importante entrar antes para sentir como reagirei à adrenalina.

FOLHA - Se não há um compromisso com o resultado, por que a dúvida em competir ou não?
DIEGO HYPÓLITO
- A questão é o risco de me machucar. Há muita coisa em jogo no solo, que é depois. Não posso me arriscar a sofrer uma lesão.

FOLHA - Sua trajetória neste ano lembra a de 2005?
DIEGO HYPÓLITO
- Não digo que lembre. Aquela situação foi como um professor para mim, porque mostrou que nada é impossível. Eu não tinha títulos de maior expressão na época, treinei entre 15 e 20 dias e acabei campeão mundial. No ano passado tive dificuldades, no ano retrasado também. Serve de aprendizado. E os problemas que tive neste ano [operação, dengue, assalto] encarei como problemas de qualquer um. Vi que havia tempo para me preparar e mantive a calma. Se for campeão, será pelos treinos que fiz. Se não for, não será por falta de treino.

FOLHA - Quer ver outras competições da Olimpíada?
DIEGO HYPÓLITO
- Muitos me perguntam sobre o clima da Vila [Olímpica], o ambiente, outros atletas... Eu vou para a minha Olimpíada. Tenho que ir para a Vila como se estivesse indo para minha casa. Para o ginásio, como se fosse a minha competição. Tenho amigos competindo também lá. A Fabi [jogadora da seleção de vôlei] é minha amigona. Mas é o momento de me preservar, então não vou desfocar. Depois que encerrar minha participação, aí posso pensar nisso.


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