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Chefe dos EUA elogia atletas brasileiros
DA ENVIADA A ROMA
No fim dos anos 70, Mark
Schubert recebeu uma carta
de um adolescente brasileiro
que pedia para treinar ao lado do consagrado técnico
norte-americano. Respondeu que não poderia aceitá-
-lo no grupo. Nadadores de
fora dos EUA só entravam no
time após os 15 anos.
O paulista Ricardo Prado,
o remetente, teve que esperar dois anos e se apresentou
de novo. Foi aceito.
Começava, então, uma
parceria que levaria o brasileiro ao topo do pódio no
Mundial de Guayaquil, em
1982, e ao melhor tempo do
mundo nos 400 m medley.
Schubert é, atualmente, o
chefe da equipe norte-americana de natação. E pode assistir em Roma a outro brasileiro repetir o feito de seu
pupilo, 27 anos depois.
"A natação brasileira tem
evoluído muito, mostrado
grandes talentos. Não será
surpresa se isso acontecer
[um campeão mundial e recordista]", afirmou, em Roma, Schubert à Folha.
"César [Cielo] é fabuloso.
Thiago [Pereira] também é
ótimo, o vi na Olimpíada e no
Pan. Os respeitamos muito",
completou o técnico.
Os EUA têm sido um dos
países mais atuantes na tentativa de banir os trajes tecnológicos. Schubert acredita
que, a partir de 2010, nadadores técnicos como Ricardo
Prado terão muito mais
chance de sobressair.
"O nível de competição na
piscina será mais justo. Definitivamente, vamos premiar
muito mais a técnica", disse.
Prado, que foi vice-campeão olímpico em Los Angeles-84, brilhou com apenas
1,68 m -baixo para os padrões da natação mundial.
O nadador nascido em Andradina compensava a pouca
altura com uma técnica apurada nos quatro estilos da
prova na qual era especialista. "Ele trabalhava duro. Era
um garoto pequeno, mas tinha um coração maior do
que qualquer um. Treinou
muito, decidiu que seria o recordista e conseguiu. Tenho
muito respeito por ele", declarou Schubert .
(ML)
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