São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bernardinho usa folga para acabar sua "biografia"

Técnico hexacampeão da Liga Mundial quer lançar até o fim do ano livro sobre seus 13 anos nas seleções de vôlei

Esta semana é o prazo do técnico para acabar trabalho e iniciar preparação do time para o Mundial do Japão, que começa em novembro


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Depois da conquista do hexa da Liga Mundial, o técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho, aproveitará a folga para trabalhar em um outro projeto profissional.
Ao desembarcar ontem no Rio, disse que usará a semana para colocar um ponto final no livro que escreve sobre a sua experiência como treinador de seleções há 13 anos.
""Quero me dedicar a isso agora. O trabalho está bastante adiantado, e vou aproveitar esse tempo para concluir o livro", disse Bernardinho na chegada ao Rio, ontem. Ele quer lançar a obra até o final do ano.
O técnico é o recordista de títulos do vôlei brasileiro. Só na seleção masculina, conquistou 14 dos 17 campeonatos que disputou desde que assumiu o cargo, em 2001. Em seis participações na Liga, Bernardinho venceu cinco vezes. A equipe também conquistou sob o seu comandou o último Campeonato Mundial -título inédito- e a Olimpíada de Atenas em 2004.
Antes de chegar ao time masculino, ele trabalhou na seleção feminina. Assumiu o cargo em 1994, quando a equipe conquistou o vice do Mundial.
Com o técnico, as mulheres entraram para a elite do vôlei e conseguiram duas medalhas olímpicas de bronze -em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
""O livro é uma releitura destes anos na seleção. O trabalho já me ajudou muito na disputa da Liga", disse o treinador, que é fã de ""livros de motivação".
Bernardinho não quis dar detalhes sobre a obra e se recusou a adiantar o título. ""Já está escolhido, mas vamos deixar para mais à frente", disse ele, que conta com a ajuda do jornalista João Máximo no trabalho.
Nos últimos anos, treinadores de futebol tentaram a sorte no mundo da literatura, mas não tiveram sucesso. Pouco antes da Copa da Alemanha, Carlos Alberto Parreira, então na seleção, lançou um livro. Editado pela Best Seller, a obra ganhou o título de ""Formando equipes vencedoras - lições de liderança e motivação; do esporte aos negócios".
Bernardinho afirmou que a derrota da seleção de futebol na Copa do Mundo ajudou o seu trabalho na Liga Mundial.
""A derrota deles serviu para jamais colocarmos o erro em apenas uma pessoa, além da importância de trabalhar sempre com o grupo", disse o técnico, que é amigo de Parreira.
Apesar da série de conquistas, Bernardinho evitou ontem o discurso de ""oba oba". Ele não escondeu o desconforto com as entrevistas que foi obrigado a dar no saguão do aeroporto pela manhã. Recusou-se até a beijar o troféu. ""Isso é muito óbvio", disse, ao ouvir os pedidos dos fotógrafos.
Bernardinho tem como próximo objetivo a conquista do bicampeonato do Mundial, que será disputado de 17 de novembro a 3 de dezembro, no Japão.
O técnico disse que a equipe tem que melhorar em ""todos os fundamentos" para vencer.
""O nosso saque e o passe terão que crescer bastante. O nosso jogo deu para vencer a Liga, mas muita coisa tem que ser acrescida até o Mundial", disse ele, que não pretende relaxar ""por muito tempo".
""Temos que monitorar os atletas que jogam na Europa", declarou o treinador.


Texto Anterior: Basquete: EUA buscam superar fiasco do Mundial-02
Próximo Texto: Outra seara: Treinador diz que ainda não
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.