FELIPÃO VOLTOU do intervalo em Minas reclamando das dez faltas em Valdivia -eram oito pela estatística oficial. Nos anos 90, pouco após a aposentadoria de Telê, era Luxemburgo, aclamado como o melhor técnico do Brasil, quem reclamava das faltas do Grêmio de Felipão. As armas de cada um eram outras, e os times estavam na parte de cima na tabela. A vida mudou.
Mas, como no início da década de 90, o Atlético de Luxemburgo contrata quem o técnico indica, e Felipão sofre com um elenco limitado. "Aumentamos 100% nossa receita e isso vai para o futebol", diz o presidente Alexandre Kalil. Está na zona de rebaixamento.
Em Ipatinga, Luxemburgo tentou montar um time ofensivo, como há tempos não fazia, mas foi Felipão quem mexeu num time insosso e transformou-o num vencedor, no meio do segundo tempo. Trocou o lateral defensivo Fabrício por Tinga. Mudou o sistema 4-4-2 (não era 3-5-2, apesar de Fabrício quase não avançar) por 4-2-3-1. Liberou Marcos Assunção como armador pela direita e iniciou a reação. Vieram a virada e a primeira vitória fora de casa.
Luxemburgo reclama de sua passagem pelo Palmeiras ter atrapalhado sua sequência em alto nível. Mas o jogo de ontem mostrou que entre Luxemburgo e Felipão só um está perto de ser o personagem que um dia foi. Felipão luta contra a crise, mas reclama das derrotas e muda o andamento do jogo com uma substituição.
Não vai salvar o Palmeiras se o Palmeiras não se salvar. Mas deu sua segunda demonstração em dez dias de que continua sendo um técnico com fome.
A Luxemburgo, com estrutura e contratações, falta a velha inspiração.
Felipão, a dois pontos da Libertadores, vai fazer o time sonhar. É possível que não faça mais do que isso.

Parabéns a você
O aniversário é do Corinthians. A Ronaldo, não cabem parabéns. Seu mais novo retorno não faz bem nem ao Corinthians, nem a si próprio. Seria bom vê-lo em mais uma reação. Parece impossível.

A próxima vaga
Um time sem futebol para a Libertadores pode ir ao torneio, já que Santos e Inter podem ficar entre os quatro primeiros. Chance de Palmeiras, Botafogo, Vasco e São Paulo.


Texto Anterior: No retorno ao time, atacante participa pouco
Próximo Texto: "CBF não viu projeto", diz Andres
Índice