São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Corinthians empata jogo que marcou estréia de Ricardinho contra seu ex-clube quando torcida rival já gritava olé

Gil marca 2 e estraga a festa do São Paulo

DIOGO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

O franzino Gil precisou chutar apenas duas vezes ao gol para acabar com a "estréia dos sonhos" de seu amigo Ricardinho contra o Corinthians, clube no qual o meia viveu suas maiores glórias.
Quando a torcida são-paulina já comemorava a vitória, aos gritos de olé, o atacante de 1,75m marcou seu segundo gol e empatou a partida mais esperada do Brasileiro em 2 a 2, diante de quase 50 mil pessoas no Morumbi.
Ricardinho, assim como seus companheiros, parecia não acreditar no que via. Os jogadores do Corinthians corriam para comemorar, enquanto os donos da casa se entreolhavam, alguns com as mãos na cabeça.
Antes do "balde de água fria", Ricardinho havia jogado por terra, com apenas um gesto, todo o discurso de que o jogo de ontem seria como outro qualquer.
Na comemoração do que foi o gol da virada são-paulina, feito por Reinaldo, o sempre frio Ricardinho gritou e pulou como havia muito não se via. Sua fisionomia misturava alegria e raiva. Abraçado a três companheiros, pulando sobre o símbolo do clube que defende, o pentacampeão acenava para sua torcida, olhos vidrados, marcando, com o gesto, o que poderia ser o primeiro grande triunfo são-paulino na era Ricardinho.
"Marcado" com vaias durante todo o jogo pelos corintianos, a principal contratação do São Paulo no ano foi recebida pela torcida rival com uma chuva de notas falsas de um dólar, com o rosto de Ricardinho estampado.
O meia tentou demostrar indiferença. Antes do início da partida, abraçou quase todos os seus ex-colegas corintianos. Apesar de não ter feito nenhum gol ontem, teve uma boa atuação. A exemplo do que havia feito na última sexta-feira, durante treino no CT da Barra Funda, comandou o São Paulo em campo. Foi o primeiro a entrar no gramado, puxando a fila dos atletas, e o primeiro a chutar a gol, logo no minuto inicial.
No primeiro tempo, armou seu time, desarmou na defesa, chutou de fora da área com perigo, mas não conseguiu vencer Doni.
Expert em Corinthians, clube que defendeu por quatro anos, Ricardinho não conseguiu evitar que o rival abrisse o placar em uma jogada característica do time de Carlos Alberto Parreira. Em rápido contra-ataque, Deivid cruzou para a área, e Gil, quase caindo, conseguiu enganar Rogério, o mesmo que havia calado os corintianos ao defender um pênalti de Guilherme no primeiro tempo.
Ricardinho voltou a sonhar com uma vitória aos 26min do segundo tempo, quando Reinaldo empatou. Oito minutos depois, o atacante fez seu segundo gol e levou seu companheiro à euforia.
Kaká fez embaixadas quando a bola estava fora de campo, pouco tempo depois. Nas arquibancadas, os torcedores gritavam "ah, uh, o Ricardinho é nosso".
Mas os corintianos não desistiram. Gil, que finalizou só duas vezes na partida diz que foram os gritos dos são-paulinos e o toque de bola rival que lhe deram força para o empate.
Depois de jogada pela esquerda, o atacante viu seu colega Leandro cabecear para trás uma bola que estava quase perdida e, livre, chutou no gol de Rogério.



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