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FUTEBOL
Em crise e cheio de garotos, time revive Brasileiro-96, quando ainda não contava com investimentos de Excel e HMTF
Corinthians retorna à era pré-milionária
PAULO COBOS
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seis anos, o Corinthians não
conseguiu aprender a andar com
as suas próprias pernas.
A situação do clube hoje, em crise técnica e financeira e com um
time recheado de garotos e veteranos em má forma, é a mesma do
Brasileiro de 1996, a última competição de que participou antes de
um ciclo, encerrado no ano passado, em que brilhou com pesados
investimentos de duas parcerias.
Foram quase US$ 100 milhões,
bancados pelo banco Excel e pelo
fundo norte-americano HMTF,
para levar ao clube os melhores
treinadores, contratar, a peso de
ouro, craques consagrados e revelações de outras agremiações,
montar uma estrutura antes reservada aos grandes rivais e investir nas categorias de base.
Quando a fonte secou, o clube
ficou em situação muito parecida
de antes das parcerias.
Enquanto teve dinheiro fácil, o
clube ganhou títulos em profusão.
Entre 1997 e 2002, foram oito taças, incluindo dois Brasileiros e o
Mundial de Clubes da Fifa.
Já entre 1993 e 1996 e na atual
temporada, sempre sob a gestão
do presidente Alberto Dualib, foram apenas três conquistas, sendo duas do esvaziado Paulista.
Mas o que mais liga o Corinthians atual ao último time antes
do início da era Excel/HMTF é o
perfil do elenco.
Em 1996, o clube apostou em
uma turma de garotos das categorias de base, como Marcos Alemão, Deco e Caju.
Agora, a aposta está novamente
nas revelações -as principais são
o lateral-direito Coelho e os atacantes Abuda, Bobô e Jô.
"Hoje os clubes estão sobrecarregados financeiramente, e conosco não é diferente. Mas acho
que vale a pena apostar nesses garotos, que darão muitos frutos ao
clube", afirma Antonio Roque Citadini, vice de futebol corintiano.
O dirigente, que vem cobrando
cotas maiores para o Corinthians
da TV, diz que o atual momento
não permite "loucuras".
"Não podemos mais contratar
jogadores que ganham salários
astronômicos. Isso acabou faz
tempo", declarou o dirigente.
Tanto agora como há sete anos
foram contratados jogadores veteranos que não deram o resultado esperado. Em 1996, a lista incluía os atacantes Alex Rossi e Alcindo. Agora, aparecem com destaque os nomes dos meias André
Luiz, Robert e Jamelli.
No Brasileiro-96, o Corinthians
também trocou de treinador
-Valdyr Espinosa não resistiu
aos resultados ruins e foi substituído por Nelsinho Baptista. Agora, a diretoria procura alguém para ocupar o lugar de Geninho, que
não suportou a histórica goleada
de 6 a 1 sofrida anteontem diante
do Juventude, em Caxias do Sul.
As semelhanças entre o time de
1996 e o atual também aparecem
na classificação da equipe no Nacional. Em ambos os casos, o Corinthians ficou em posições intermediárias, mas isso não acabou
com a ira da torcida -há sete
anos, o time foi o 12º colocado do
Brasileiro. Agora, é somente o décimo na classificação.
Protestos
A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, continua a culpar os dirigentes pelo
momento da equipe.
Ontem, no desembarque da delegação que estava em Caxias do
Sul, integrantes da facção levaram
faixas de protesto contra Dualib,
Citadini e os conselheiros.
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