São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Após 2 anos, Schumacher pode reassumir a ponta

A 2 pontos do líder Alonso, alemão busca reviravolta na F-1 no GP da China

Piloto não terá o auxílio de Felipe Massa, que foi punido por trocar de motor e perdeu dez posições para a largada, na madrugada de amanhã

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI

Michael Schumacher esperou seis meses por este momento, por esta oportunidade.
Mais exatamente 182 dias, desde 2 de abril, no já longínquo GP da Austrália. A chance de alcançar a ponta do Mundial de F-1, condição que não saboreia há dois anos, jejum estranho para um piloto que já conquistou tantos títulos.
Empolgado com a possibilidade e embalado pela façanha de ter reduzido a folga de Fernando Alonso de 25 para 2 pontos, chegou a Xangai otimista.
Mas, na próxima madrugada, corre preocupado: no último instante, no momento-chave, vê o risco de ter o sonho adiado.
O primeiro motivo, o motor da Ferrari. O segundo, a perda de um trunfo, o seu escudeiro.
O GP da China, 16º e antepenúltimo do campeonato, acontece a partir das 3h de amanhã (horário de Brasília), com TV.
O tormento de Schumacher começou no segundo treino livre em Xangai. Felipe Massa, seu companheiro e incumbido da missão de roubar pontos do piloto da Renault, parou nos boxes depois de oito voltas reclamando de um barulho esquisito no carro. Após uma investigação, a Ferrari achou um problema no motor e resolveu trocá-lo. Resultado, o brasileiro seria punido e perderia dez postos no grid que seria definido na madrugada de hoje.
O heptacampeão se preocupa porque usa motor idêntico ao do parceiro. E porque, largando no meio do grid, Massa dificilmente conseguirá se colocar entre ele e o rival, ou pelo menos importunar o espanhol.
Visivelmente apreensivo, o alemão tentou despistar: "É uma pena para Felipe, mas tenho que fazer o meu trabalho".
Já Alonso comemorou: "Minha obrigação é ficar na frente do Michael e isso não muda muito. Mas será mais fácil pensar na estratégia para o GP".
Desapontado -e sem esconder o sentimento-, Massa lamentou. "É claro que estou chateado, porque naquelas oito voltas o carro estava bastante rápido. Parecia que tudo ia correr bem. Espero que não aconteça nada com o Michael, mas um a menos não ajuda."
Que o diga Alonso. No paddock, a falta de um escudeiro eficiente na Renault é apontada como um dos motivos para a recuperação de Schumacher no campeonato.
Até agora, em 15 corridas, Giancarlo Fisichella, companheiro do espanhol, só conseguiu roubar dois pontos de Schumacher, quando venceu na Malásia, seguido pelo alemão. Massa tomou o dobro do atual campeão, tudo na segunda metade do Mundial, quando começou a reação ferrarista -e após ter sido cobrado publicamente por seu companheiro.
O resultado prático é que, hoje, Fisichella é o quarto na classificação, com cinco pontos a menos que o piloto brasileiro.
Assim, salvo eventuais problemas no treino da última madrugada, a disputa pela liderança ficará no mano a mano entre os dois protagonistas.
Desde a terceira etapa do Mundial, em Melbourne, o heptacampeão não inicia uma corrida com chances matemáticas de alcançar a liderança. Na ocasião, tinha 11 pontos contra 18 de Alonso. O espanhol, porém, venceu aquela prova, engatou então uma série de bons resultados e não deu mais oportunidades para o alemão. Foi implacável. Foi insuperável. Foi líder. Até agora.


NA TV - GP da China
Globo, ao vivo, às 3h de domingo



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