|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após 2 anos, Schumacher pode reassumir a ponta
A 2 pontos do líder Alonso, alemão busca reviravolta na F-1 no GP da China
Piloto não terá o auxílio de Felipe Massa, que foi punido por trocar de motor e perdeu dez posições para a largada, na madrugada de amanhã
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
Michael Schumacher esperou seis meses por este momento, por esta oportunidade.
Mais exatamente 182 dias,
desde 2 de abril, no já longínquo GP da Austrália. A chance
de alcançar a ponta do Mundial
de F-1, condição que não saboreia há dois anos, jejum estranho para um piloto que já conquistou tantos títulos.
Empolgado com a possibilidade e embalado pela façanha
de ter reduzido a folga de Fernando Alonso de 25 para 2 pontos, chegou a Xangai otimista.
Mas, na próxima madrugada,
corre preocupado: no último
instante, no momento-chave,
vê o risco de ter o sonho adiado.
O primeiro motivo, o motor
da Ferrari. O segundo, a perda
de um trunfo, o seu escudeiro.
O GP da China, 16º e antepenúltimo do campeonato, acontece a partir das 3h de amanhã
(horário de Brasília), com TV.
O tormento de Schumacher
começou no segundo treino livre em Xangai. Felipe Massa,
seu companheiro e incumbido
da missão de roubar pontos do
piloto da Renault, parou nos
boxes depois de oito voltas reclamando de um barulho esquisito no carro. Após uma investigação, a Ferrari achou um problema no motor e resolveu trocá-lo. Resultado, o brasileiro
seria punido e perderia dez
postos no grid que seria definido na madrugada de hoje.
O heptacampeão se preocupa
porque usa motor idêntico ao
do parceiro. E porque, largando
no meio do grid, Massa dificilmente conseguirá se colocar
entre ele e o rival, ou pelo menos importunar o espanhol.
Visivelmente apreensivo, o
alemão tentou despistar: "É
uma pena para Felipe, mas tenho que fazer o meu trabalho".
Já Alonso comemorou: "Minha obrigação é ficar na frente
do Michael e isso não muda
muito. Mas será mais fácil pensar na estratégia para o GP".
Desapontado -e sem esconder o sentimento-, Massa lamentou. "É claro que estou
chateado, porque naquelas oito
voltas o carro estava bastante
rápido. Parecia que tudo ia correr bem. Espero que não aconteça nada com o Michael, mas
um a menos não ajuda."
Que o diga Alonso. No paddock, a falta de um escudeiro
eficiente na Renault é apontada
como um dos motivos para a
recuperação de Schumacher no
campeonato.
Até agora, em 15 corridas,
Giancarlo Fisichella, companheiro do espanhol, só conseguiu roubar dois pontos de
Schumacher, quando venceu
na Malásia, seguido pelo alemão. Massa tomou o dobro do
atual campeão, tudo na segunda metade do Mundial, quando
começou a reação ferrarista -e
após ter sido cobrado publicamente por seu companheiro.
O resultado prático é que, hoje, Fisichella é o quarto na classificação, com cinco pontos a
menos que o piloto brasileiro.
Assim, salvo eventuais problemas no treino da última madrugada, a disputa pela liderança ficará no mano a mano entre
os dois protagonistas.
Desde a terceira etapa do
Mundial, em Melbourne, o
heptacampeão não inicia uma
corrida com chances matemáticas de alcançar a liderança.
Na ocasião, tinha 11 pontos
contra 18 de Alonso. O espanhol, porém, venceu aquela
prova, engatou então uma série
de bons resultados e não deu
mais oportunidades para o alemão. Foi implacável. Foi insuperável. Foi líder. Até agora.
NA TV - GP da China
Globo, ao vivo, às 3h de domingo
Texto Anterior: Romário: Artilheiro jogará por equiep australiana Próximo Texto: Nanicos já se mexem para o ano que vem Índice
|