São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

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CIDA SANTOS

O caminho das pedras


Tabela do Mundial do Japão mostra que seleção brasileira feminina não pode tropeçar para avançar às semifinais


QUEM JÁ deu uma olhadinha mais atenta na tabela do Mundial, sabe que a seleção brasileira feminina não terá vida fácil no Japão. Para se ter uma idéia, Brasil, China e Rússia, as três grandes seleções do mundo do vôlei, já vão se encontrar na fase classificatória, e só duas chegarão às semifinais.
A estréia do Brasil é contra Porto Rico, às 2h desta terça-feira. Um adversário que não assusta, mas que tem bom volume de jogo e vai dar trabalho, principalmente na estréia, que é sempre nervosa. Refresco só com Camarões e Cazaquistão.
Os jogos mais complicados serão contra os EUA e a Holanda. As americanas têm como principal mérito uma disciplina tática rigorosa. As holandesas formaram um time permanente e têm mostrado evolução.
Dos seis times do grupo, quatro se classificam. Ou seja, barbada. O Brasil é favorito ao primeiro lugar. O problema é na segunda fase: cruzamento com os quatro mais bem colocados da chave de Rússia, China, Alemanha, Azerbaijão, República Dominicana e México.
Detalhe: as equipes levam os resultados da primeira fase. Das oito seleções que vão se enfrentar nesse cruzamento dos dois grupos, só duas passam às semifinais. Uma derrota nesses jogos vai custar muito caro.
Todo cuidado é pouco para não tropeçar em adversários como o Azerbaijão. Quem acompanhou o Grand Prix sabe o trabalho que essa seleção deu para China e Rússia.
Perdeu por 3 sets a 2 com show da heroína do time, Natalya Mammadova, 21 anos, 1,95 m, e média de mais de 30 pontos por jogo. Mas risco mesmo de derrota brasileira será contra chinesas e russas. A China vai disputar o Mundial com oito das 12 jogadoras que foram campeãs olímpicas em Atenas, em 2004. A novidade é a volta da central Ping Zhang, eleita a melhor atacante da última Olimpíada. Parada dura.
A Rússia está com todas suas feras: Sokolova, Gamova e Godina. O que falta é uma boa levantadora. A titular Akulova e a reserva Sheshenina são fraquinhas, mesmo para um time que joga muito com bolas altas nas pontas. Quem tirou a sorte grande foram Itália e Cuba, que não enfrentarão grandes problemas até a semifinal.
As seleções mais perigosas que terão pelo caminho são Coréia, Japão, Polônia e Turquia. Nada assustador. A Itália, atual campeã mundial, mudou o técnico: a pedido das jogadoras, trocou Marco Bonitta por Massimo Barbolini. O time está em paz e com obrigação de jogar bola.
Cuba, dona de um saque poderoso, tem seis atletas que foram bronze na última Olimpíada.
Já o Brasil terá que fazer uma trajetória sem tropeços para chegar às semifinais. O time titular terá a levantadora Fofão e a oposta Sheila; as pontas Mari e Jaqueline; as centrais Walewska e Fabiana; e a líbero Fabi.
Para felicidade geral, Paula Pequeno está bem e pode entrar a qualquer momento.

BRASIL NA CABEÇA
A seleção é a grande favorita ao título mundial na bolsa de apostas italiana. Em segundo vem a China, seguida por Itália, Cuba e Rússia. No masculino, o Brasil também lidera na preferência dos apostadores. Em segundo, estão empatados Itália e Sérvia e Montenegro.

REINADO MEXICANO
O presidente da Federação Internacional de Vôlei, o mexicano Rubén Acosta, não quer deixar o reinado e foi reeleito para o sétimo mandato, até 2010, quando completará 26 anos no poder.

REINADO BRASILEIRO
Deveria ser revista a legislação que permite que os dirigentes fiquem tanto tempo no cargo. Na Federação Paulista, Renato Pêra assumiu em 1978 e ficou até 1986. Voltou em 90 e está até hoje.

cidansan@uol.com.br


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