São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

Ainda sobre o mês dos gênios


A coluna que exaltava outubro como mês dos melhores atletas de todos os tempos exige boas correções

O MAIOR equívoco da coluna do último domingo nem foi ter escalado um time com 12 jogadores, coisa que o grande Osmar Santos já tinha feito uma vez, às vésperas da Copa do Mundo de 1986, quando se justificou, ao ser pego no erro, com a presença de espírito que sempre o caracterizou: "Minha seleção brasileira é tão boa, mas tão boa, que não dá para escalá-la só com 11".
Fico, pois, em ótima companhia.
Verdade que a minha seleção, só com os nascidos em outubro, tinha Dunga na lateral esquerda, uma demasia de fato e, para alguns leitores, dupla, porque o atual técnico da seleção brasileira não poderia estar num time de gênios.
Vá lá, embora não se deva cometer a injustiça de considerar Dunga um brucutu, porque não era.
E porque foi fundamental na campanha do tetracampeonato, melhor passador da Copa de 1994, nos Estados Unidos.
Mas nem os 12 nem Dunga foram os maiores deslizes do colunista, que se baseou no "Livro das Datas do Futebol", do jornalista Rodolfo M. Rodrigues, sem parentesco com o extraordinário goleiro uruguaio Rodolfo Rodrigues, de janeiro. Se na seleção já tinha os três melhores jogadores de todos os tempos - Pelé, Mané Garrincha e Diego Maradona, nesta ordem na modesta opinião do escriba -, nela faltaram dois nomes indiscutíveis, que não estão no livro: o goleiro russo Lev Yashin, de 22 de outubro, para muitos o maior de todos os tempos, apelidado Aranha Negra; e, tão grave como, Mestre Didi, o Príncipe Etíope, eleito o melhor jogador da Copa de 1958, na Suécia, uma Copa que, veja bem, teve Yashin, Mané e Rei Pelé.
Didi nasceu num 8 de outubro. Falta no livro, ainda, o lateral-esquerdo italiano Cabrini, também de 8 de outubro, que torna desnecessária a improvisação de Dunga.
O time, então, ficaria assim: Yashin; Augusto, Elias Figueroa, Darío Pereyra e Cabrini; Bob Charlton, Falcão, Didi e Diego Maradona; Mané Garrincha e Pelé. Correções devidamente registradas, resta deixar uma opinião dessas definitivas e um desafio impossível de ser vencido: não há hipótese de alguém montar um time melhor do que esse; tente, se for capaz.

Sucatão
Se o Engenhão, estádio mais moderno do Brasil, que era para ter custado R$ 60 milhões e custou R$ 380 milhões do seu, do meu, do nosso suado dinheirinho, não serve para abrigar um Botafogo x Flamengo pouco mais de um ano depois de ter sido inaugurado, deve ser imediatamente implodido, porque virou Sucatão. Em seguida, com vistas aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, deve ser erguida uma nova arena, com o nome Locupletão. Ou restaure-se a moralidade.

Leia
Chega às livrarias "Doping", cujo subtítulo é auto-explicativo: "E as muitas faces da injustiça. O processo inquisitorial iníquo e violento do sistema de controle vigente", do médico gaúcho Sabino Vieira Loguercio, pela AGE Editora. Quem ler tem a garantia de que nunca mais olhará para os métodos de antidoping em vigor do mesmo jeito. Um soco na hipocrisia.

blogdojuca@uol.com.br



Texto Anterior: Maradona assume sob suspeita
Próximo Texto: Alemão: Hoffenheim vira e mantém 1º lugar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.