São Paulo, sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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"Mala de dinheiro" não muda tabela do BR-09

Barueri teria recebido incentivo para derrotar Fla

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

A poucas rodadas do final do Brasileiro, surgem indícios de fatores extracampo para influenciar o resultado de jogos em campo. De novo, há a acusação de que um clube ofereceu dinheiro a atletas de outro time para vencer um rival. É a conhecida "mala de dinheiro". Mas não deve haver consequência, jurídica ou na tabela.
Na madrugada de ontem, os jogadores Renê e Val Baiano, do Barueri, disseram ter recebido promessa de ganhar dinheiro para bater o Flamengo.
O atacante, que fez gol no jogo, disse que foi a diretoria do Cruzeiro a autora do incentivo, segundo gravação do blog de Conrado Giulietti, da ESPN Brasil. O time carioca (sexto) e o mineiro (quarto) disputam uma vaga na Libertadores.
"O Cruzeiro nos ajudou, mas precisávamos vencer para ficar na primeira divisão", disse Val Baiano. "Só esperamos o pagamento", falou o goleiro Renê.
O Cruzeiro negou a promessa. "Agora, o jogador já mudou sua versão, dizendo que ouviu por alto. Se vier a público dar um nome de diretor do Cruzeiro, vamos tomar providências", disse o diretor de comunicação do clube, Guilherme Mendes.
De fato, diante da repercussão, Val Baiano disse ter ouvido um rumor, sem confirmação.
É virtualmente impossível que a eventual promessa venha a acarretar uma mudança na pontuação no Brasileiro.
O procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) do futebol, Paulo Schmitt, declarou que não consegue "vislumbrar essa hipótese" -a de o time rubro-negro recuperar os pontos. E afirmou que nunca houve perda de pontos nesse tipo de caso.
É provável que o caso nem sequer se transforme em processo no tribunal. "Não me lembro de um caso [de pagamento de bicho a atletas de outro clube] que tenha virado processo", disse o presidente licenciado do STJD, Rubens Approbato. Schmitt é quem decidirá se fará uma denúncia.
Em 2007, a diretoria do Goiás acusou o Corinthians de distribuir dinheiro aos times que enfrentariam a equipe goiana na luta contra o rebaixamento. Nada aconteceu.
Houve outras acusações de pagamento de bicho a outros times, sem consequências.
Contudo o presidente do Flamengo, Márcio Braga, pedirá ao STJD para apurar os fatos. "O resultado de campo deve sempre prevalecer", declarou. Segundo Rodrigo Paiva, assessor da CBF, a entidade não pode fazer nada. "Isso cabe ao STJD."
Pelo terceiro Nacional seguido, há uma confusão extracampo perto do final. Nos dois anteriores, nada mudou na tabela.
Só houve alteração em 2005, quando a Polícia Federal investigou manipulação de resultados. Isso porque a Procuradoria do tribunal tem poder limitado de apurar fatos.


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