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"Mala de dinheiro" não muda tabela do BR-09
Barueri teria recebido incentivo para derrotar Fla
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
A poucas rodadas do final do
Brasileiro, surgem indícios de
fatores extracampo para influenciar o resultado de jogos
em campo. De novo, há a acusação de que um clube ofereceu
dinheiro a atletas de outro time
para vencer um rival. É a conhecida "mala de dinheiro".
Mas não deve haver consequência, jurídica ou na tabela.
Na madrugada de ontem, os
jogadores Renê e Val Baiano, do
Barueri, disseram ter recebido
promessa de ganhar dinheiro
para bater o Flamengo.
O atacante, que fez gol no jogo, disse que foi a diretoria do
Cruzeiro a autora do incentivo,
segundo gravação do blog de
Conrado Giulietti, da ESPN
Brasil. O time carioca (sexto) e
o mineiro (quarto) disputam
uma vaga na Libertadores.
"O Cruzeiro nos ajudou, mas
precisávamos vencer para ficar
na primeira divisão", disse Val
Baiano. "Só esperamos o pagamento", falou o goleiro Renê.
O Cruzeiro negou a promessa. "Agora, o jogador já mudou
sua versão, dizendo que ouviu
por alto. Se vier a público dar
um nome de diretor do Cruzeiro, vamos tomar providências",
disse o diretor de comunicação
do clube, Guilherme Mendes.
De fato, diante da repercussão, Val Baiano disse ter ouvido
um rumor, sem confirmação.
É virtualmente impossível
que a eventual promessa venha
a acarretar uma mudança na
pontuação no Brasileiro.
O procurador-geral do STJD
(Superior Tribunal de Justiça
Desportiva) do futebol, Paulo
Schmitt, declarou que não consegue "vislumbrar essa hipótese" -a de o time rubro-negro
recuperar os pontos. E afirmou
que nunca houve perda de pontos nesse tipo de caso.
É provável que o caso nem
sequer se transforme em processo no tribunal. "Não me
lembro de um caso [de pagamento de bicho a atletas de outro clube] que tenha virado
processo", disse o presidente licenciado do STJD, Rubens Approbato. Schmitt é quem decidirá se fará uma denúncia.
Em 2007, a diretoria do
Goiás acusou o Corinthians de
distribuir dinheiro aos times
que enfrentariam a equipe
goiana na luta contra o rebaixamento. Nada aconteceu.
Houve outras acusações de
pagamento de bicho a outros times, sem consequências.
Contudo o presidente do Flamengo, Márcio Braga, pedirá ao
STJD para apurar os fatos. "O
resultado de campo deve sempre prevalecer", declarou. Segundo Rodrigo Paiva, assessor
da CBF, a entidade não pode fazer nada. "Isso cabe ao STJD."
Pelo terceiro Nacional seguido, há uma confusão extracampo perto do final. Nos dois anteriores, nada mudou na tabela.
Só houve alteração em 2005,
quando a Polícia Federal investigou manipulação de resultados. Isso porque a Procuradoria do tribunal tem poder limitado de apurar fatos.
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