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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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Após oito meses e 43 rodadas, time mineiro encara com fôlego e banco o Paysandu e o desafio do 1º título

Cruzeiro tenta condecorar hoje heróis da resistência

DA REPORTAGEM LOCAL

O Cruzeiro pode até não selar hoje o título do primeiro Brasileiro de pontos corridos da história, mas já confirmou a fórmula para vencer uma competição longa e dura: montar um elenco forte.
Assim como tantos times no torneio, o clube perdeu peças importantes, negociou atletas titulares, cedeu jogadores para seleções brasileiras, disputou competições paralelas e, apesar de tudo isso, manteve-se sempre estável.
O time de Belo Horizonte, que precisa de uma vitória simples hoje no Mineirão diante do Paysandu para conseguir o seu primeiro título de Brasileiro -se o Santos perder do Goiás fora de casa, até uma derrota servirá para o Cruzeiro ser campeão-, terminou 38 das 43 rodadas do torneio até agora como líder (88,3%).
Desde a oitava rodada lidera a disputa. Sua pior colocação foi um sexto lugar ao término da primeira rodada, quando ficou num 2 a 2 com o São Caetano em casa.
O melhor time do primeiro turno tinha entre os seus destaques o atacante Deivid e o zagueiro Luisão. Ambos foram negociados no meio da temporada, com Bordeaux (França) e Benfica (Portugal), respectivamente. Isso não impediu a equipe dirigida pelo técnico Wanderley Luxemburgo de ser também a que mais pontos conquistou no segundo turno.
Foram contratados no meio da competição três atacantes: Márcio Nobre, Alex Alves e Alex Dias -muito disso porque o antigo talismã Marcelo Ramos também acabou saindo do grupo. Os três tiveram oportunidades, e o primeiro, especialmente, conseguiu se encaixar no esquema.
Maurinho e Maldonado, dois titulares, chegaram ainda nesta temporada ao Cruzeiro e corresponderam bem às expectativas. O zagueiro Cris, que hoje deverá entrar como capitão do time -o meia Alex está suspenso-, desembarcou há pouco mais de cinco meses da Alemanha, onde defendia o Bayer Leverkusen.
Vários reservas entraram em momentos cruciais da disputa. O atacante Mota, por exemplo, fez os gols que determinaram os empates no Mineirão contra o São Paulo (1 a 1) e o Coritiba (2 a 2).
""Quando o campeonato é de pontos corridos, é muito importante ter um grupo forte", diz o técnico Wanderley Luxemburgo, que pode se tornar hoje o treinador mais vitorioso do futebol nacional -seria a quarta taça dele, o que deixaria Rubens Minelli e Ênio Andrade para trás.
Alex foi apenas um dos cruzeirenses que serviram a seleção ao longo da temporada. Os laterais Maurinho e Leandro, pouco badalados até a campanha deste ano, ganharam chance na seleção principal. A equipe olímpica tem a maioria de sua defesa formada por atletas do time mineiro: o goleiro Gomes, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Edu Dracena.
Isso sem falar que o atacante Aristizábal frequentou em alguns jogos a seleção colombiana.
O calendário foi tão puxado para o Cruzeiro como para qualquer outro. No primeiro semestre, a equipe disputou o Campeonato Mineiro. Faturou o título de forma invicta. Jogou a Copa do Brasil e ganhou a taça sem derrota -o time pode ser o primeiro a vencer as duas principais competições do país na mesma temporada.
No segundo semestre, o Cruzeiro jogou também a Copa Sul-Americana. Não avançou no torneio, mas saiu de novo invicto.
Alex, Aristizábal, Maldonado, Zinho... Quase todos no grupo deixaram de atuar por contusão.
""São muitas contusões, suspensões. Você tem que estar preparado para um torneio desses", diz Luxemburgo, que viu só um de seus atletas fazer 40 ou mais partidas (Leandro atuou em 42 jogos).
Faltam ainda três rodadas para o fim, o Santos está embalado, o Paysandu é algoz cruzeirense, e Alex não joga. Nada importa.



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