São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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OLIMPÍADA

Dirigente sentiu dor forte no peito anteontem

Nuzman sofre cirurgia e fica fora do COB por tempo indeterminado

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, 62, foi submetido ontem uma cirurgia cardiovascular no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio. Ele ficará afastado da presidência do COB por tempo indeterminado.
O dirigente deu entrada no hospital na noite de anteontem, sentindo fortes dores no peito.
Pouco antes do mal súbito, Nuzman havia acompanhado a 4ª Travessia dos Fortes, prova aquática de 3,8 km disputada entre os fortes de Copacabana e do Leme.
Durante a semana, trabalhara normalmente na sede do comitê.
Internado às pressas, o dirigente passou por exames, que detectaram uma dissecção aguda (laceração na parede) da aorta.
A operação foi encerrada ontem, por volta das 20h30.
"Quando esse tipo de problema é diagnosticado, normalmente é necessário realizar a cirurgia rapidamente", explica José Antônio Ramires, diretor-geral do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo).
Periodicamente, Nuzman faz check-up para avaliar suas condições de saúde. Segundo informou a assessoria de imprensa do comitê, esses exames jamais acusaram algum problema no coração.
"Os exames regulares não acusam esse tipo de problema. Nesse caso, o paciente sente subitamente dores agudas no peito, no momento em que ocorre a dissecação. Nela, a parede da aorta é dividida em duas e pode ocorrer obstruções graves, dependendo do local atingido", contou Ramires.
De acordo com o médico, há dois tipos de pessoas que correm risco de sofrer esse tipo de problema: os hipertensos e os que sofrem da síndrome de Marfan. Esta segunda doença ocorre em indivíduos altos, que têm aumento do comprimento de ossos, mãos e pés, além de cardiopatias e a alterações oculares.
"É um problema sério que, dependendo da gravidade do quadro, representa um risco para a vida do paciente", contou Ramires, que já chegou a ficar até oito horas em procedimento cirúrgico em paciente com dissecção na aorta.
O primeiro boletim sobre a saúde de Nuzman deve ser divulgado somente hoje, após nova avaliação da equipe médica. De acordo com o COB, a cirurgia "transcorreu muito bem".
Ainda não há previsão sobre o período de recuperação do dirigente. Como a operação foi delicada, é possível que ele fique até mais de um mês distante da presidência do comitê.
Para determinar o período de recuperação de Nuzman, será necessário avaliar inicialmente como seu corpo reage aos primeiros dias do pós-operatório.
Enquanto o dirigente estiver afastado do COB, o secretário-geral e vice-presidente André Gustavo Richer, 74, é quem irá responder pela entidade. Normalmente é Richer quem ocupa a presidência durante as viagens de Nuzman ao exterior.


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