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OLIMPÍADA
Dirigente sentiu dor forte no peito anteontem
Nuzman sofre cirurgia e fica fora do COB por tempo indeterminado
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do COB (Comitê
Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, 62, foi submetido
ontem uma cirurgia cardiovascular no Hospital Samaritano, em
Botafogo, na zona sul do Rio. Ele
ficará afastado da presidência do
COB por tempo indeterminado.
O dirigente deu entrada no hospital na noite de anteontem, sentindo fortes dores no peito.
Pouco antes do mal súbito,
Nuzman havia acompanhado a 4ª
Travessia dos Fortes, prova aquática de 3,8 km disputada entre os
fortes de Copacabana e do Leme.
Durante a semana, trabalhara
normalmente na sede do comitê.
Internado às pressas, o dirigente
passou por exames, que detectaram uma dissecção aguda (laceração na parede) da aorta.
A operação foi encerrada ontem, por volta das 20h30.
"Quando esse tipo de problema
é diagnosticado, normalmente é
necessário realizar a cirurgia rapidamente", explica José Antônio
Ramires, diretor-geral do Incor
(Instituto do Coração do Hospital
das Clínicas de São Paulo).
Periodicamente, Nuzman faz
check-up para avaliar suas condições de saúde. Segundo informou
a assessoria de imprensa do comitê, esses exames jamais acusaram
algum problema no coração.
"Os exames regulares não acusam esse tipo de problema. Nesse
caso, o paciente sente subitamente dores agudas no peito, no momento em que ocorre a dissecação. Nela, a parede da aorta é dividida em duas e pode ocorrer obstruções graves, dependendo do
local atingido", contou Ramires.
De acordo com o médico, há
dois tipos de pessoas que correm
risco de sofrer esse tipo de problema: os hipertensos e os que sofrem da síndrome de Marfan. Esta
segunda doença ocorre em indivíduos altos, que têm aumento do
comprimento de ossos, mãos e
pés, além de cardiopatias e a alterações oculares.
"É um problema sério que, dependendo da gravidade do quadro, representa um risco para a vida do paciente", contou Ramires,
que já chegou a ficar até oito horas
em procedimento cirúrgico em
paciente com dissecção na aorta.
O primeiro boletim sobre a saúde de Nuzman deve ser divulgado
somente hoje, após nova avaliação da equipe médica. De acordo
com o COB, a cirurgia "transcorreu muito bem".
Ainda não há previsão sobre o
período de recuperação do dirigente. Como a operação foi delicada, é possível que ele fique até
mais de um mês distante da presidência do comitê.
Para determinar o período de
recuperação de Nuzman, será necessário avaliar inicialmente como seu corpo reage aos primeiros
dias do pós-operatório.
Enquanto o dirigente estiver
afastado do COB, o secretário-geral e vice-presidente André Gustavo Richer, 74, é quem irá responder pela entidade. Normalmente é Richer quem ocupa a
presidência durante as viagens de
Nuzman ao exterior.
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