DA REPORTAGEM LOCAL

O Boca Juniors disse ontem que o atacante Tevez, 20, foi contratado pelo Corinthians. O iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI, assinou uma carta de intenções, que prevê o pagamento de US$ 19,5 milhões por 80% dos direitos sobre o atacante argentino.
A oficialização do negócio depende de uma formalidade, a aprovação da comissão diretiva do Boca, que deve se reunir na próxima quinta-feira.
Porém Pedro Pompilio, vice-presidente do Boca, já afirmou que a venda foi concretizada.
"O Tevez antecipou as coisas, ele não quer mais ficar em Buenos Aires. Lamentamos a saída de um jogador jovem e talentoso", declarou o dirigente argentino.
O atacante enfrentará amanhã o Internacional, em Porto Alegre, pela Copa Sul-Americana. Ele só começa a treinar pelo Corinthians em janeiro de 2005, mas nos próximos dias será apresentado oficialmente com festa.
"O Tevez só será do Corinthians quando o contrato for assinado, mas isso deve acontecer em algumas horas", disse Joorabchian no começo da tarde à "Jovem Pan".
A contratação, fora dos padrões brasileiros, abre a série de investimentos que a empresa promete.
Inicialmente, Joorabchian havia oferecido US$ 18 milhões por 100% dos direitos sobre o atleta. Mas o Boca dificultou a negociação e agora terá direito a 20% do valor obtido com uma nova venda -mesma porcentagem a que o clube brasileiro terá direito.
Como a contratação de Tevez foi o principal trunfo usado pelo presidente corintiano, Alberto Dualib, para conseguir o apoio de conselheiros à parceria, o iraniano foi pressionado a fechar o negócio, por um preço mais alto.
Segundo Joorabchian, Tevez é um presente para o Corinthians, já que o valor gasto para trazê-lo supera os US$ 15 milhões previstos no contrato de parceria para a aquisição de jogadores.
Dualib disse que, além desses US$ 15 milhões, a MSI vai gastar US$ 50 milhões em reforços -Tevez e mais US$ 30,5 milhões.
A parceria, que será contestada pela oposição na Justiça, prevê ainda o pagamento de dívidas do clube no valor de US$ 20 milhões.
Tevez irritou os dirigentes do Boca ao pedir para ser liberado já em janeiro. Mauricio Macri, presidente do clube argentino, aceitava negociá-lo, mas queria que ele permanecesse no time até a metade do próximo ano.
No domingo, Macri abandonou as negociações, deixando o vice-presidente em seu lugar.
O atacante já vinha se desgastando com a torcida e os dirigentes por atravessar uma má fase e por atitudes fora de campo. Acabou também fora do último jogo da seleção argentina pelas eliminatórias, contra a Venezuela.
O jogador ainda pediu férias em meio à disputa do torneio Apertura, o que causou um racha no elenco. No Corinthians, ele deve assinar por cinco anos.
Porém como a principal fonte de receita da MSI será a negociação de jogadores, Joorabchian não esconde que ele sairá do clube antes do fim de seu contrato. O iraniano fala em mantê-lo por dois anos na equipe. O volante Mascherano, do River Plate, também está na mira da MSI.
Marcelo Ramos ganhou férias antecipadas e não volta ao clube.


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