São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Chapa quente

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

A três rodadas do fim, o Brasileiro continua indefinido. A incrível reação do Grêmio contra o Atlético-PR não salvou a pátria gaúcha, mas deixou a disputa pelo título eletrizante.
Embora as expectativas se concentrem em Santos e Atlético-PR, o São Caetano está numa situação ímpar: é o principal candidato a derrubar os dois líderes. Se o fizer, o Azulão pode até levantar o título -desde que, é claro, o Tapetão não surrupie os pontos que o time ganhou em campo.
 
Sinistra e emocionante também está a briga de foice no escuro da qual sairão os companheiros de infortúnio do Grêmio. Do Cruzeiro para baixo todos correm risco. A chapa está quente.
 
Ficou entre os três melhores: Ronaldinho (Barcelona), Henry (Arsenal) e Shevchenko (Milan) são os finalistas para disputar o prêmio de melhor do mundo, a ser entregue pela Fifa no dia 20, em Zurique. Para deleite da platéia verde-amarela, Marta também foi indicada na categoria moças.
Se o troféu fosse para o jogador mais espetacular, Ronaldinho levava fácil. Mas não é só espetáculo o que conta. Os três escolhidos são muito bons. Juntos, poderiam fazer uma extraordinária trinca de ataque -já pensou?
 
Esse negócio de racismo contra jogadores negros na Espanha é uma estupidez. No sábado, foi a vez de o rápido e certeiro camaronês Eto'o, do Barcelona, ser insultado por torcedores durante a partida contra o Getafe.
Manifestações semelhantes (primatas brancos imitando macacos) já haviam ocorrido nas partidas Espanha x Inglaterra e Real Madrid x Bayer Leverkusen. Nano, jogador do Getafe, disse que a torcida não estava sendo racista, apenas "tentava irritar" o atacante do Barça. Tá bom. E olha que a Espanha é considerada um país tolerante na Europa.
 
O pacote esportivo em elaboração nas hostes governamentais merece atenção de quem no governo ainda crê que essa administração pode usar o próximo ano e meio para mudar alguma coisa para melhor. Será que ainda existe alguém que pense assim?
O presidente Lula, que gosta tanto de correr atrás de uma bolinha, bem que poderia jogar a favor da moralização do futebol. Ou será que as novas amizades esportivas o constrangem?
 
Júlio Cesar bem que salvou o Flamengo em alguns lances, mas ia entregando o ouro com um frango clássico. Já desde antes da pancadaria no Santos Dumont, o goleiro, que está negociando sua transferência, vem alternando bons e péssimos momentos.
A propósito, agradeço, penhorado, as manifestações de solidariedade de meus amigos palmeirenses e demais interessados na permanência do "mais querido" na Série A.

Santos B
Uma situação esdrúxula criou-se com a conquista da Copa FPF pelo Santos B, que lhe dá o direito de jogar a Copa do Brasil. Se o time A for à Libertadores a CBF diz que vai vetar o B na Copa do Brasil. Mais uma confusão criada pelas regras de nossa entidade máxima.

Sem Robinho
Pena que o futebol de Robinho tenha sido seqüestrado do Santos e dos amantes do futebol no fim do Brasileiro. Outra vitória da violência contra o Brasil.

Parceria
Uma verdadeira mixórdia essa parceria do Corinthians com a MSI. O clube está dividido e dias confusos virão. A maneira como tudo ocorreu ilustra muito bem o padrão de ética e gestão do futebol brasileiro.

E-mail mag@folhasp.com.br


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