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JOSÉ ROBERTO TORERO
Doze homens e uma surpresa
A dúzia, com técnico e tudo, compõe minha seleção do Brasileiro, e ainda chamo a atenção para o Figueirense
SELECIONADO leitor, seleta leitora, já que todos os colunistas
deste jornal estão fazendo suas
seleções deste Brasileiro, também
escolherei meus 12 homens. Sim, 12,
porque incluirei o técnico e porque
12 são os apóstolos, os meses do ano,
os signos do zodíaco e os trabalhos
de Hércules.
Começo pelo goleiro. Apesar de
Diego Cavalieri ter sido uma bela revelação, fico com Rogério Ceni. Ele é
o símbolo deste São Paulo vencedor
e, acho, já é o segundo maior ídolo do
time, só perdendo para Telê. Neste
campeonato, Rogério esteve muito
bem embaixo das traves, sempre seguro e falhando pouco, e ainda teve,
como dizem alguns sábios publicitários, aquele "plus-a-mais" de fazer
oito gols.
Na lateral direita, tivemos Paulo
Baier com altos e baixos, o bom Ângelo, do Paraná, e Leonardo Moura,
que empurrou o Flamengo em vários jogos. Mas fico com Ilsinho. Ele
tem um drible chato, é veloz e pode
fazer a torcida esquecer de Cicinho.
Na zaga central, mais um são-paulino: Fabão. Índio, do Internacional
esteve bem, mas Fabão melhorou
muito neste último semestre. Deixou de ser enquadrado como "beque-de-fazenda" e entrou na categoria dos "zagueiros eficientes".
Na quarta zaga, o veterano Antonio Carlos fez algumas partidas muito boas, porém também deu alguns
pontapés, de modo que fico com
Luiz Alberto, do Santos, que não é
um marcador implacável, mas tem
uma ótima saída de bola.
Na lateral esquerda, Kléber foi eficiente, mas nada exuberante, Júnior
teve boas partidas e jogos assim-assim, Marcelo, do Fluminense, brilhou e se apagou. Desse modo, fico
com Jadílson, do Goiás, um sujeito
que já vem jogando muito há muito
tempo.
Quanto aos volantes, eu gostaria
de votar em Maldonado, mas ele fez
apenas meio campeonato e não há
meio voto. Josué também poderia
ser citado, mas parece que será sempre lembrado como o coadjuvante
de Mineiro. Aliás, minha dupla de
volantes seria Mineiro e Lucas, dois
volantes que atormentam ao mesmo tempo os atacantes e os zagueiros adversários.
Para as meias, meu primeiro pensamento foi votar em Zé Roberto, do
Santos, não só pelo belo nome mas
porque ele talvez seja o jogador de
maior QI futebolístico em atividade
no país. Mas ele também atuou pouco. Por isso fico com outro Zé Roberto, o do Botafogo, e com Wágner, do
Cruzeiro. Este último nem entrou
nos votáveis da CBF, mas acho que
se trata um jogador rápido, driblador e que ainda fará muito sucesso.
Tivesse eu alguns milhões em minha gaveta em vez de meias, investiria neste meia.
No ataque, escolho Fernandão,
um jogador que merece o aumentativo, e Souza, que escalo com a 9 por
uma questão aritmética, afinal trata-se do artilheiro do Brasileiro.
E o meu 12º homem seria Muricy
Ramalho, em quem voto também
como o craque do campeonato.
Calma, vou explicar. É que desta
vez nenhum jogador sobressaiu, nenhum deles pareceu ser um Tevez
(2005), um Robinho (2004) o um
Alex (2003). O maior destaque do
Brasileiro foi o conjunto do São Paulo, e o maior responsável por isso é
Muricy, o craque de 2006.
A surpresa
Ninguém vota no time mais surpreendente do campeonato, mas,
se houvesse tal categoria, eu entregaria o troféu para o Figueirense. O
time florianopolitano tem três dos
cinco principais artilheiros do Brasileiro e ganhou nada menos do que
sete jogos fora de casa (só um a menos que o campeão São Paulo). Pena que a equipe deve sofrer uma
diáspora a partir do domingo, com
as saídas quase certas de Cícero,
Soares, Rodrigo Souto, Schwenck,
Andrei e Marquinhos Paraná.
torero@uol.com.br
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