São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Doze homens e uma surpresa

A dúzia, com técnico e tudo, compõe minha seleção do Brasileiro, e ainda chamo a atenção para o Figueirense

SELECIONADO leitor, seleta leitora, já que todos os colunistas deste jornal estão fazendo suas seleções deste Brasileiro, também escolherei meus 12 homens. Sim, 12, porque incluirei o técnico e porque 12 são os apóstolos, os meses do ano, os signos do zodíaco e os trabalhos de Hércules.
Começo pelo goleiro. Apesar de Diego Cavalieri ter sido uma bela revelação, fico com Rogério Ceni. Ele é o símbolo deste São Paulo vencedor e, acho, já é o segundo maior ídolo do time, só perdendo para Telê. Neste campeonato, Rogério esteve muito bem embaixo das traves, sempre seguro e falhando pouco, e ainda teve, como dizem alguns sábios publicitários, aquele "plus-a-mais" de fazer oito gols.
Na lateral direita, tivemos Paulo Baier com altos e baixos, o bom Ângelo, do Paraná, e Leonardo Moura, que empurrou o Flamengo em vários jogos. Mas fico com Ilsinho. Ele tem um drible chato, é veloz e pode fazer a torcida esquecer de Cicinho.
Na zaga central, mais um são-paulino: Fabão. Índio, do Internacional esteve bem, mas Fabão melhorou muito neste último semestre. Deixou de ser enquadrado como "beque-de-fazenda" e entrou na categoria dos "zagueiros eficientes". Na quarta zaga, o veterano Antonio Carlos fez algumas partidas muito boas, porém também deu alguns pontapés, de modo que fico com Luiz Alberto, do Santos, que não é um marcador implacável, mas tem uma ótima saída de bola.
Na lateral esquerda, Kléber foi eficiente, mas nada exuberante, Júnior teve boas partidas e jogos assim-assim, Marcelo, do Fluminense, brilhou e se apagou. Desse modo, fico com Jadílson, do Goiás, um sujeito que já vem jogando muito há muito tempo.
Quanto aos volantes, eu gostaria de votar em Maldonado, mas ele fez apenas meio campeonato e não há meio voto. Josué também poderia ser citado, mas parece que será sempre lembrado como o coadjuvante de Mineiro. Aliás, minha dupla de volantes seria Mineiro e Lucas, dois volantes que atormentam ao mesmo tempo os atacantes e os zagueiros adversários.
Para as meias, meu primeiro pensamento foi votar em Zé Roberto, do Santos, não só pelo belo nome mas porque ele talvez seja o jogador de maior QI futebolístico em atividade no país. Mas ele também atuou pouco. Por isso fico com outro Zé Roberto, o do Botafogo, e com Wágner, do Cruzeiro. Este último nem entrou nos votáveis da CBF, mas acho que se trata um jogador rápido, driblador e que ainda fará muito sucesso. Tivesse eu alguns milhões em minha gaveta em vez de meias, investiria neste meia.
No ataque, escolho Fernandão, um jogador que merece o aumentativo, e Souza, que escalo com a 9 por uma questão aritmética, afinal trata-se do artilheiro do Brasileiro. E o meu 12º homem seria Muricy Ramalho, em quem voto também como o craque do campeonato.
Calma, vou explicar. É que desta vez nenhum jogador sobressaiu, nenhum deles pareceu ser um Tevez (2005), um Robinho (2004) o um Alex (2003). O maior destaque do Brasileiro foi o conjunto do São Paulo, e o maior responsável por isso é Muricy, o craque de 2006.

A surpresa
Ninguém vota no time mais surpreendente do campeonato, mas, se houvesse tal categoria, eu entregaria o troféu para o Figueirense. O time florianopolitano tem três dos cinco principais artilheiros do Brasileiro e ganhou nada menos do que sete jogos fora de casa (só um a menos que o campeão São Paulo). Pena que a equipe deve sofrer uma diáspora a partir do domingo, com as saídas quase certas de Cícero, Soares, Rodrigo Souto, Schwenck, Andrei e Marquinhos Paraná.


torero@uol.com.br

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