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Em risco, jogadores do Vasco recusam prêmio
Oferta foi apresentada pelo presidente Roberto Dinamite, mas os atletas não aceitaram; clube tem déficit mensal de R$ 3 milhões
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Desesperada com a possibilidade de rebaixamento, a direção do Vasco ofereceu dinheiro
a seus jogadores para uma espécie de esforço-extra nos dois
últimos jogos do Brasileiro.
A proposta foi apresentada
ao elenco, que a recusou.
Se perder hoje para o Coritiba, o time pode até cair para a
Série B com uma rodada de antecedência. A oferta teve a
anuência do presidente Roberto Dinamite e do treinador Renato Gaúcho e foi mantida em
sigilo na sede de São Januário.
O técnico ainda chegou a defender o que chamou de "mala
branca" -uma remuneração a
jogadores dos times que enfrentarão os rivais do Vasco na
fuga do descenso. Ex-ídolo e artilheiro do clube, Dinamite, porém, não aceitou a sugestão de
Renato, sob a alegação de que,
por ter sido jogador, considera
que "o caminho é fazer o melhor em campo para conseguir
os dois resultados".
A recusa dos jogadores vascaínos pelo prêmio para as duas
últimas partidas causou surpresa na comissão técnica.
"Valeu muito a vontade, o caráter, a personalidade, a confiança, a dignidade do atleta. Já
foi falado em premiação, os jogadores não querem. Acima de
qualquer coisa está a dignidade
deles. É trabalhar para buscar
essa vitória, é esse o objetivo",
disse Renato, 46, há 11 rodadas
técnico do Vasco.
"Já vi muita coisa acontecer
no futebol. Time com 99% de
chance de ganhar um título
perder, e vice-versa. Tudo pode
acontecer no futebol", completou o treinador.
Na presidência vascaína desde 1º de julho, ao derrotar o ex-presidente Eurico Miranda, Dinamite disse que não insistiu
em premiar os jogadores, até
porque o clube não tem mesmo
dinheiro sobrando.
"Eles reagiram. O momento
do clube é complicado. O clube
teria que fazer um esforço muito grande, teria que tirar de algum lugar", afirmou.
Por mês, só no futebol, o prejuízo gira em torno de R$ 3 milhões. Os gastos mensais da folha de pagamentos e do custeio
do departamento de futebol somam R$ 3,6 milhões.
A Folha tentou ouvir Eurico
Miranda nos três últimos dias,
mas ele não quis conceder entrevista. Mas a um programa de
rádio disse ter certeza de que o
Vasco será rebaixado.
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