São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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Em risco, jogadores do Vasco recusam prêmio

Oferta foi apresentada pelo presidente Roberto Dinamite, mas os atletas não aceitaram; clube tem déficit mensal de R$ 3 milhões

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Desesperada com a possibilidade de rebaixamento, a direção do Vasco ofereceu dinheiro a seus jogadores para uma espécie de esforço-extra nos dois últimos jogos do Brasileiro.
A proposta foi apresentada ao elenco, que a recusou.
Se perder hoje para o Coritiba, o time pode até cair para a Série B com uma rodada de antecedência. A oferta teve a anuência do presidente Roberto Dinamite e do treinador Renato Gaúcho e foi mantida em sigilo na sede de São Januário.
O técnico ainda chegou a defender o que chamou de "mala branca" -uma remuneração a jogadores dos times que enfrentarão os rivais do Vasco na fuga do descenso. Ex-ídolo e artilheiro do clube, Dinamite, porém, não aceitou a sugestão de Renato, sob a alegação de que, por ter sido jogador, considera que "o caminho é fazer o melhor em campo para conseguir os dois resultados".
A recusa dos jogadores vascaínos pelo prêmio para as duas últimas partidas causou surpresa na comissão técnica.
"Valeu muito a vontade, o caráter, a personalidade, a confiança, a dignidade do atleta. Já foi falado em premiação, os jogadores não querem. Acima de qualquer coisa está a dignidade deles. É trabalhar para buscar essa vitória, é esse o objetivo", disse Renato, 46, há 11 rodadas técnico do Vasco.
"Já vi muita coisa acontecer no futebol. Time com 99% de chance de ganhar um título perder, e vice-versa. Tudo pode acontecer no futebol", completou o treinador.
Na presidência vascaína desde 1º de julho, ao derrotar o ex-presidente Eurico Miranda, Dinamite disse que não insistiu em premiar os jogadores, até porque o clube não tem mesmo dinheiro sobrando.
"Eles reagiram. O momento do clube é complicado. O clube teria que fazer um esforço muito grande, teria que tirar de algum lugar", afirmou.
Por mês, só no futebol, o prejuízo gira em torno de R$ 3 milhões. Os gastos mensais da folha de pagamentos e do custeio do departamento de futebol somam R$ 3,6 milhões.
A Folha tentou ouvir Eurico Miranda nos três últimos dias, mas ele não quis conceder entrevista. Mas a um programa de rádio disse ter certeza de que o Vasco será rebaixado.


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