Equipe domina jogo, vê torcida do Corinthians pedir para o time entregar a partida e aplaude atacante, que pouco fez

Corinthians 0
Flamengo 2

PAULO GALDIERI
RAPHAEL GOMIDE
ENVIADOS ESPECIAIS A CAMPINAS

O Flamengo chegou a Campinas para enfrentar o Corinthians apreensivo pela ausência de seu principal jogador, Adriano, e pela expectativa do que o rival poderia -e prometera- fazer para atrapalhar sua busca pelo título nacional.
Mas saiu do Brinco de Ouro com a mão na taça de seu quinto Brasileiro, viu sua torcida fazer as pazes com Ronaldo e "crescer" instantaneamente nos momentos finais do jogo.
Nos últimos minutos do duelo, as duas maiores torcidas do país festejavam o resultado que colocou os cariocas na liderança do Nacional, com 64 pontos.
Não em uníssono, mas cada uma à sua maneira. Cada uma com seus próprios motivos.
O torcedor corintiano, que passou a maior parte do jogo em silêncio -quebrado em alguns momentos para cobrar empenho de seus jogadores-, celebrou a derrota por 2 a 0 impulsionado pela desgraça do arquirrival São Paulo, que começou a rodada líder e acabou em quarto lugar na tabela.
Quando Leonardo Moura estava prestes a cobrar o pênalti, que ele mesmo sofreu, e marcar o segundo gol do Flamengo, aos 49min do segundo tempo, os corintianos gritavam "entrega, entrega" para o goleiro Felipe. Completaram a festa com palavrões para o rival São Paulo.
Antes da partida, os mesmos corintianos vaiaram os flamenguistas e pediram a vitória.
Ao mesmo tempo, os flamenguistas tomavam conta do estádio, entoando "é campeão" com força suficiente para quase abafar a torcida adversária.
Mas a comemoração rubro- -negra fora de casa se iniciara muito antes disso.
Começou tímida, com o Flamengo aos poucos dominando o jogo. Ganhou força com a bola na trave de Álvaro e o gol perdido por Bruno Mezenga no início do duelo. E tomou ares de festa bem-humorada e inusitada graças a Ronaldo.
O mais temido adversário dos flamenguistas, em sua primeira vez com a camisa corintiana diante do time para o qual dizia torcer, nem sequer fez os torcedores rivais segurarem a respiração. O atacante ficou em campo por apenas 25 minutos. Saiu após lance em que caiu dentro da área e demonstrou ter sentido uma contusão.
A reação da minoria flamenguista foi de "perdão" ao Fenômeno. Ao sair sem ter levado perigo ao goleiro Bruno o atacante corintiano teve seu nome gritado pelos torcedores rivais.
O Flamengo não tinha Adriano em campo -o atacante sofreu queimadura no pé-, mas viu outros nomes brilharem.
E, além de seus gols -Zé Roberto abriu o placar aos 27min da etapa inicial- teve mais motivos para comemorar cada vez que eram anunciados os gols do Goiás contra o São Paulo.
O carrasco rubro-negro da rodada anterior virou herói também de corintianos.
A cada informação da piora das chances do São Paulo, diminuía a intensidade de cobrança sobre os jogadores e aumentava o pouco caso com o revés no estádio Brinco de Ouro.
Ao final da partida, enquanto os corintianos saíam rapidamente de campo, os flamenguistas se dirigiram aos seus torcedores para agradecer.
Foi uma celebração tímida, mas que, no domingo, pode ficar muito maior. Basta uma vitória sobre o Grêmio, no Maracanã, para o time ser campeão.


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