São Paulo, segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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Inter vira pela 1ª vez e fica na mão do Grêmio

Time vence o Sport, torna-se vice-líder, mas dependerá do rival para ser campeão

Sport 2
Internacional 4

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

Eram 22 minutos de jogo na Ilha do Retiro. Guiñazu afastava uma bola quando o sistema de som foi acionado. Primeiro, para anunciar o gol do Santo André no Náutico. Desgraça do rival, festa na torcida rubro-negra. Em seguida, para avisar o 1 a 0 do São Paulo no Goiás, um golpe direto, forte, no Inter.
Normal, não tivesse sido este o último anúncio sobre a situação no Serra Dourada. As caixas de som de Recife nunca revelariam a virada do Goiás.
Abatidos, os jogadores do Inter, que já não faziam um bom jogo, desmontaram de vez. E, 18 minutos depois, levaram o gol. Vandinho abriu o placar.
Um golpe, agora sim, ainda mais forte no time gaúcho. Para quem chegou a Recife com pretensões de alcançar a liderança, perder para o único time já rebaixado era o fim do mundo.
Mais: virar era improvável. O Inter não havia vencido uma partida assim no Brasileiro.
E foi com expressão de espanto que os jogadores do Inter saíram de campo e souberam que o São Paulo perdia.
E foi de outra forma, com uma postura mais ofensiva e consistente, que a equipe de Mário Sérgio voltou para o segundo tempo. Mudança vital.
Com Kleber e Andrezinho, que entrou no lugar de D'Alessandro, o Inter, enfim, virou neste Brasileiro. Correndo muito, ciente de que estava em jogo a última esperança de título, o time gaúcho conseguiu.
Fez 2 a 1, virou vice-líder e irá para a última rodada em posição inusitada: pegará o quase rebaixado Santo André, no Beira-Rio, mas terá de torcer para o Grêmio, que enfrentará o Flamengo, no Maracanã.
"Acho que o Grêmio tem condições de vencer. É um grande time, apesar de ser arquirrival", disse Giuliano.
Herói do jogo, Andrezinho foi colocado pela Rádio Gaúcha para falar com Souza, do Grêmio. E ouviu o seguinte: "Se a direção optar pela equipe principal, faremos nossa parte. Mas dependemos muito da ordem, talvez entrem os reservas. Somos profissionais, mas infelizmente dependemos da direção. Se vier a ordem, a gente vê. Se não vier, paciência".
Enquanto Souza falava, os gritos da torcida gremista eram claros: "Mengo, Mengo!"
Para uma equipe que havia acabado de vencer um drible do sistema de som da Ilha do Retiro, tratar tão cedo de outro assunto extracampo foi demais.
"Vamos acompanhar os procedimentos desta semana... Tomara que o Grêmio tenha o melhor time. Mas eu não vou ficar fazendo apelos", declarou Fernando Carvalho, vice-presidente de futebol do Inter.
Mário Sérgio subiu o tom: "Se os jogadores do Grêmio derem essa alegria à torcida, podem levantar suspeitas por todo seu futuro. Não quero crer no Grêmio entregando o jogo".
Em Porto Alegre, Duda Kroeff, presidente do Grêmio, rebateu: "Quem jogará é problema só nosso. Mas talvez a gente dê férias para alguns atletas, isso já estava decidido".
Na Ilha, rojões estouravam para celebrar a queda do Náutico. Era só o começo da cacofonia. Nos próximos dias, o Inter terá novos sons para driblar.


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