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RODRIGO BUENO
O ano em que meus pés saíram...
Em 2006, pela primeira vez desde que era um gorducho bebê, passei um ano inteiro sem jogar o que tanto amo
INSPIRADO, claro, no ótimo "O
Ano em Que Meus Pais Saíram
de Férias", de Cao Hamburger,
melhor filme do país no ano, fiz duas
pequenas retrospectivas de 2006,
uma sobre o futebol mundial e uma
outra pessoal, sobre minha doída separação do esporte que tanto amo.
Muita coisa aconteceu planeta
afora, mas as maiores lembranças
são mesmo as da Copa da Alemanha.
Quase tão rechonchudo quanto eu,
Ronaldo completou seus 15 gols em
Mundiais, recorde histórico da nobre disputa, mas virou um dos símbolos da derrocada brasileira. Quase
tão mascarado quanto eu, Roberto
Carlos também pagou o preço pela
sua soberba ao ajeitar o meião (será
que ainda tenho algum em casa?).
Com uma coroinha de padre no
cocuruto, mais ou menos como a
minha, Zidane fez o melhor e o pior
do Mundial. O futebol chorou sua
cabeçada e chora sua ausência de
cerca de seis meses dos gramados
(eu não jogo há um ano e seis meses,
e o futebol parece não sentir falta).
Sem nenhum craque "fantasista"
(como eu imaginava ser) brilhando
do meio-campo para a frente, a Itália conquistou seu tetra. E Cannavaro virou o primeiro zagueiro de origem a ganhar a ""Bola de Ouro" e o
prêmio de melhor do mundo da Fifa
(sorte minha que nunca peguei um
defensor como ele pela frente...).
Nunca tive a habilidade de Ronaldinho, que deu show na Copa dos
Campeões e no Espanhol, mas nunca fiz feio e, deixando a modéstia de
lado (uma característica minha), tive momentos de Eto'o lá na frente,
de Messi na ponta direita e de Deco
mais no meio. Por mais que meu primeiro treinador (meu pai) gostasse
de me escalar de volante, procurava
incorporar o futebol do Falcão, não
o de Edinho ou Wellington Monteiro, os cabeças-de-área campeões
mundiais com o Internacional.
Para ser honesto, comecei a jogar
bola porque meu pai era o técnico do
time do bairro, o Real Parque. Mas,
continuando com a honestidade,
aprimorei muitas coisas. Com quatro anos, meu pai me botava para jogar com moleques que tinham o dobro da minha idade. Em alguns torneios de várzea, acho que fui "gato"
ao contrário (pelo menos hoje não
apareço no jornal como um Carlos
Alberto, do Figueirense, cujo futebol
parece ser até razoável, mas cujos
documentos são uma baita fraude).
Voltando ao bom futebol mundial,
Dunga ajudou, como técnico da seleção brasileira, a jogar luzes sobre alguns dos alternativos mercados da
bola atual. Onde eu jogaria hoje se
fosse um atleta profissional? Talvez
estivesse ganhando a Copa Sul-Americana pelo Pachuca, feito único em torneios da Conmebol. Talvez
virasse campeão da Oceania e atuasse no Mundial de Clubes pelo Auckland City. Ou quem sabe seria mais
um brazuca no Sevilla, que levou Copa da Uefa e Supercopa da Europa?
Quando saí da operação que reconstruiu o ligamento cruzado anterior (o terrível LCA) do meu joelho
direito, esperava, como os atletas de
ponta, voltar a atuar em seis ou oito
meses (a recuperação e a volta não
são brincadeira, agora sei bem). Não
tenho medo de uma segunda lesão
grave (força aí Edu, pois o Valencia
te espera), só fiquei preguiçoso, sedentário. Porém 2007 está logo aí:
Meus Amigos x Resto do Mundo!
O ano em que o Ranking...
Diferentemente dos últimos
anos, não publico na última coluna
da temporada os times que ficaram
de fora do Top 100 do Ranking Folha do Futebol Mundial. Quem
quiser acompanhar a lista completa com os 320 times de 91 países
poderá acessar amanhã o site do
jornal (www.folha.com.br). Amanhã, aqui no Esporte, sai a elite do
ranking internacional, o tradicional Top 100. Se você, por alguma
razão, não pegar na rede a lista
completa, escreva para o e-mail
abaixo que dou um jeito. Até 2007!
rbueno@folhasp.com.br
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