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Sócrates diz que medida é econômica
DA SUCURSAL DO RIO
Líder da Democracia Corintiana, o ex-jogador Sócrates apoiou a decisão do Botafogo de liberar os jogadores
da concentração na véspera
dos jogos no Rio de Janeiro.
""Estava demorando. Manter a concentração é até antieconômico. Gasta-se muito
dinheiro para colocar os jogadores em hotéis. Fora isso,
os atletas ganham mais responsabilidade como em
qualquer profissão", disse o
meia da seleção brasileira
nas Copas do Mundo de 1982
(Espanha) e de 1986 (México). ""O fim da concentração é
tão óbvio que não tenho muito que falar na sua defesa."
Com Sócrates como um
dos mentores nos anos 80 da
Democracia Corintiana, movimento que deu mais liberdade e poder de decisão aos
jogadores, a equipe paulista
foi a última no país a jogar
sem a obrigação de os atletas
ficarem em concentração.
Nesse período, o Corinthians sagrou-se bicampeão
paulista (1982 e 1983).
Assim como no Botafogo, o
fim da concentração não foi
uma unanimidade também
no time do Parque São Jorge.
""Eles [jogadores] têm medo
de liberdade. Uma parte gosta de ficar no hotel, com medo da opinião pública", afirmou Sócrates. O ex-goleiro
Leão, atual treinador do Santos, era um dos corintianos
que defendiam a clausura.
Sócrates disse que não sabe se a decisão do Botafogo
será copiada pelos outros times do país. ""Isso não dá para dizer. É uma tradição muito forte no Brasil", contou o
ex-meia, que iniciou a carreira no Botafogo-SP e também
jogou na Fiorentina, da Itália, no Flamengo e no Santos.
Como treinador, o próprio
Sócrates não conseguiu romper com a ""tradição". Ao comandar o Cabo Frio (1999-2000), o treinador não convenceu os jogadores do time
do litoral fluminense ao propor o fim da concentração.
""Perdi de 40 a 1. Tinha
gente que contava com a refeição de lá porque muitas
vezes não tinha o que comer", afirmou Sócrates na
época de treinador.
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