São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

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Sócrates diz que medida é econômica

DA SUCURSAL DO RIO

Líder da Democracia Corintiana, o ex-jogador Sócrates apoiou a decisão do Botafogo de liberar os jogadores da concentração na véspera dos jogos no Rio de Janeiro.
""Estava demorando. Manter a concentração é até antieconômico. Gasta-se muito dinheiro para colocar os jogadores em hotéis. Fora isso, os atletas ganham mais responsabilidade como em qualquer profissão", disse o meia da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1982 (Espanha) e de 1986 (México). ""O fim da concentração é tão óbvio que não tenho muito que falar na sua defesa."
Com Sócrates como um dos mentores nos anos 80 da Democracia Corintiana, movimento que deu mais liberdade e poder de decisão aos jogadores, a equipe paulista foi a última no país a jogar sem a obrigação de os atletas ficarem em concentração.
Nesse período, o Corinthians sagrou-se bicampeão paulista (1982 e 1983).
Assim como no Botafogo, o fim da concentração não foi uma unanimidade também no time do Parque São Jorge. ""Eles [jogadores] têm medo de liberdade. Uma parte gosta de ficar no hotel, com medo da opinião pública", afirmou Sócrates. O ex-goleiro Leão, atual treinador do Santos, era um dos corintianos que defendiam a clausura.
Sócrates disse que não sabe se a decisão do Botafogo será copiada pelos outros times do país. ""Isso não dá para dizer. É uma tradição muito forte no Brasil", contou o ex-meia, que iniciou a carreira no Botafogo-SP e também jogou na Fiorentina, da Itália, no Flamengo e no Santos.
Como treinador, o próprio Sócrates não conseguiu romper com a ""tradição". Ao comandar o Cabo Frio (1999-2000), o treinador não convenceu os jogadores do time do litoral fluminense ao propor o fim da concentração.
""Perdi de 40 a 1. Tinha gente que contava com a refeição de lá porque muitas vezes não tinha o que comer", afirmou Sócrates na época de treinador.


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