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Para sobreviver a "tsunami", Robinho reforça sua equipe
Ciente da acusação de estupro desde o dia 15, atacante contrata advogado e consultor antes de o caso vir à tona
Empresários do atleta admitem que ele foi detido para um interrogatório, mas negam o pagamento de fiança e o exame de DNA
PEDRO DIAS LEITE
ENVIADO ESPECIAL A MANCHESTER
O atacante Robinho tinha conhecimento desde o dia 15 de
janeiro de que era acusado de
abuso sexual por uma mulher e
montou uma enorme operação
de blindagem para se defender
da onda de críticas que viria.
A viagem do atacante ao Brasil, na semana passada, quando
foi acusado de "fugir" da concentração na Espanha, teve como principal objetivo contar à
família o que estava por vir,
além de compromissos anteriores, como o de renovar o passaporte do filho pequeno.
Os dois empresários do jogador, Bernardo Assumpção e
Evandro Souza, viajaram para
Manchester no dia seguinte à
volta de Robinho, assim como o
seu pai, Gilvan de Souza, e ficarão pelo menos até depois do
amistoso da seleção brasileira,
no próximo dia 10.
Dias antes de o caso vir à tona, os empresários do atacante
do Manchester City contrataram "um dos melhores advogados criminalistas da Inglaterra", nas palavras de Assumpção, e uma consultoria de imagem que trabalha com alguns
dos jogadores mais famosos do
Reino Unido.
O site da empresa, a NVA
Management, mostra uma
imagem de Chris Nathaniel,
agora porta-voz de Robinho,
com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Nathaniel acionou uma rede
de contatos nos jornais ingleses
e informa constantemente os
empresários sobre quais devem
ser os próximos passos da mídia. Segundo a Folha apurou, a
expectativa é que agora as baterias se voltem contra a mulher
que acusou Robinho.
"A gente sabia que vinha
uma bomba, não o tsunami",
diz Assumpção. Tanto ele como o outro empresário de Robinho, Evandro Souza, não revelam os valores envolvidos
com a operação de blindagem.
Souza, conhecido como
"Bad" e amigo do jogador há
mais de 20 anos, afirma que
"este foi mesmo o mês de dar
pancada no Robinho".
O depoimento sobre o caso
estava marcado fazia pelo menos dez dias, e a equipe do jogador chegou a montar uma estratégia para despistar a imprensa, com dois carros idênticos saindo na mesma hora, um
em direção ao clube e outro para a delegacia. Deu certo. Não
há foto do depoimento.
Robinho, 25, foi acusado de
abusar sexualmente de uma
mulher de 18 anos no camarote
de uma boate, no dia 14. No dia
15 à noite, foi informado do caso, que só veio à tona nesta semana, depois que o jogador
prestou depoimento à polícia.
O atleta nega a acusação.
Apesar de claramente evitarem atrito com a imprensa britânica, os assessores do jogador
acreditam que ele foi vítima de
uma campanha negativa.
Os empresários admitem
que Robinho foi detido para interrogatório, mas negam todo o
resto. Afirmam que o jogador
não pagou fiança nem fez coleta para exame de DNA, informações publicadas pela imprensa britânica. "É mentira",
afirma Souza. "É totalmente
falso", declara Nathaniel.
A reportagem teve acesso ao
boletim de ocorrência do depoimento do jogador e, de fato,
não consta o pagamento de nenhuma quantia. O documento
informa, no entanto, que Robinho terá de depor mais uma
vez nas próximas semanas,
quando as investigações estiverem mais avançadas.
Robinho ainda não deu entrevista sobre o caso -apenas
uma declaração em seu site oficial. Em uma conversa decisiva
com o seu pai na quarta-feira
passada, o jogador voltou a negar que tenha feito qualquer
coisa de errado, e o pai decidiu,
então, que era hora do silêncio.
Para mostrar que não foi
abalado pelo caso, o jogador foi
a um show anteontem à noite
com a mulher e amigos.
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