São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Sem opção, Muricy usa até quem não quer no Palmeiras

Com elenco reduzido, treinador é forçado a escalar contra o Corinthians atletas que haviam perdido espaço no time

Barrado da última partida, Armero deverá herdar vaga de Gabriel Silva, lesionado, enquanto William ressurge como opção no meio-campo

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Muricy Ramalho começou o ano pensando em quem viria, depois se virou com o que tinha, e agora, contra o Corinthians, terá de apelar a atletas que hoje dificilmente escalaria.
O elenco cada vez mais enxuto e a falta de peças de reposição deverão, por exemplo, garantir uma nova chance ao lateral-esquerdo Armero, afastado do time titular após o 3 a 3 com o Ituano, no domingo passado.
Naquela partida, o treinador e parte da diretoria se irritaram não só com as falhas do jogador, que deram origem a dois gols do rival, mas com o comportamento do atleta, que, nas palavras de Muricy, deveria ter deixado o campo "de cara feia".
O colombiano, titular da seleção, não foi nem relacionado para a partida seguinte, diante do Monte Azul. Em seu lugar entrou Gabriel Silva, que se destacou na Copa São Paulo.
Dando sequência à onda de lesões que tem atrapalhado o treinador, a promessa das categorias de base sentiu um estiramento na coxa esquerda durante o jogo, razão pela qual ele ficará um mês fora de combate.
Assim, ou Muricy ignora sua insatisfação e resgata Armero para o conjunto titular, ou terá de escalar Eduardo, atleta ainda em busca de afirmação, trazido do Guarani. Outra opção menos provável seria improvisar Wendel, destro, na esquerda, algo já testado em 2009.
"Ainda vamos decidir o que é melhor. O Armero pode reaparecer. Infelizmente o garoto [Gabriel Silva] não poderá ter uma sequência, o que seria bom. Pode ser o Armero ou o Eduardo", despistou Muricy.
Outro jogador que deverá ser utilizado à revelia da preferência do treinador é William.
O atleta, revelado pelo próprio Palmeiras, rodou durante dois anos por clubes menores até voltar para casa neste ano. Chegou como possível solução para a ausência de meias criativos no elenco, mas não empolgou o comandante e durou apenas um jogo no time titular.
Ele poderá reaparecer hoje entre os 11 que iniciarão o clássico só porque os dirigentes negociaram Deyvid Sacconi com o Nantes, da França, anteontem.
Apesar de ter passado dois anos no Parque Antarctica, Sacconi só pareceu ter engrenado nesta temporada. Já havia marcado dois gols e formava, ao lado de Cleiton Xavier, o setor mais cerebral do Palmeiras.
Também neste caso, ou Muricy oferece uma nova oportunidade a William ou terá de recorrer a nomes incertos do elenco, como João Arthur, outro que foi pinçado da base devido à escassez de jogadores.
A situação atual é explicada por dois motivos. Primeiro, pela inércia da diretoria, pelo menos até o momento, para qualificar o grupo. Depois, pela série de lesões que atingiram alguns dos principais nomes do time.
Dos grandes de São Paulo, o Palmeiras foi o que menos se reforçou: chegaram Léo, Márcio Araújo, Eduardo e Edinho.
Se na pré-temporada os boatos apontavam para Kléber e Valdivia, agora já se fala em peças menos conhecidas, como Pablo Velázquez, do Libertad (Paraguai). "Está um pouco difícil porque esbarra na parte econômica", lamenta Muricy.
Além disso, de uma só vez a equipe perdeu três jogadores, o goleiro Marcos, o zagueiro Léo e o meia Diego Souza, que se uniram a Maurício Ramos e Bruno no departamento médico. Para o clássico, apenas Marcos tem retorno garantido.


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