São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Mundial impulsiona futebol em 3D na TV

Canais nos EUA e no Reino Unido já testam com êxito a nova tecnologia

Pubs britânicos exibem hoje clássico do Inglês em três dimensões e ESPN lançará canal só com esse conteúdo no dia da abertura da Copa

SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se a consagração do filme "Avatar", de James Cameron, como maior bilheteria mundial da história já comprovou que o público adotou o 3D como um novo jeito de ver cinema, agora começa a chegar a vez da nova tecnologia alterar a maneira de assistir a eventos esportivos.
Hoje à tarde, em pubs de Londres, Manchester, Cardiff, Edimburgo e Dublin, algumas centenas de torcedores afortunados poderão acompanhar os lances do clássico entre Arsenal e Manchester United em três dimensões. Será a primeira transmissão mundial ao vivo de uma partida em 3D. E foi justamente o diretor James Cameron quem deu suporte aos técnicos britânicos na realização.
"A passagem da transmissão em preto e branco para colorida foi um dos grandes momentos da televisão. Com o 3D, traremos uma profundidade que não se obtém com os meios tradicionais. É preciso ver para crer", diz Darren Long, diretor de operações da Sky Sports.
A emissora inglesa, responsável pela exibição do clássico, pretende ampliar as transmissões com a tecnologia até abril. Além da Premier League, rúgbi e golfe são os alvos.
Nos EUA, a ESPN planeja a inauguração de um canal inteiramente em 3D. E a data para a estreia não poderia ser mais auspiciosa: 11 de junho, dia da abertura da Copa da África do Sul, quando será exibida, em três dimensões, a partida entre África do Sul e México.
Durante a Copa, a emissora fará a captação e transmissão de outros 24 jogos em três dimensões. Para preencher a programação, seu canal 3D terá partidas da NBA (liga profissional de basquete) e eventos do X-Games (esportes radicais), além de jogos de basquete e futebol americano universitários.
Não é de hoje que a emissora capta eventos esportivos com a nova tecnologia. "Estamos testando o 3D há mais de dois anos", conta André Quadra, diretor de marketing da ESPN no Brasil. Em setembro do ano passado, a emissora captou um jogo de futebol americano entre as universidades de Califórnia e Ohio. O resultado foi exibido com sucesso no campus da universidade californiana e em cinemas de três Estados.
No Brasil, eventos esportivos nunca foram filmados em 3D.
Mais do que captação, falta ainda no Brasil a TV propriamente dita, que, como nos cinemas, necessita de um óculos especial para dar o efeito de profundidade característico do 3D.
Após demonstrações neste mês na feira mundial de eletrônicos em Las Vegas, grandes fabricantes começarão a vender os aparelhos em abril, mas só nos EUA, na Europa e no Japão. A Panasonic deve ser a primeira a comercializar TVs 3D -ainda não há preço definido.
"Temos esperanças de começar a vender aqui neste ano", estima Lúcio Pereira, gerente de comunicação e propaganda da Sony. A Samsung também planeja introduzir modelos no mercado brasileiro em 2010.
Se as emissoras precisam dos aparelhos nas lojas para investir na captação, fabricantes reclamam justamente da falta de conteúdo no Brasil para lançar as TVs no mercado.
"Não é interessante oferecer um equipamento sem que o consumidor possa desfrutar deste diferencial. O conteúdo será preponderante para o lançamento das TVs no Brasil", argumenta Daniel Kawano, analista de produto da Panasonic.


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