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foi campeão!
Lobby de seis meses dá a Palmeiras título mundial
Para Fifa reconhecer Copa Rio-51, clube teve ajuda até de deputado federal
Fax que homologa o título foi enviado à CBF em 9 de março, 21 dias antes de a entidade nacional notificar oficialmente o time paulista
Fernando Santos/Folha Imagem
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O presidente Affonso della Monica ergue a taça da Copa Rio de 1951 |
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras é, desde ontem,
campeão mundial reconhecido
pela Fifa. E até que a Copa Rio
de 1951 fosse elevada ao status
de "primeiro campeonato
mundial de clubes" um esforço
político sem precedentes e que
se arrastou por quase seis meses foi necessário.
A Folha apurou que, para
que o processo chegasse ao
ponto de a CBF comunicar o
clube anteontem, via fax, a legitimidade da conquista, o Palmeiras precisou fazer lobby
com políticos e cartolas.
A luta começou entre o fim
de setembro e o começo de outubro do ano passado, pouco
depois que o clube percebeu
que, mesmo tendo entregado
um extenso dossiê atestando o
caráter de torneio mundial, teria que fazer mais que isso para
que a Fifa desse seu aval ao título obtido no Rio há 56 anos.
Depois da visita do presidente da entidade do futebol mundial, Joseph Blatter, ao Brasil
para uma audiência com o presidente Lula veio a idéia de
aproveitar o momento para
questionar o cartola, via Embaixada do Brasil na Suíça, sobre o andamento do processo
de reconhecimento. Informalmente, conselheiros palmeirenses pediram ao então presidente da Câmara de Deputados
Aldo Rebelo (PC do B) que ajudasse a realizar esse contato.
Após o questionamento da
Embaixada do Brasil na Suíça,
feita por carta endereçada a
Blatter, em que o país também
lhe agradecia a visita a Lula, o
presidente da Fifa repassou a
responsabilidade de tratar do
caso a Urs Linsi, secretário-geral da entidade. Este, por sua
vez, o encaminhou à CBF.
Cientes de que a palavra da
CBF seria decisiva para o título
mundial, cartolas do Palmeiras
tiveram que convencer Ricardo
Teixeira a dar o seu sim.
O argumento usado foi o de
que, dando seu aval à Fifa para
que a Copa Rio-51 virasse o primeiro Mundial de Clubes, Teixeira teria a seu favor a gratidão de três palmeirenses ilustres que poderiam lhe ser úteis
para o andamento do projeto
do Brasil para sediar a Copa-2014: o deputado Aldo Rebelo,
o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o presidente
da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero.
Teixeira pôde perceber o
quanto a homologação do título de 1951 era importante para
os palmeirenses durante o encontro com Serra, na última
quarta-feira. Na entrevista coletiva, o governador paulista
declarou que seu papel para
ajudar o clube do coração a se
tornar campeão do mundo fora
convencer Teixeira de como os
palmeirenses consideravam
relevante o título.
Coincidência ou não, a oficialização do Palmeiras campeão do mundo de 1951 só
ocorreu depois da reunião. O
sim da Fifa ao pedido palmeirense, porém, já ocorrera bem
antes. Desde o dia 9 de março a
CBF tinha em seu poder um fax
da Fifa, com a assinatura do secretário-geral Urs Linsi, reconhecendo a Copa Rio como o
primeiro Mundial de Clubes.
Apesar disso, a própria Fifa
parecia desconhecer esse seu
aval. No início desta semana,
ao ser questionada pela Folha,
a entidade mundial respondeu
que somente os Mundiais de
2000, 2005 e 2006 haviam sido
realizados sob sua chancela.
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