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Resultado até que foi bom para a seleção
MATINAS SUZUKI JR.
do Conselho Editorial
Meus amigos, meus inimigos,
4 a 2 até que foi bom.
Poderia ter sido, tranquilamente, 6 a 2, pois os noruegueses deixaram de converter
duas bolas quando estavam
face a face com Taffarel.
A seleção brasileira voltou a
mostra a sua deficiência estrutural desde que o velho Lobo
do fut Zagallo assumiu o seu
comando após a Copa de 94.
Há quase um consenso internacional entre técnicos e estudiosos de táticas de futebol que
o velho sistema de quatro zagueiros, mais dois volantes à
frente, adotado pelo Brasil,
não é o mais eficiente em termos de marcação.
Essa deficiência estrutural,
no caso de Zagallo, é acentuada pela grave deformação do
técnico, que não trabalha taticamente o posicionamento dos
jogadores de defesa, deixando-os entregues ao improviso e
ao sabor do talento individual,
em um setor onde cada vez
mais o que conta é a aplicação
tática e o posicionamento.
Depois de três anos e de mais
de 30 jogos, a seleção brasileira
continua em uma preocupante
estaca zero nesse setor, e, se
Zagallo não se conscientizar
da importância de realizar um
trabalho intensivo com os jogadores da defesa, a seleção
brasileira corre o risco de passar por novos vexames.
No primeiro e no quarto gol
da Noruega, Célio Silva deixou
a área para dar combate e não
teve, inexplicavelmente, cobertura nem dos laterais e nem
dos cabeças-de-área.
No segundo e no terceiro,
Márcio Santos caiu para o setor de Roberto Carlos e o fenômeno da ausência de cobertura se repetiu.
Como os comentaristas Paulo Roberto Falcão e Tostão têm
demonstrado à exaustão, o padrão brasileiro de quatro zagueiros em linha é um convite
para que dois adversários fiquem frente a frente contra
dois ou apenas um zagueiro
dentro da área, como cansou
de acontecer em Oslo.
Dunga e Mauro Silva não tiveram função tática nenhuma
na partida. Estão lentos e viraram apenas trombadores que
nem sequer cobrem os espaços
vazios (também revelaram-se
nulidades como alternativa
para vir com a bola dominada
de trás, já que o ataque estava
muito bem marcado).
Houve até um momento patético no segundo tempo: os
dois correndo feito desesperados para conter o atacante Fore André Flo e só conseguindo
com uma falta de Dunga.
Quando o ataque brasileiro
não funciona -e com isso,
compensa os erros da defesa-, a seleção brasileira vira
um time incrivelmente frágil.
Santos e São Paulo têm tudo
para fazer, hoje à noite, um jogo de prender a atenção até
dos que não torcem nem para
um nem para o outro.
São dois times com vocação
ofensiva, e a obrigação de vencer do alvinegro esquentará o
frio que corta São Paulo.
Espero menos do jogo de
amanhã no Morumbi, pois o
Palmeiras é uma incógnita.
Contudo, como todo mistério, pode dar algum susto.
Um pequeno balanço das seleções dos mais elegantes até
agora: Carlos Alberto foi o
mais votado, com dez votos;
Falcão e Beckenbauer dividem
o 2º lugar com nove; Didi é o
terceiro com oito; e Newton
Santos e Cruyff têm sete votos.
Matinas Suzuki Jr. escreve às terças, quintas e
sábados.
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