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FUTEBOL
Torres pede equipe e viagens, mas não sabe nem se será remunerado
CBF deixa o ouvidor do Brasileiro sem regalias
RICARDO WESTIN
DA SUCURSAL DO RIO
Toda a empolgação que Carlos
Alberto Torres não conseguia esconder desde que foi convidado
para ser o ouvidor da CBF no Brasileiro foi fortemente abalada por
uma conversa que teve com o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, na noite de anteontem.
Torres, 57, o capitão da seleção
que conquistou o tricampeonato
na Copa de 1970, recebeu o convite na segunda-feira. Desde então,
vinha dizendo que seria imprescindível que tivesse uma equipe
de trabalho e que viajasse pelo
país para acompanhar as rodadas
do Nacional, que se estende até
meados de dezembro.
Segundo o capítulo do Estatuto
do Torcedor que trata da "transparência na organização", o ouvidor tem como obrigações receber
sugestões e reclamações dos torcedores, propor soluções e encaminhá-las à entidade que organiza a competição, a CBF.
Ao criar a figura do ouvidor, a
entidade adota a segunda novidade para se adaptar às exigências
do estatuto. A primeira foi a realização de sorteios públicos para
definir os árbitros dos jogos.
"Preciso ter condições de realizar um bom trabalho. Não adianta ser nomeado e não fazer nada.
Isso eu não quero", afirmava Torres antes da reunião na CBF,
acrescentando que já tinha na cabeça como seria sua equipe.
No entanto ele saiu do encontro
aparentemente conformado com
o fato de que não comandaria nenhuma equipe nem faria viagens.
Apesar de suas exigências terem
sido derrubadas, não desistiu de
ser o ouvidor do Nacional. "Isso
[equipe e viagens] não é mais tão
necessário", disse o ex-jogador.
Segundo Torres, a CBF argumentou que as federações designarão 25 orientadores para cada
jogo realizado em seus Estados.
Eles ficarão encarregados de ouvir os torcedores e repassar as sugestões e reclamações para o ouvidor. Entretanto ele disse que esporadicamente poderá viajar.
Torres também ouvirá a torcida
por meio de carta e de e-mail
(torres.ouvidor@cbffutebol.com.
br). Segundo o estatuto, ele terá
que responder pelo mesmo meio
de comunicação utilizado pelo
torcedor, em no máximo 30 dias.
A convite do prefeito Cesar
Maia, o capitão do tri trabalha há
dois meses como presidente da
Rio Esportes, fundação que cuida
dos projetos sociais do Rio na
área de esportes. Ele diz que será
possível conciliar as duas funções:
"Vou vir aqui [sede da CBF] pelo
menos uma vez por semana".
Outro ponto polêmico e que, segundo Torres, não ficou esclarecido na reunião na CBF é se o ouvidor receberá pelo trabalho.
O Estatuto do Torcedor diz que
a função "poderá se remunerada"
pelos clubes participantes.
"Conhecendo o alto grau de
profissionalismo da CBF, tenho
certeza absoluta de que receberei
por isso", afirmava o ouvidor até
quinta-feira. Porém ele deixou a
entidade sem uma definição.
"Não tocamos no assunto."
O ex-presidente do Fluminense
Francisco Horta, que foi nomeado ouvidor da Copa do Brasil
(horta.ouvidor@cbffutebol.com.br) e também participou do encontro com Teixeira, declarou
que não quer receber.
Ele, que precisa cuidar só dos
dois jogos da final, disse que aceitou o cargo "por amor ao futebol". "O fundamental é servir",
disse Horta, para emendar depois: "Mas tenho certeza de que o
Carlos Alberto será remunerado".
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