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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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F-1

Por conta do novo regulamento, tradicional prova, de ruas estreitas e poucas ultrapassagens, deve provocar surpresas

Mônaco aguarda seu grid mais maluco

Thanassis Stavrakis/Associated Press
Técnico consulta dados do carro de Fernando Alonso nos treinos de anteontem em Mônaco, onde a F-1 corre pela primeira vez com as novas regras em um circuito de rua


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

O dia em Mônaco, ontem, era para ter sido de folga para a F-1. Uma tradição sagrada do mais charmoso GP do automobilismo.
Mas, pelo vai-e-vem frenético dos engenheiros, técnicos e pilotos pela área do porto, onde é montado o paddock, ficou claro que esse hábito foi abandonado.
O motivo, o novo regulamento da categoria. Pela primeira vez, a F-1 correrá com suas novas regras em um circuito de rua, onde as ultrapassagens são complicadas, impossíveis em muitos trechos.
Por isso, em Mônaco, mais do que em outras pistas, as equipes tentam largar na frente do grid a qualquer custo. E, neste ano, poderão blefar para conseguir isso, amparadas pelas novas regras.
Times médios, como Renault, Jordan, Jaguar, Sauber ou BAR, devem colocar seus pilotos no treino oficial com pouquíssima gasolina no tanque. Assim, poderão largar amanhã na frente de forças como Ferrari e McLaren.
Mesmo tendo que parar para reabastecer no início do GP, esses pilotos voltarão à pista na luta por posições intermediárias, à frente do que estariam normalmente. E já terão conseguido visibilidade para os patrocinadores.
Há outra questão: pilotos de times de ponta devem aliviar o ritmo no treino oficial para escapar dos muros de Mônaco.
Uma batida na volta lançada significaria largar na última colocação amanhã. Seus colegas de equipes menores, que não têm muita coisa a perder, estarão livres para acelerar à vontade.
No paddock, a opinião geral é que vários tabus devem cair no grid de Mônaco, provavelmente o mais "maluco" de todo o ano.
A sessão que define o grid para a sétima etapa do Mundial de F-1 acontece a partir das 9h (de Brasília), com TV. Amanhã, a largada do GP será no mesmo horário.
"O desafio para definir a estratégia certa para esta corrida será muito maior, já que praticamente não há pontos de ultrapassagem na pista", disse Michael Schumacher, que anteontem fez o melhor tempo na pré-classificação.
"Com certeza vai ter muita gente andando com pouca gasolina no treino de classificação para conseguir largar na frente", afirmou Rubens Barrichello, companheiro do alemão na Ferrari.
Até Juan Pablo Montoya, conhecido por exagerar a dose em alguns treinos, reconhece que precisará ser cauteloso hoje. "Se você bater, tem que largar em último. Aqui, isso significa dizer adeus para a zona de pontuação [oito primeiros colocados]."
Um dos que já deram dicas sobre usar pouca gasolina no treino foi Jenson Button, terceiro colocado ontem -posição raríssima para a BAR, sua equipe. "Tendo em vista nossa estratégia, dá para lutar pelos primeiros lugares."
A Renault parece ser a mais animada com a perspectiva de uma surpresa. Na Malásia, no início do Mundial, o time já usou o novo regulamento para colocar seus dois pilotos, Jarno Trulli e Fernando Alonso, na primeira fila.
Em Mônaco, Flavio Briatore, chefe da equipe, diz que estuda um "plano revolucionário".
Pelas regras impostas pela FIA (entidade máxima do automobilismo) neste ano, os times não podem mexer nos carros entre o treino oficial e a largada. Ou seja, a quantidade de combustível no final de sessão de hoje será a mesma do início da corrida, amanhã.

NA TV - Treino oficial para o GP de Mônaco, na Globo, ao vivo, às 9h


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