São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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FUTEBOL

Na estréia do técnico, time do Parque São Jorge joga na defesa e consegue empate que impede o rival de ser líder

Com Tite, Corinthians segura o São Paulo

EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians cumpriu a promessa do estreante Tite, preocupou-se mais em se defender e marcou um gol de falta para empatar com o São Paulo em 1 a 1.
O substituto de Oswaldo de Oliveira escancarara que seu time atuaria na defesa, mas planejara um gol de bola parada. Foi assim que Renato empatou o jogo, após Fábio Simplício abrir o placar.
O empate recuperou os corintianos da goleada de 5 a 0 para o Atlético-PR, que derrubou Oliveira, e fez o time do Morumbi desperdiçar a chance de alcançar ontem a liderança do Brasileiro.
Com o resultado de ontem, o Corinthians subiu uma posição e é o 16º colocado, com oito pontos. O São Paulo, com 15, ocupa o segundo lugar da competição.
"Pelo que nosso time vem jogando, o empate foi melhor para eles", declarou o goleiro Rogério.
Os são-paulinos reclamaram de um pênalti cometido pelo zagueiro Valdson em Fábio Simplício no primeiro tempo. "Ele não vai confirmar, mas em campo admitiu que foi pênalti", disse Simplício.
"Só brinquei com o Simplício. Falei que se fosse o juiz, teria dado o pênalti", afirmou Valdson.
"Hoje fomos prejudicados, não há dúvida", disse o técnico Cuca.
Com três zagueiros de cada lado, os times tiveram dificuldade para atacar. Fábio Costa e Rogério levaram um gol cada na etapa inicial, mas tiveram pouco trabalho no jogo. O corintiano fez quatro defesas, o são-paulino, só duas.
A entrada do terceiro zagueiro no time do Morumbi, que ontem atuou sem o atacante Luis Fabiano, na seleção, foi uma surpresa preparada por Cuca, que tirou o meia Danilo e escalou na função o volante Renan para marcar Gil. O atacante corintiano, que não faz um gol há seis meses, acabou o jogo com só uma finalização.
No Corinthians, a formação com três zagueiros já fora ensaiada desde o primeiro treino comandado por Tite no clube. O volante Wendel se juntou a Anderson e Valdson atrás.
O cuidado que sobrou aos times na defesa faltou no meio-campo. Corinthians e São Paulo entraram sem especialistas na armação. Tite colocou Fabinho para armar. Cuca escalou Gabriel, que foi trocado por Vélber na etapa final.
A principal diferença entre os times ocorreu nas trocas de bola. O Corinthians errou quase o dobro de passes que o rival: 64 contra 37, segundo o Datafolha.
Num desses erros, Gabriel acionou Fábio Simplício. O volante tabelou com Diego Tardelli e chutou para fazer 1 a 0, aos 26min.
Diferentemente do que vinha ocorrendo com Oswaldo de Oliveira, os corintianos não se descontrolaram. Aos 34min, Renato empatou. A bola passou por baixo da barreira. Rogério nem se mexeu. "Sabia que a barreira pularia. Deu certo", afirmou o meia.
A comemoração no banco corintiano lembrou a de um gol em decisão de campeonato. Após se abraçarem, jogadores e comissão técnica vibraram com a torcida.
Os são-paulinos atacaram mais na etapa inicial. Foram 11 finalizações, contra duas.
O Corinthians voltou do intervalo sem Zé Carlos, que já tinha cartão amarelo e não foi expulso após falta violenta. O zagueiro Betão entrou em seu lugar e Wendel foi para o meio. Apesar da entrada de armadores, as finalizações foram raras. O São Paulo fez seis, e o Corinthians, quatro. "O empate foi bom. Se perdêssemos, iriam dizer que o time é uma porcaria", disse Fábio Costa.


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