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FUTEBOL
Na estréia do técnico, time do Parque São Jorge joga na defesa e consegue empate que impede o rival de ser líder
Com Tite, Corinthians segura o São Paulo
EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians cumpriu a promessa do estreante Tite, preocupou-se mais em se defender e
marcou um gol de falta para empatar com o São Paulo em 1 a 1.
O substituto de Oswaldo de Oliveira escancarara que seu time
atuaria na defesa, mas planejara
um gol de bola parada. Foi assim
que Renato empatou o jogo, após
Fábio Simplício abrir o placar.
O empate recuperou os corintianos da goleada de 5 a 0 para o
Atlético-PR, que derrubou Oliveira, e fez o time do Morumbi desperdiçar a chance de alcançar ontem a liderança do Brasileiro.
Com o resultado de ontem, o
Corinthians subiu uma posição e
é o 16º colocado, com oito pontos.
O São Paulo, com 15, ocupa o segundo lugar da competição.
"Pelo que nosso time vem jogando, o empate foi melhor para
eles", declarou o goleiro Rogério.
Os são-paulinos reclamaram de
um pênalti cometido pelo zagueiro Valdson em Fábio Simplício no
primeiro tempo. "Ele não vai confirmar, mas em campo admitiu
que foi pênalti", disse Simplício.
"Só brinquei com o Simplício.
Falei que se fosse o juiz, teria dado
o pênalti", afirmou Valdson.
"Hoje fomos prejudicados, não
há dúvida", disse o técnico Cuca.
Com três zagueiros de cada lado, os times tiveram dificuldade
para atacar. Fábio Costa e Rogério
levaram um gol cada na etapa inicial, mas tiveram pouco trabalho
no jogo. O corintiano fez quatro
defesas, o são-paulino, só duas.
A entrada do terceiro zagueiro
no time do Morumbi, que ontem
atuou sem o atacante Luis Fabiano, na seleção, foi uma surpresa
preparada por Cuca, que tirou o
meia Danilo e escalou na função o
volante Renan para marcar Gil. O
atacante corintiano, que não faz
um gol há seis meses, acabou o jogo com só uma finalização.
No Corinthians, a formação
com três zagueiros já fora ensaiada desde o primeiro treino comandado por Tite no clube. O volante Wendel se juntou a Anderson e Valdson atrás.
O cuidado que sobrou aos times
na defesa faltou no meio-campo.
Corinthians e São Paulo entraram
sem especialistas na armação. Tite colocou Fabinho para armar.
Cuca escalou Gabriel, que foi trocado por Vélber na etapa final.
A principal diferença entre os times ocorreu nas trocas de bola. O
Corinthians errou quase o dobro
de passes que o rival: 64 contra 37,
segundo o Datafolha.
Num desses erros, Gabriel acionou Fábio Simplício. O volante tabelou com Diego Tardelli e chutou para fazer 1 a 0, aos 26min.
Diferentemente do que vinha
ocorrendo com Oswaldo de Oliveira, os corintianos não se descontrolaram. Aos 34min, Renato
empatou. A bola passou por baixo
da barreira. Rogério nem se mexeu. "Sabia que a barreira pularia.
Deu certo", afirmou o meia.
A comemoração no banco corintiano lembrou a de um gol em
decisão de campeonato. Após se
abraçarem, jogadores e comissão
técnica vibraram com a torcida.
Os são-paulinos atacaram mais
na etapa inicial. Foram 11 finalizações, contra duas.
O Corinthians voltou do intervalo sem Zé Carlos, que já tinha
cartão amarelo e não foi expulso
após falta violenta. O zagueiro Betão entrou em seu lugar e Wendel
foi para o meio. Apesar da entrada de armadores, as finalizações
foram raras. O São Paulo fez seis, e
o Corinthians, quatro. "O empate
foi bom. Se perdêssemos, iriam
dizer que o time é uma porcaria",
disse Fábio Costa.
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