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F-1
Em Nurburgring, piloto da Ferrari alcança seu 76º triunfo na categoria, mais do que os 24 do argentino e os 51 do francês
Schumacher vence e supera a soma de Fangio e Prost
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A NURBURGRING
Mito do esporte, o pentacampeão Juan Manuel Fangio venceu
24 corridas na F-1. Tetracampeão
da categoria e um dos melhores
da história, Alain Prost ganhou 51
vezes. Sozinho, Michael Schumacher ultrapassou os dois ontem.
O alemão venceu o GP da Europa, em Nurburgring, na Alemanha. Foi sua sexta vitória em sete
provas no ano. A 76ª da carreira. E
uma a mais do que o argentino e o
francês conseguiram juntos.
Em segundo, estabelecendo a
quarta dobradinha da Ferrari nesta temporada, chegou Rubens
Barrichello. O inglês Jenson Button, da BAR, completou o pódio.
Largando da pole, Schumacher
dominou o GP e fez a melhor volta. Foi a quarta vez no ano em que
fez um fim de semana perfeito.
"Não foi fácil como muita gente
pode imaginar. O que me ajudou
muito foi o Kimi ter segurado o
pelotão atrás de mim logo no começo da prova", declarou.
Saindo em quarto lugar, Kimi
Raikkonen pulou para segundo
na largada, bloqueando carros
mais rápidos como o BAR de Takuma Sato e o Renault de Fernando Alonso. Era tudo o que o alemão queria, já que ele estava com
pouca gasolina e teria que antecipar seu primeiro pit stop.
Schumacher fechou a primeira
volta 2s4 à frente do finlandês. Na
segunda volta, sua vantagem já
era de 3s9. Quando entrou nos
boxes, na oitava volta, já havia
aberto 17 segundos de folga.
Retornou à pista em sexto, mas
reassumiu a ponta na 16ª volta
após a primeira rodada de pits.
A partir de então, não deixou
mais a liderança da corrida. Nem
quando entrou nos boxes novamente, na 28ª e na 44ª voltas.
Seu único susto veio na 39ª,
quando quase bateu em Mark
Webber, da Jaguar, que saía dos
boxes. O alemão precisou mudar
a trajetória bruscamente para não
abalroar o carro do australiano.
"Eu não consigo imaginar o que
passou pela cabeça dele. O Mark
deveria ter visto que eu estava rápido na pista. Quando percebi, ele
estava vindo em minha direção.
Não entendi até agora o que ele
tentou fazer", disse o alemão.
No pódio, a dupla ferrarista não
comemorou, não vibrou, não
abriu o champanhe. Uma homenagem a Umberto Agnelli, presidente da Fiat, morto na sexta. A
montadora controla a escuderia.
No cockpit, porém, ao cruzar a
linha de chegada, Schumacher esqueceu o luto e não se segurou.
Punhos fechados, erguidos, celebrou mais do que o normal.
Um desabafo pelas críticas que
sofreu após o acidente em Mônaco, uma semana atrás. Um erro
raro, de um piloto que, não contente com recordes, agora já começa a superar mitos. Em dupla.
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