São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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F-1

Em Nurburgring, piloto da Ferrari alcança seu 76º triunfo na categoria, mais do que os 24 do argentino e os 51 do francês

Schumacher vence e supera a soma de Fangio e Prost

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A NURBURGRING

Mito do esporte, o pentacampeão Juan Manuel Fangio venceu 24 corridas na F-1. Tetracampeão da categoria e um dos melhores da história, Alain Prost ganhou 51 vezes. Sozinho, Michael Schumacher ultrapassou os dois ontem.
O alemão venceu o GP da Europa, em Nurburgring, na Alemanha. Foi sua sexta vitória em sete provas no ano. A 76ª da carreira. E uma a mais do que o argentino e o francês conseguiram juntos.
Em segundo, estabelecendo a quarta dobradinha da Ferrari nesta temporada, chegou Rubens Barrichello. O inglês Jenson Button, da BAR, completou o pódio.
Largando da pole, Schumacher dominou o GP e fez a melhor volta. Foi a quarta vez no ano em que fez um fim de semana perfeito.
"Não foi fácil como muita gente pode imaginar. O que me ajudou muito foi o Kimi ter segurado o pelotão atrás de mim logo no começo da prova", declarou.
Saindo em quarto lugar, Kimi Raikkonen pulou para segundo na largada, bloqueando carros mais rápidos como o BAR de Takuma Sato e o Renault de Fernando Alonso. Era tudo o que o alemão queria, já que ele estava com pouca gasolina e teria que antecipar seu primeiro pit stop.
Schumacher fechou a primeira volta 2s4 à frente do finlandês. Na segunda volta, sua vantagem já era de 3s9. Quando entrou nos boxes, na oitava volta, já havia aberto 17 segundos de folga.
Retornou à pista em sexto, mas reassumiu a ponta na 16ª volta após a primeira rodada de pits.
A partir de então, não deixou mais a liderança da corrida. Nem quando entrou nos boxes novamente, na 28ª e na 44ª voltas.
Seu único susto veio na 39ª, quando quase bateu em Mark Webber, da Jaguar, que saía dos boxes. O alemão precisou mudar a trajetória bruscamente para não abalroar o carro do australiano.
"Eu não consigo imaginar o que passou pela cabeça dele. O Mark deveria ter visto que eu estava rápido na pista. Quando percebi, ele estava vindo em minha direção. Não entendi até agora o que ele tentou fazer", disse o alemão.
No pódio, a dupla ferrarista não comemorou, não vibrou, não abriu o champanhe. Uma homenagem a Umberto Agnelli, presidente da Fiat, morto na sexta. A montadora controla a escuderia.
No cockpit, porém, ao cruzar a linha de chegada, Schumacher esqueceu o luto e não se segurou. Punhos fechados, erguidos, celebrou mais do que o normal.
Um desabafo pelas críticas que sofreu após o acidente em Mônaco, uma semana atrás. Um erro raro, de um piloto que, não contente com recordes, agora já começa a superar mitos. Em dupla.


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