São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 2006

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Copa 2006

Seleção bate recorde, mas nem time acha que valeu como jogo

Flávio Florido/Folha Imagem
Ronaldo, autor de dois gols ontem, um em cada tempo, observa salto do goleiro do Lucerna


No seu melhor placar em ano de Copa do Mundo, Brasil marca oito gols no inexpressivo Lucerna

FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
EDUARDO VIEIRA DA COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS À BASILÉIA

Foi um daqueles recordes para virar nota de rodapé.
Contra um campeão suíço da segunda divisão, ainda enfraquecido por jogadores já aposentados e em férias, o Brasil conseguiu ontem sua maior goleada num aquecimento em ano de Copa na sua história.
A vitória por 8 a 0 contra o Lucerna, na Basiléia, superou os 7 a 0 aplicados na Irlanda, em 1982, mesmo placar de 1978, contra seleção do interior do Rio, de Totonho e Coca.
"Foi um bom treino", disse, ainda no gramado, o técnico Carlos Alberto Parreira, que diz querer mais marcação e ritmo da sua equipe, que estréia na Copa da Alemanha no dia 13, contra a Croácia, em Berlim.
Depois, ele aumentou o tom em relação a tratar o massacre da Basiléia como coisa mais séria. "Teve transmissão para o Brasil, muita gente no exterior viu e era a amarelinha que estava em campo. Então vocês podem tratar [a partida] como o nosso primeiro jogo-treino."
Principal destaque brasileiro, Kaká não mostrou o mesmo entusiasmo sobre a partida. "Enfrentar um clube não é o mesmo que jogar contra uma seleção nacional", falou o autor do primeiro gol e do passe para outros dois tentos brasileiros.
Se teve validade para o treinador, o confronto não tem importância histórica para os jogadores que marcaram gols, incluindo Ronaldo (fez dois).
A Fifa só computa em seus registros históricos o que acontece em jogos entre seleções nacionais, chamados oficiais.
No domingo, no seu último amistoso antes de a bola começar a rolar na Alemanha, o Brasil vai enfrentar um time nacional, mas de qualidade duvidosa -a Nova Zelândia não está nem entre as 100 melhores equipes do ranking elaborado pela Fifa mensalmente.
Ambas as partidas foram exploradas pela agência Kentaro, que gastou cerca de US$ 2 milhões para trazer a seleção para a Suíça em troca desse direito (além da permissão para vender ingressos e placas publicitárias nos treinos de Weggis).
As peladas brasileiras (no domingo o time venceu os juniores do Fluminense por 13 a 1) acontecem no mesmo período em que classificados para o Mundial disputam amistosos entre eles e bastante quentes.
Ontem, o Japão, rival brasileiro na primeira fase, saiu vencendo a Alemanha por 2 a 0, mas cedeu o empate no final. "Nosso grupo é bem difícil", analisou o zagueiro Lúcio.
Desde 1990, a CBF adota a tática de enfrentar times fracos antes do Mundial. Ganhou dois títulos e fracassou duas vezes.
Após o jogo com a Nova Zelândia o time vai à Alemanha.


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