São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2011

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Blatter promove distribuição de dinheiro em meio à campanha

DO ENVIADO A ZURIQUE

Se seus opositores são acusados de comprar votos, o presidente Joseph Blatter aumentou a distribuição de dinheiro oficial da Fifa à federações eleitoras em 2010, pouco antes de sua campanha para continuar no cargo.
Um exemplo do efeito desta sua prática foi visto no último Congresso da Fifa, na África do Sul, em junho de 2010, época da Copa.
Quando o mandatário anunciou pagamento extra às confederações continentais e associações nacionais, foi aplaudido de pé até por delegados que cochilavam pouco tempo antes.
Naquela ocasião, destinara US$ 250 mil para cada um dos 208 membros da Fifa, e outros US$ 2,5 milhões para cada confederação continental. Ao final do ano, ofereceu mais outros pagamentos iguais a esses aos filiados.
Resultado: deu um total de US$ 144 milhões extras pelo FAP (Programa de Assistência Financeira) para a administração das federações.
No total, ele pagou US$ 350 milhões de 2007 a 2010 nesse programa aos eleitores. No período anterior, de 2003 a 2006, foram US$ 208 milhões. Dessa vez, a maior distribuição se deu perto da eleição com a cota extra.
Outro programa inflado pelo mandatário suíço foi o Goal, que é destinado mais especialmente a projetos técnicos de futebol e também é administrado pelas federações nacionais.
De 2009 para 2010, saltou de US$ 28,2 milhões para US$ 42,5 milhões. O programa atinge países pobres em regiões com muitos votos, como África, Ásia e Caribe.
Há um programa social (Win in Africa) só para africanos. Nesse, o valor repassado mais do que dobrou, de US$ 4,6 milhões para US$ 11,9 milhões no ano passado.
Blatter aproveitou-se da situação financeira confortável da Fifa nos últimos quatro anos, com receita de US$ 4,2 bilhões no período.
E, durante a atual campanha presidencial, tem prometido ainda mais dinheiro. O cartola quer atingir a meta de dar US$ 1 bilhão para as federações no atual quadriênio, até 2014. (RM)


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