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balanço
Co-Rio ignora erros no Pan e diz que faria tudo igual
Apesar das críticas em relação a ingressos e instalações provisórias, Nuzman afirma não se arrepender de nada
Organização credita quebra de 123 recordes à comida servida na Vila e cita que toda a receita arrecadada será usada no final das operações
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Em sua avaliação final sobre
o Pan, o Co-Rio, comitê organizador dos Jogos, ignorou as falhas ocorridas durante o evento
e considerou bem-sucedidas as
operações. E repetiu que pretende realizar uma Olimpíada.
A apresentação não mencionou problemas relacionados à
venda de ingressos, às instalações esportivas provisórias, ao
despreparo de voluntários e ao
comportamento da torcida.
Também não foi citada a multiplicação por nove dos gastos
previstos com a competição,
que custou R$ 3,7 bilhões.
Quando questionada sobre
esses fatos, a diretoria do Co-Rio minimizou-os e culpou terceiros. Ressaltou méritos, como o sistema de transporte, as
instalações esportivas, a segurança e o funcionamento das
competições. Até atribuiu a
quebra de 123 recordes pan-americanos à comida da Vila.
"Não temos arrependimento
de nada. Faríamos tudo igual se
começasse de novo", afirmou o
presidente do Co-Rio, Carlos
Arthur Nuzman, que só admitiu pequenos problemas na
venda dos ingressos.
Em relação a isso, por exemplo, o comitê informou ter registrado só 0,3% de bilhetes devolvidos, ou seja, 3.395 pessoas
do total de cerca de 1 milhão
que compraram entradas.
Só que houve diversas reclamações de pessoas que compraram ingressos pela internet
e não os receberam, de mudança de horários em jogos, de desrespeito à numeração e da presença de cambistas. O próprio
Co-Rio indica que foram instalados dois Serviços de Atendimento ao Consumidor extras
durante os Jogos.
O relatório do comitê diz que
não houve incidente com a torcida. "O único problema foi na
tribuna de honra, com dirigentes que foram descredenciados", disse o secretário-executivo do Co-Rio, Carlos Roberto
Osório, sobre a briga de cartolas e atletas brasileiros e cubanos na arena do judô. Nesse dia,
torcedores jogaram objetos na
área de competição, o que levou
os árbitros a deixarem o local..
As vaias da torcida foram
uma constante na competição,
inclusive em esportes como a
ginástica, que exigem concentração. Até atletas brasileiros
reclamaram. "Foi uma minoria.
É questão evolutiva", disse
Nuzman, condenando as vaias.
As instalações esportivas tiveram destaque, segundo os
cartolas. Ressaltaram elogios
de estrangeiros às instalações.
"O único problema foi com o
softbol e o beisebol, porque
uma ventania fora do comum
atingiu o Rio e danificou as instalações", explicou o dirigente,
que também preside o Comitê
Olímpico Brasileiro. As chuvas
encharcaram o campo, o que
adiou o beisebol e impediu a
realização das finais do softbol.
Já as pistas de BMX e mountain bike, no morro do Outeiro,
ficaram em estado precário.
Voluntários, que não sabiam
dar informações, tiravam fotos
com atletas e até usaram as instalações do Pan para competição própria, foram exaltados.
"Talvez a operação mais bem-sucedida do Pan", disse Osório.
Diferentemente do que o Co-Rio havia cogitado antes, não
sobrará receita dos Jogos para
ser devolvida aos cofres públicos. Ainda não há um número
final de arrecadação, mas tudo
será gasto com o final das operações, segundo o comitê.
A receita líquida dos ingressos foi de R$ 17 milhões. A audiência chegou a 1 bilhão de
pessoas, reflexo do sucesso da
competição, disse o Co-Rio.
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