Os olhares do mundo da bola se voltam para a Ásia, mais especialmente para o país que é crucial em jogos do War

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

VOCÊ certamente já jogou War. Se não teve esse prazer ainda, ao menos ouviu alguém falar desse sensacional jogo de estratégia, que voltou a ser febre para este colunista nos últimos dias na internet. A China é um país importantíssimo no War, pois faz fronteiras com mais territórios (8). Ter a China sob controle é um grande passo para dominar a Ásia. Nos últimos e nos próximos dias, aquela região do planeta vai chamar a atenção do futebol. O Barcelona pode ir para os EUA, mas a Olimpíada será em Pequim (o futebol estará em outros locais por lá também). A Copa dos Campeões dá seqüência à fase preliminar, mas o mundo (adoro conquistá-lo no War, acima de objetivos menores) espera a fase de grupos, inclusive Messi. Reportagens nos países vizinhos da Ásia mostram bem como o povo curte futebol, em especial a Premier League. Anderson, tema de bacana música criada pela torcida do Manchester United, só não é mais popular no Vietnã que Ronaldinho, dentre os jogadores da seleção olímpica do Brasil. Não é à toa que os principais clubes europeus armam badaladas excursões pelo chamado continente amarelo. O Chelsea de Scolari deu seu pontapé inicial por lá, algo que o técnico brasileiro associou ao início da campanha do penta. Não é à toa que pesquisa de torcida com caráter mundial coloca o Manchester United em posição tão destacada quanto o Real Madrid. Os ingleses, que receberão os Jogos de 2012, já estão com poderosos exércitos na China e adjacências. O mercado se abriu, os brinquedos chineses tomam o planeta, mas o mais popular dos brinquedos britânicos reina. E o futebol não nasceu na China? Não como é hoje, capitalista ao extremo, global até a última potência. Nos Jogos de Pequim, o futebol não será carro-chefe, mas a Copa do Mundo será na China, certamente, em sua próxima incursão à Ásia, algo que tende a acontecer rapidamente. Tive uma aula sobre China recentemente e me disseram que o futebol é uma frustração chinesa. Eles praticam e muito a modalidade, mas não vingam. Certamente esse é o grande desafio do bilionário esporte chinês.

COM TRÊS RIVAIS
Argentina? Ouro. Holanda? Prata. Brasil? Bronze. Itália? Quarto lugar. Se arriscasse nas casas de apostas asiáticas, daria esse chute.

COM TRÊS ATACANTES
No giro pela Ásia, Felipão curtiu um Chelsea com três na frente, dois abertos. Lembrou taticamente a melhor fase do Chelsea de José Mourinho. E a boa fase de Portugal.

COM TRÊS VAZIOS
Não vou até ali, na China, mas a coluna ficará algumas semanas em água fervente até a Olimpíada acabar. Depois, é pôr no prato, adicionar tempero e consumir. É como o bom e velho macarrão instantâneo.

rbueno@folhasp.com.br


Texto Anterior: Na cerimônia, países seguirão "ordem chinesa"
Próximo Texto: Juca Kfouri: "40 anos de experiência"
Índice