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PAN-AMERICANO
Com ouro, revezamento 4 x 100 m e lançamento de disco são destaques no último dia de provas
Atletismo até cala torcida no Canadá
EDGARD ALVES
enviado especial a Winnipeg (Canadá)
O atletismo brasileiro extrapolou no
Pan-Americano de
Winnipeg, no Canadá. Ontem, fechou a competição
no estádio da Universidade de
Manitoba de forma espetacular,
com mais medalhas.
Os brasileiros calaram a torcida
que lotou o estádio para torcer pelo seu ídolo nacional da velocidade, o ex-recordista mundial dos
100 m rasos, Donovan Bailey.
Foi na prova do revezamento 4
x 100 m, quando quatro atletas
correm 100 m cada, passando o
bastão para o companheiro que
segue em frente.
A torcida acreditava em Bailey,
que, segundo jornais locais, recebeu US$ 200 mil para participar
do Pan. Ele abriu o revezamento.
O Brasil, que havia feito o melhor tempo nas semifinais
(38s67), correu com Raphael Oliveira, Claudinei Quirino, Edson
Luciano e André Domingos.
Este último cruzou a linha final
em 38s18, com a melhor marca
mundial deste ano e batendo um
recorde histórico do Pan, estabelecido pela equipe dos EUA, de
38s31, de 20 de outubro de 1975,
na Cidade do México, onde as
marcas de velocidade são favorecidas pela altitude (2.600 m acima
do nível do mar).
Ao Canadá (Donovan Bailey,
Glenroy Gilbert, Brad McCuaig e
Trevino Betty) restou o consolo
do segundo lugar, com 38s49. A
Jamaica garantiu o bronze na
prova com 38s62.
Elisângela Adriano (27 anos,
1,80 m e 97 kg), uma paulistana
que começou a praticar esporte
aos 11 anos, num colégio da zona
leste de São Paulo, foi outra das
estrelas da noite do Brasil.
Com três arremessos válidos,
ela atirou o disco a 60,92 m para
conquistar a medalha de ouro.
"Já era hora de eu ganhar uma
medalha no Pan", disse a atleta,
que ficou em quarto lugar nas
provas de peso e do disco nos Jogos de Mar del Plata-95. Em Winnipeg, por apenas três centímetros, havia terminado novamente
em quarto no peso.
Ela é a atual recordista sul-americana do arremesso de peso, com
19,02 m, e do lançamento de do
disco, com 62,23 m.
Ontem, dos seis arremessos, ela
desperdiçou três (queimou). No
primeiro, marcou 59,77 m; no terceiro, 60,92 m; e no quarto, 60,64.
"Pra dizer a verdade, gosto mesmo é do peso, mas essa medalha
no disco valeu o esforço", declarou a atleta, hoje formada em
educação física e que se especializou nos arremessos porque quando chegou ao atletismo, segundo
ela, "era grande e forte".
Elisângela, diferentemente das
outras brasileiras que competiram neste Pan, não pintou as
unhas com as cores da bandeira
nacional. "A Maurren gastou todo o esmalte amarelo", explicou
enquanto exibia as unhas levemente douradas.
Maurren Maggi, a "manicure"
da turma, entrou novamente na
pista com bandeiras nas unhas
para conquistar sua segunda medalha no Pan, uma de prata nos
100 m com barreiras, com 12s86,
novo recorde sul-americano. Foi
a primeira vez que uma mulher
sul-americana correu a distância
em menos de 13 segundos.
A última medalha veio com o
revezamento 4 x 400 m masculino
(Claudinei Quirino, Anderson
Santos, Eronildes Araújo e Sanderlei Parrela), que levou a prata
ao terminar atrás do somente do
quarteto da Jamaica.
A equipe brasileira de atletismo
somou 16 medalhas neste Pan,
quebrando recordes de outros
Pans (leia texto ao lado).
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