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FUTEBOL
Mexicanos se irritam com time reserva e má atuação
Torcida vira e vaia seleção em vitória sobre a Nova Zelândia
FÁBIO VICTOR
enviado especial a Guadalajara
A torcida no estádio Jalisco, em
Guadalajara, começou ontem a
vaiar a seleção e a gritar ""olé" a cada passe neozelandês aos 29min
de jogo e não parou nem nos dois
gols que deram a vitória ao Brasil
na Copa das Confederações.
O que mais irritou a torcida foi a
escalação de sete reservas para o
jogo de ontem -só estavam os titulares Dida, Evanílson, Flávio
Conceição e Christian.
O atacante Ronaldinho apenas
entrou em campo na metade do
segundo tempo, marcando o segundo gol brasileiro.
O jogador reconheceu a atuação
fraca da equipe ontem. ""Vencemos, mas só com a equipe completa vamos poder voltar a fazer
um bom espectáculo", disse.
O fraco desempenho do time,
errando passes, deixando-se envolver pela marcação rival e mostrando muito desentrosamento,
provocou ainda mais os torcedores de Guadalajara, conhecidos
por serem fanáticos pelo futebol
brasileiro desde a passagem da
equipe de Pelé, Tostão, Gerson,
Jairzinho e Rivelino na Copa do
Mundo de 1970.
Com a vitória, o Brasil garantiu
o primeiro lugar no Grupo B, com
nove pontos. Nas semifinais vai
enfrentar a Arábia Saudita, que
acabou em segundo no Grupo A.
Até o gol, aos 46min, em um
chute de fora da área do volante
Marcos Paulo, o Brasil teve uma
única chance, desperdiçada aos
6min por Christian e Beto, que
chutaram sobre o goleiro Utting.
Aliás, o goleiro neozelandês foi
escolhido como ""herói" pelos
mexicanos. Em um lance em que
saiu da área, Utting ouviu a torcida em coro gritar ""portero, portero!" (goleiro, goleiro!).
A torcida também vaiou quando metade dos refletores se apagou aos 20min. Mesmo com metade do campo às escuras, o juiz
sul-coreano Young Joo Kim queria seguir a partida. Depois, o árbitro foi convencido pelo goleiro
Dida a paralisar o jogo, o que durou quatro minutos.
No segundo tempo, o Brasil
criou mais chances, mas concluía
mal. Foi assim aos 23min com
Roni e aos 24min com Evanílson.
Aos 29min, quase a Nova Zelândia empatou a partida, quando o
zagueiro Bunce cabeceou de forma fulminante na pequena área
para a defesa de Dida.
Os adversários, que saíram da
competição com três derrotas, tiveram outra chance aos 39min,
com o meia Lines chutando rente
à trave depois de aproveitar um
rebote da defesa brasileira.
Aos 42min, porém, o atacante
Ronaldinho, o único brasileiro
poupado das vaias, executou com
perfeição uma cobrança de falta e
marcou o segundo gol.
Só aí surgiram de novo os gritos
de ""Brasil, Brasil" escutados nas
partidas contra Alemanha e EUA.
Ao final, os eliminados atletas
neozelandês, com as camisetas
brasileiras recém trocadas, executaram uma dança ritual maori.
Esse tipo de procedimento é feito
pelas equipes de rúgbi (esporte
mais popular do país), antes das
partidas para amedrontar o rival.
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