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FUTEBOL
Em votação apertada, C13 dá aval ao retorno dos Estaduais, fim dos regionais e Nacional com oito meses e meio
Clubes aprovam calendário da CBF que estica Brasileiro
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Em uma votação apertada (24 a
20), o Clube dos 13 aprovou ontem, durante uma reunião na sede
do Flamengo (zona sul do Rio), o
calendário proposto pela CBF para 2003, que determina o fim dos
torneios regionais, a volta dos Estaduais e o Brasileiro com duração de oito meses e meio.
O novo calendário será divulgado pela CBF na próxima terça.
Das 20 agremiações que fazem
parte do Clube dos 13, oito foram
a favor do calendário e oito votaram contra. Entre os oposicionistas estavam o São Paulo, o Guarani e quatro clubes que disputaram
a Copa Sul-Minas (Atlético-MG,
Cruzeiro, Atlético-PR e Coritiba).
A CBF não enviou nenhum representante à reunião, assim como o Corinthians e a Lusa. Santos
e Vitória se abstiveram. O voto favorável da maioria das equipes
fundadoras do Clube dos 13, como Flamengo, Palmeiras e Vasco,
que têm peso três, acabou sendo
decisivo para a aprovação.
"Todas as votações no Clube
dos 13 sempre foram apertadas.
Os interesses sempre foram conflitantes", declarou Fábio Koff,
presidente da entidade, que disse
não ser possível conciliar datas de
regionais e Estaduais.
Pelo calendário de 2003, os Estaduais terão 12 datas e acontecerão
entre os dias 26 de janeiro e 23 de
março. O Nacional será de 30 de
março a 14 de dezembro. A Copa
do Brasil, que terá 64 clubes selecionados nos Estaduais, será entre
12 de fevereiro a 14 de maio. Com
as novas regras, cada time atua
seis vezes por mês e 70 por ano.
Politicagem
Quem votou contra o calendário apresentou o mesmo argumento: os regionais são muito
mais rentáveis do que os Estaduais. O presidente do São Paulo,
Marcelo Portugal Gouvêa, disse
que os "Estaduais foram ressuscitados por questões políticas".
O presidente do conselho deliberativo do Atlético-MG, Alexandre Kalil, disse que a decisão de
acabar com os regionais é criminosa e que só serviu para dar votos ao presidente da CBF, Ricardo
Teixeira. Ele afirmou que o clube
vai disputar o Mineiro do ano que
vem com um time misto.
"A CBF meteu a caneta. Com o
calendário, as federações vão se
encher de dinheiro", declarou.
O presidente do Grêmio, José
Alberto Guerreiro, também criticou a CBF. Para ele, o fortalecimento dos estaduais significa disputar novamente "campeonatos
da miséria". "O Brasileiro de oito
meses é bom, mas queríamos os
regionais", declarou.
O diretor de futebol do Cruzeiro, Eduardo Maluf, disse que a
CBF tomou a decisão de mudar o
calendário sem ouvir os clubes.
Defensor dos regionais, o presidente do Bahia, Paulo Macarajá,
votou a favor do novo calendário.
"Não adiantaria votar contra porque é a CBF é quem manda."
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