São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Em votação apertada, C13 dá aval ao retorno dos Estaduais, fim dos regionais e Nacional com oito meses e meio

Clubes aprovam calendário da CBF que estica Brasileiro

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Em uma votação apertada (24 a 20), o Clube dos 13 aprovou ontem, durante uma reunião na sede do Flamengo (zona sul do Rio), o calendário proposto pela CBF para 2003, que determina o fim dos torneios regionais, a volta dos Estaduais e o Brasileiro com duração de oito meses e meio.
O novo calendário será divulgado pela CBF na próxima terça.
Das 20 agremiações que fazem parte do Clube dos 13, oito foram a favor do calendário e oito votaram contra. Entre os oposicionistas estavam o São Paulo, o Guarani e quatro clubes que disputaram a Copa Sul-Minas (Atlético-MG, Cruzeiro, Atlético-PR e Coritiba).
A CBF não enviou nenhum representante à reunião, assim como o Corinthians e a Lusa. Santos e Vitória se abstiveram. O voto favorável da maioria das equipes fundadoras do Clube dos 13, como Flamengo, Palmeiras e Vasco, que têm peso três, acabou sendo decisivo para a aprovação.
"Todas as votações no Clube dos 13 sempre foram apertadas. Os interesses sempre foram conflitantes", declarou Fábio Koff, presidente da entidade, que disse não ser possível conciliar datas de regionais e Estaduais.
Pelo calendário de 2003, os Estaduais terão 12 datas e acontecerão entre os dias 26 de janeiro e 23 de março. O Nacional será de 30 de março a 14 de dezembro. A Copa do Brasil, que terá 64 clubes selecionados nos Estaduais, será entre 12 de fevereiro a 14 de maio. Com as novas regras, cada time atua seis vezes por mês e 70 por ano.

Politicagem
Quem votou contra o calendário apresentou o mesmo argumento: os regionais são muito mais rentáveis do que os Estaduais. O presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, disse que os "Estaduais foram ressuscitados por questões políticas".
O presidente do conselho deliberativo do Atlético-MG, Alexandre Kalil, disse que a decisão de acabar com os regionais é criminosa e que só serviu para dar votos ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Ele afirmou que o clube vai disputar o Mineiro do ano que vem com um time misto.
"A CBF meteu a caneta. Com o calendário, as federações vão se encher de dinheiro", declarou.
O presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro, também criticou a CBF. Para ele, o fortalecimento dos estaduais significa disputar novamente "campeonatos da miséria". "O Brasileiro de oito meses é bom, mas queríamos os regionais", declarou.
O diretor de futebol do Cruzeiro, Eduardo Maluf, disse que a CBF tomou a decisão de mudar o calendário sem ouvir os clubes.
Defensor dos regionais, o presidente do Bahia, Paulo Macarajá, votou a favor do novo calendário. "Não adiantaria votar contra porque é a CBF é quem manda."


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