Time registra média de público bem inferior às de outros que lideraram o primeiro turno na era dos pontos corridos

Equipe de Muricy, que pega o Fortaleza hoje à noite, atrai 11.331 pessoas por partida em casa, ocupando a nona posição no ranking

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Melhor time do Brasileiro e favorito ao título, o São Paulo tem como novo desafio entusiasmar sua torcida com o torneio. Apesar de estar no alto da tabela, o clube apresenta uma pífia média de público em casa, de apenas 11.331 pagantes, a nona maior na competição.
A diretoria e os atletas esperam começar a mudar esses números a partir de hoje, contra o Fortaleza, no Morumbi.
Ao final do primeiro turno dos últimos quatro Nacionais, todos em pontos corridos, times líderes registraram desempenho bem superior. Em 2005, o Corinthians levou, em média, 26.530 pessoas aos jogos em casa na primeira metade do torneio. Em 2003, o Cruzeiro tinha média de 19.607.
Só o Santos, em 2004, atraiu menos gente que o São Paulo, com média de 9.913. Mas o time do litoral tem estádio bem menor do que o Morumbi, e sua torcida não chega à metade da do rival, segundo o Datafolha.
Não se pode acusar os torcedores do São Paulo de não serem fiéis, já que proporcionaram média de público superior a 40 mil pessoas na Libertadores. Mas, no Brasileiro, até no jogo com o Paraná, então vice-líder, o clube viu pouco mais de 10 mil pessoas no estádio.
"O campeonato de que todos gostam é a Libertadores. Agora, a torcida vai começar a priorizar o Brasileiro", aposta o técnico Muricy Ramalho.
O clube repete uma promoção no jogo de hoje. Quem for ao estádio ganha desconto no clássico contra o Corinthians, no dia 10. Mas os próprios cartolas não esperam lotação: querem só premiar a fidelidade dos torcedores na Libertadores.
"Sabemos que o cobertor é curto. O torcedor não tem dinheiro para ir sempre", diz o vice de marketing do São Paulo, Júlio Casares. "Mas a expectativa é que o público cresça."
O dirigente atribui a falta de recursos à ausência de público, mas os jogos do Brasileiro são mais baratos do que os do torneio continental. São vendidos ingressos a preços entre R$ 10 e R$ 30. Na Libertadores, a final teve custo de pelo menos R$ 50.
Os atletas não demonstram tanto otimismo. Admitem que alguns jogos tornam difícil a presença em bom número da torcida, apesar de o São Paulo não vencer o Brasileiro desde 91. "Na quinta [hoje], às 20h30, pode ser que a torcida compareça. Mas a gente sabe que jogo no meio de semana é meio complicado", disse o atacante Thiago, que pode começar jogando. Já o ala Souza crê que ainda ocorrerão jogos com público de 20 mil a 30 mil.