São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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Preparados, brasileiros regridem no tatame

Delegação de judô faz uma das piores campanhas da história em Mundiais

Desde 2001, na Alemanha, o time nacional, 28º colocado na Holanda, não terminava a competição sem faturar pelo menos uma medalha

JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem a conquista de medalha, o Brasil fechou ontem a participação no Mundial de judô de Roterdã com uma das piores campanhas de sua história.
Desde 1987, quando as mulheres passaram a competir no torneio, o desempenho brasileiro na Holanda só não foi pior do que os de 1989, 1991 e 2001 -última edição que o Brasil ficara sem subir ao pódio.
"Consideramos o resultado muito ruim. Temos que reavaliar algumas coisas. Podemos até realizar algumas alterações no planejamento e no calendário dos atletas. Enfim, tudo precisa ser revisto para retomarmos o caminho das vitórias", afirmou Ney Wilson, coordenador técnico do Brasil.
No quadro de medalhas, o país terminou na 28ª colocação, atrás de países sem tradição na modalidade, como a Colômbia e o Cazaquistão.
"Foi um Mundial atípico. Temos situações que diferem esta competição, como o fato de ser o primeiro ano pós-Olimpíada", justificou Luiz Shinohara, técnico da seleção masculina.
As principais potências da modalidade, no entanto, como Japão, França, Rússia e Holanda, mantiveram-se entre os dez mais bem colocados do torneio.
Antes, a empolgação da confederação brasileira era grande. Nunca a delegação tinha feito uma preparação tão intensa, com participação em todas as etapas da Copa do Mundo, treinamento na França e compilação de mais de 3.000 horas de vídeos de lutas dos adversários.
"Fizemos isso [a preparação intensa] como laboratório. E percebemos que as equipes que investiram mais no primeiro semestre registraram um desgaste maior e resultados ruins", ponderou Ney Wilson.
O retrospecto também era favorável aos brasileiros. No último Mundial, realizado em 2007 no Rio de Janeiro, a equipe conquistou três medalhas de ouro (com João Derly, Tiago Camilo e Luciano Correa) e uma de bronze (com João Gabriel Schilittler). Na Olimpíada de Pequim, foram três bronzes, com Ketleyn Quadros, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo.
Os melhores resultados neste Mundial foram os quinto lugares de Sarah Menezes (até 48 kg), Rafaela Silva (até 57 kg) e Daniel Hernandes (mais de 100 kg), que perdeu ontem, por ippon, para o lituano Marius Paskevicius, na disputa do bronze.
Também ontem, Luciano Correa (até 100 kg) foi eliminado nas oitavas de final por Temuulen Battulga, da Mongólia, e Rochelle Nunes (mais de 78 kg) perdeu na estreia diante da cubana Idalis Ortiz Boucurt.
Apesar de terminar na primeira colocação no quadro de medalhas, com sete pódios, o Japão teve uma decepção neste Mundial. Os japoneses não conquistaram, pela segunda vez na história, um ouro entre os homens -a primeira havia sido em Paris, em 1961.


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