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Preparados, brasileiros regridem no tatame
Delegação de judô faz uma das piores campanhas da história em Mundiais
Desde 2001, na Alemanha, o time nacional, 28º colocado na Holanda, não terminava a competição sem faturar pelo menos uma medalha
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem a conquista de medalha,
o Brasil fechou ontem a participação no Mundial de judô de
Roterdã com uma das piores
campanhas de sua história.
Desde 1987, quando as mulheres passaram a competir no
torneio, o desempenho brasileiro na Holanda só não foi pior
do que os de 1989, 1991 e 2001
-última edição que o Brasil ficara sem subir ao pódio.
"Consideramos o resultado
muito ruim. Temos que reavaliar algumas coisas. Podemos
até realizar algumas alterações
no planejamento e no calendário dos atletas. Enfim, tudo precisa ser revisto para retomarmos o caminho das vitórias",
afirmou Ney Wilson, coordenador técnico do Brasil.
No quadro de medalhas, o
país terminou na 28ª colocação, atrás de países sem tradição na modalidade, como a Colômbia e o Cazaquistão.
"Foi um Mundial atípico. Temos situações que diferem esta
competição, como o fato de ser
o primeiro ano pós-Olimpíada", justificou Luiz Shinohara,
técnico da seleção masculina.
As principais potências da
modalidade, no entanto, como
Japão, França, Rússia e Holanda, mantiveram-se entre os dez
mais bem colocados do torneio.
Antes, a empolgação da confederação brasileira era grande.
Nunca a delegação tinha feito
uma preparação tão intensa,
com participação em todas as
etapas da Copa do Mundo, treinamento na França e compilação de mais de 3.000 horas de
vídeos de lutas dos adversários.
"Fizemos isso [a preparação
intensa] como laboratório. E
percebemos que as equipes que
investiram mais no primeiro
semestre registraram um desgaste maior e resultados ruins",
ponderou Ney Wilson.
O retrospecto também era
favorável aos brasileiros. No último Mundial, realizado em
2007 no Rio de Janeiro, a equipe conquistou três medalhas de
ouro (com João Derly, Tiago
Camilo e Luciano Correa) e
uma de bronze (com João Gabriel Schilittler). Na Olimpíada
de Pequim, foram três bronzes,
com Ketleyn Quadros, Leandro
Guilheiro e Tiago Camilo.
Os melhores resultados neste Mundial foram os quinto lugares de Sarah Menezes (até 48
kg), Rafaela Silva (até 57 kg) e
Daniel Hernandes (mais de 100
kg), que perdeu ontem, por ippon, para o lituano Marius Paskevicius, na disputa do bronze.
Também ontem, Luciano
Correa (até 100 kg) foi eliminado nas oitavas de final por Temuulen Battulga, da Mongólia,
e Rochelle Nunes (mais de 78
kg) perdeu na estreia diante da
cubana Idalis Ortiz Boucurt.
Apesar de terminar na primeira colocação no quadro de
medalhas, com sete pódios, o
Japão teve uma decepção neste
Mundial. Os japoneses não
conquistaram, pela segunda
vez na história, um ouro entre
os homens -a primeira havia
sido em Paris, em 1961.
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