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Crua, Itaquera é arena mais barata
Entre estádios novos do Mundial-14, projeto corintiano possui menor custo por assento e menos detalhamento
EDUARDO OHATA
MARTÍN FERNANDEZ
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO
Comparado com os outros
estádios novos da Copa de
2014, a arena corintiana tem o menor custo por assentos.
Mas é também o projeto mais
cru, sem ter passado por revisões e exigências da Fifa.
Todas as propostas de estádios incluídas no Mundial
do Brasil sofreram diversas
modificações após análises
feitas pela entidade organizadora da competição.
Para se ter ideia do tamanho do impacto, o orçamento
das reformas do Morumbi
quadruplicou, chegando a
R$ 600 milhões. E não era suficiente para a abertura.
No caso corintiano, a estimativa inicial do investimento na arena é de R$ 470 milhões. Para 48 mil pessoas, o
projeto custa R$ 300 milhões. Para expandi-lo para
68 mil, e ter o primeiro jogo, o
clube entende que terá de
gastar mais R$ 170 milhões.
Assim, o investimento em
cada assento no estádio de
Itaquera será de R$ 6.912. Entre os outros oito novos estádios, não há nenhum que se
aproxime desse valor.
Em Manaus, o novo estádio demandará R$ 11.264 por
lugar. Isso representa 63% a
mais do que a arena paulista.
A menor diferença é em relação ao Verdão, em Cuiabá,
que fica em 18%.
"Meu estádio vai ter o custo mais baixo do que qualquer outro", disse o diretor
de marketing do Corinthians,
Luis Paulo Rosenberg.
"Foi bem negociado porque a única coisa que sei fazer na vida é negociar", relatou, sobre a conversa com a
empreiteira Odebrecht.
Pela lógica do dirigente, o
Estado da Bahia não soube
negociar. Com a reconstrução da própria Odebrecht, a
Fonte Nova terá um custo de
R$ 11.065 por assento. É 60%
mais caro do que Itaquera.
Ainda sob responsabilidade da mesma empreiteira, o
estádio de Pernambuco tem
custo de R$ 10.065 por assento, 45,6% acima do estimado
na casa corintiana.
Lembre-se de que a arena
do clube foi designada como
sede da abertura, o que representa instalações maiores
e mais sofisticadas.
Questionada, a assessoria
da Odebrecht, além de alegar
que ainda não assinou com o
Corinthians, declarou não
ser possível comparar os custos dos três projetos.
A empreiteira lembrou que
a Fonte Nova teve que ser implodida. Mesmo retirando o
custo dessa operação, R$ 29
milhões, o gasto proporcional baiano é bem maior.
O governo da Bahia informou que não poderia fazer
comparações por desconhecer o projeto corintiano.
Em Pernambuco, a Odebrecht afirmou que a distância da arena do Recife aumentou o preço. O modelo arquitetônico e o fato de ser
uma Parceria Público-Privada são outras justificativas.
"Acho esse parâmetro por
custo de assento equivocado.
Não significa nada. Não leva
em conta a fundação do terreno, número de elevadores,
escadas rolantes", defendeu
Silvio Bom Pastor, um dos
responsáveis pelo projeto do
estádio pernambucano.
A arena de Itaquera somente é mais cara, proporcionalmente, do que o Beira-Rio, em Porto Alegre, e a
Arena da Baixada, em Curitiba, que apenas irão passar
por reformas para o Mundial.
Caberá à Fifa, e suas exigências, determinar se o valor final será esse mesmo.
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