São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2010

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Comitê rasga manual por Corinthians

Ricardo Teixeira ignora normas e exigências para pôr clube na Copa

DE SÃO PAULO

O governo de Pernambuco estima em 30 mil páginas e 40 kg de peso a documentação referente à Arena Capiberibe. A diretoria do São Paulo fez entre 25 e 30 reuniões com membros da Fifa ou do COL (Comitê Organizador Local).
Isso é resultado de um processo de detalhamento de projetos. Mas, para serem selecionados inicialmente pela Fifa, pernambucanos e são- -paulinos já haviam tido que apresentar planos básicos e orçamentos para as arenas, com parte desses volumes.
O Corinthians não apresentou nada de sua proposta de estádio a membros do comitê ou da entidade organizadora. Não houve nenhuma visita ao terreno de Itaquera.
Mas o estádio corintiano foi incluído na Copa-2014, na última sexta-feira, na base da "credibilidade", segundo o presidente Andres Sanchez.
O cartola é aliado do presidente da CBF e do COL, Ricardo Teixeira. Chefiou a delegação do Brasil na África do Sul. A aliança forjou-se na eleição do Clube dos 13, em que o corintiano apoiou Kléber Leite, amigo de Teixeira.
O presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio, ajudou na reeleição de Fábio Koff. Pouco depois, seu estádio foi excluído do Mundial.
Segundo o "Acordo para Sediar" da Fifa sobre a Copa, o COL organizará "um processo formal para a oferta de seleção de estádios, supervisionado pela Fifa, com critérios e procedimentos de seleção transparentes".
Há previsão de que a Fifa mandará delegações aos estádios para inspeções.
Em outro item, o documento sobre o Mundial diz que "nenhum estádio poderá ser selecionado como estádio se a autoridade relevante do estádio não tiver executado um acordo de estádio".
O comitê acertou a escolha da arena corintiana em reunião com o governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab. Não havia altos executivos da Fifa.
Após a seleção, estágio em que está o Corinthians com um ano e três meses de atraso, as exigências e as verificações da Fifa crescem.
"Foi um nível absurdo de exigência. Respondíamos a pedidos de seis ou sete departamentos da Fifa a cada consulta", explicou o diretor de marketing são-paulino, Adalberto Baptista.
Três projetos foram feitos -o clube preferiu um mais modesto, que foi recusado.
Teixeira alegou que foi um critério da Fifa, que tem a prerrogativa de veto. Porém, no caso corintiano, a entidade não participou.
Até obter sua carta de aprovação final, em junho deste ano, Pernambuco lembrou ter obtido certificados de segurança, ambiental, análises de curvas de visibilidade, entre outros.
"É muito complexo o processo", disse Silvio Bom Pastor, um dos responsáveis pelo projeto da Arena Capiberibe, sede dos jogos pernambucanos. (RODRIGO MATTOS)


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