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Comitê rasga manual por Corinthians
Ricardo Teixeira ignora normas e exigências para pôr clube na Copa
DE SÃO PAULO
O governo de Pernambuco
estima em 30 mil páginas e
40 kg de peso a documentação referente à Arena Capiberibe. A diretoria do São Paulo
fez entre 25 e 30 reuniões com
membros da Fifa ou do COL
(Comitê Organizador Local).
Isso é resultado de um processo de detalhamento de
projetos. Mas, para serem selecionados inicialmente pela
Fifa, pernambucanos e são-
-paulinos já haviam tido que
apresentar planos básicos e
orçamentos para as arenas,
com parte desses volumes.
O Corinthians não apresentou nada de sua proposta
de estádio a membros do comitê ou da entidade organizadora. Não houve nenhuma
visita ao terreno de Itaquera.
Mas o estádio corintiano
foi incluído na Copa-2014, na
última sexta-feira, na base da
"credibilidade", segundo o
presidente Andres Sanchez.
O cartola é aliado do presidente da CBF e do COL, Ricardo Teixeira. Chefiou a delegação do Brasil na África do
Sul. A aliança forjou-se na
eleição do Clube dos 13, em
que o corintiano apoiou Kléber Leite, amigo de Teixeira.
O presidente são-paulino,
Juvenal Juvêncio, ajudou na
reeleição de Fábio Koff. Pouco depois, seu estádio foi excluído do Mundial.
Segundo o "Acordo para
Sediar" da Fifa sobre a Copa,
o COL organizará "um processo formal para a oferta de
seleção de estádios, supervisionado pela Fifa, com critérios e procedimentos de seleção transparentes".
Há previsão de que a Fifa
mandará delegações aos estádios para inspeções.
Em outro item, o documento sobre o Mundial diz
que "nenhum estádio poderá
ser selecionado como estádio
se a autoridade relevante do
estádio não tiver executado
um acordo de estádio".
O comitê acertou a escolha
da arena corintiana em reunião com o governador Alberto Goldman e o prefeito
Gilberto Kassab. Não havia
altos executivos da Fifa.
Após a seleção, estágio em
que está o Corinthians com
um ano e três meses de atraso, as exigências e as verificações da Fifa crescem.
"Foi um nível absurdo de
exigência. Respondíamos a
pedidos de seis ou sete departamentos da Fifa a cada
consulta", explicou o diretor
de marketing são-paulino,
Adalberto Baptista.
Três projetos foram feitos
-o clube preferiu um mais
modesto, que foi recusado.
Teixeira alegou que foi um
critério da Fifa, que tem a
prerrogativa de veto. Porém,
no caso corintiano, a entidade não participou.
Até obter sua carta de
aprovação final, em junho
deste ano, Pernambuco lembrou ter obtido certificados
de segurança, ambiental,
análises de curvas de visibilidade, entre outros.
"É muito complexo o processo", disse Silvio Bom Pastor, um dos responsáveis pelo projeto da Arena Capiberibe, sede dos jogos pernambucanos.
(RODRIGO MATTOS)
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