São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Problemas e soluções

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A notícia da gravidez da atacante Paula Pequeno foi um choque para a comissão técnica da seleção. Ela tem o melhor rendimento na posição mais carente do vôlei brasileiro, a de ponteira passadora. Com a gravidez, as chances de Paula ir ao Mundial de 2006 são remotas. Ou seja, problemas à vista.
Paula, 23 anos, era titular absoluta da renovada seleção brasileira. Em julho, na conquista do título do Grand Prix, ela foi o destaque: ganhou o troféu de melhor jogadora do torneio. Neste ano, só ficou fora do Sul-Americano e agora da Copa dos Campeões, que começa dia 15, por causa de uma lesão no pé.
O técnico José Roberto Guimarães diz que Paula tem o direito de escolher o melhor caminho para sua vida. Mas como um técnico analisando a carreira de uma atleta, ele fala que não foi o melhor momento para a gravidez: "Ela deveria ter se programado melhor, esperado um pouco e investido mais na carreira".
Vale lembrar que Paula já ficou fora dos Jogos de Atenas, em 2004, por causa de uma cirurgia no joelho. Zé Roberto lembra que tanto o clube de Paula, o Osasco, como a seleção investiram nela nos últimos anos, e esse é mais um motivo pelo qual ela deveria ter planejado melhor a gravidez.
Na sexta-feira, em entrevista ao repórter Bruno Laurence, da TV Globo, Paula declarou que tomou um susto com a notícia da gravidez, principalmente por causa da carreira. Mas está feliz, vai casar em dezembro, jogar enquanto o corpo agüentar. Planeja disputar a Olimpíada de Pequim e levar o filhinho junto.
O certo mesmo é que o nenê está a caminho -e que seja muito bem-vindo.
Mas agora vale dar uma analisada em como fica a seleção sem Paula. O técnico já colocou Sassá no time titular. Na Copa dos Campeões, ela vai jogar na diagonal da ponteira Jaqueline.
Para reservas nessa posição, Zé Roberto investiu na nova geração: Natália, 16 anos, e Fernanda Berti, 20. Natália é campeã mundial infanto-juvenil, tem 1,83 m e já divide com Renatinha o título de ataque mais forte da seleção. Fernanda é campeã mundial juvenil, tem 1,89 m e um bom bloqueio.
O problema é que as duas ainda são inexperientes. Em caso de dificuldades, uma alternativa para a Copa dos Campeões é deslocar a oposta Renatinha para a ponta. Essa opção é possível com a central Valeskinha ajudando na recepção, já que não dá para Renatinha ficar passando muito.
Para 2006, ano do Mundial, o maior investimento para essa posição será na oposto Mari, 22 anos e 1,88 m. Ela está fora da seleção desde junho por causa de uma cirurgia no ombro. Tanto na seleção como no Osasco, a jogadora vem sendo trabalhada para atuar como ponta passadora.
Mari, que deverá voltar a jogar em dezembro pelo clube e treinar com a seleção depois da Superliga, é a grande candidata a ser a titular nessa posição no Mundial de 2006. Mas Fernanda Berti e Natália também terão o próximo ano para ganhar experiência e lutar por uma vaga no time.

Aquecimento
A seleção brasileira feminina vai fazer dois amistosos na Itália nesta semana. Amanhã, vai enfrentar o Novara, time da cubana Taismaris Aguero e da romena Cristina Pirv, mulher do atacante Giba. Neste mês, o Novara conquistou o título da Supercopa italiana. Na quinta-feira, o jogo será contra o Vicenza. No sábado, a seleção embarca para o Japão, onde disputará a Copa dos Campeões.

A sensação
O Treviso, do central Gustavo, é a sensação da temporada. O time, que joga hoje com o Macerata, é o líder do Italiano. Na Liga dos Campeões da Europa, venceu os dois jogos que disputou: contra o Duren, da Alemanha, e o Cannes, da França. A equipe tem estrelas da seleção italiana, como os atacantes Fei, Cisolla e o levantador Vermiglio.

E-mail
cidasan@uol.com.br

Texto Anterior: Onda de lesões reforça time nacional
Próximo Texto: Panorâmica - Tênis: Sem jogar, Agassi garante vaga no Masters
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.