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VÔLEI
Problemas e soluções
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A notícia da gravidez da
atacante Paula Pequeno foi
um choque para a comissão técnica da seleção. Ela tem o melhor
rendimento na posição mais carente do vôlei brasileiro, a de ponteira passadora. Com a gravidez,
as chances de Paula ir ao Mundial de 2006 são remotas. Ou seja,
problemas à vista.
Paula, 23 anos, era titular absoluta da renovada seleção brasileira. Em julho, na conquista do título do Grand Prix, ela foi o destaque: ganhou o troféu de melhor
jogadora do torneio. Neste ano, só
ficou fora do Sul-Americano e
agora da Copa dos Campeões,
que começa dia 15, por causa de
uma lesão no pé.
O técnico José Roberto Guimarães diz que Paula tem o direito
de escolher o melhor caminho para sua vida. Mas como um técnico
analisando a carreira de uma
atleta, ele fala que não foi o melhor momento para a gravidez:
"Ela deveria ter se programado
melhor, esperado um pouco e investido mais na carreira".
Vale lembrar que Paula já ficou
fora dos Jogos de Atenas, em 2004,
por causa de uma cirurgia no joelho. Zé Roberto lembra que tanto
o clube de Paula, o Osasco, como
a seleção investiram nela nos últimos anos, e esse é mais um motivo pelo qual ela deveria ter planejado melhor a gravidez.
Na sexta-feira, em entrevista ao
repórter Bruno Laurence, da TV
Globo, Paula declarou que tomou
um susto com a notícia da gravidez, principalmente por causa da
carreira. Mas está feliz, vai casar
em dezembro, jogar enquanto o
corpo agüentar. Planeja disputar
a Olimpíada de Pequim e levar o
filhinho junto.
O certo mesmo é que o nenê está
a caminho -e que seja muito
bem-vindo.
Mas agora vale dar uma analisada em como fica a seleção sem
Paula. O técnico já colocou Sassá
no time titular. Na Copa dos
Campeões, ela vai jogar na diagonal da ponteira Jaqueline.
Para reservas nessa posição, Zé
Roberto investiu na nova geração: Natália, 16 anos, e Fernanda
Berti, 20. Natália é campeã mundial infanto-juvenil, tem 1,83 m e
já divide com Renatinha o título
de ataque mais forte da seleção.
Fernanda é campeã mundial juvenil, tem 1,89 m e um bom bloqueio.
O problema é que as duas ainda
são inexperientes. Em caso de dificuldades, uma alternativa para
a Copa dos Campeões é deslocar a
oposta Renatinha para a ponta.
Essa opção é possível com a central Valeskinha ajudando na recepção, já que não dá para Renatinha ficar passando muito.
Para 2006, ano do Mundial, o
maior investimento para essa posição será na oposto Mari, 22
anos e 1,88 m. Ela está fora da seleção desde junho por causa de
uma cirurgia no ombro. Tanto na
seleção como no Osasco, a jogadora vem sendo trabalhada para
atuar como ponta passadora.
Mari, que deverá voltar a jogar
em dezembro pelo clube e treinar
com a seleção depois da Superliga, é a grande candidata a ser a
titular nessa posição no Mundial
de 2006. Mas Fernanda Berti e
Natália também terão o próximo
ano para ganhar experiência e lutar por uma vaga no time.
Aquecimento
A seleção brasileira feminina vai fazer dois amistosos na Itália nesta
semana. Amanhã, vai enfrentar o Novara, time da cubana Taismaris
Aguero e da romena Cristina Pirv, mulher do atacante Giba. Neste
mês, o Novara conquistou o título da Supercopa italiana. Na quinta-feira, o jogo será contra o Vicenza. No sábado, a seleção embarca para o Japão, onde disputará a Copa dos Campeões.
A sensação
O Treviso, do central Gustavo, é a sensação da temporada. O time,
que joga hoje com o Macerata, é o líder do Italiano. Na Liga dos Campeões da Europa, venceu os dois jogos que disputou: contra o Duren,
da Alemanha, e o Cannes, da França. A equipe tem estrelas da seleção
italiana, como os atacantes Fei, Cisolla e o levantador Vermiglio.
E-mail
cidasan@uol.com.br
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