|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TOSTÃO
Hoje a festa é do São Paulo
E o Brasil tem condições
de fazer uma Copa, mas a imprensa terá de ficar atenta nos próximos sete anos
O BRASIL tem condições de fazer uma bela e organizada
Copa. Isso é uma coisa. Outra
é dizer que o país vai resolver com o
Mundial os seus graves problemas
sociais e de infra-estrutura, como
disseram na cerimônia da Fifa.
Lula disse que não será o presidente em 2014.
Já Ricardo Teixeira completará
25 anos no comando da CBF, graças
à mudança que ocorreu recentemente na legislação esportiva.
Na curta entrevista coletiva após o
anúncio, houve perguntas críticas e
esclarecedoras, como as sobre violência no Brasil e a razão da ausência
de Pelé, e também a tradicional pergunta de um representante da turma do oba-oba.
Agora vão começar a bajulação à
CBF, as trocas de favores, os negócios não transparentes, o ufanismo e
a disputa política dos Estados para
serem sedes da Copa e para terem os
melhores jogos da seleção brasileira.
A imprensa independente, que
não é parceira do evento nem submissa ao governo federal, aos governos estaduais e à CBF, terá de ficar
atenta sobre tudo o que vai acontecer nos próximos sete anos.
Comemoração tricolor
Hoje a festa é do São Paulo.
Além de alguns excelentes jogadores, como Rogério Ceni, Hernanes e os três zagueiros, o São Paulo
possui o melhor elenco e é mais organizado que os outros times, dentro e fora de campo. Hernanes ensinou a todos que volante pode driblar e até pedalar.
Cinco times lutam por três vagas
à Libertadores. Poucos apostam no
Cruzeiro. No último jogo, o jovem
Kerlon foi escalado pela primeira
vez no Brasileiro desde o início. Ele
continua estabanado. Corre demais, tromba, cai, levanta, faz e recebe faltas, tenta o drible da foca e
pouco faz de produtivo. Kerlon
passa a maior parte do jogo no
chão. Craque joga em pé. Kerlon
precisa ser mais bem orientado.
Talvez bastante suco de maracujá
possa ajudá-lo a diminuir sua agitação em campo.
O Palmeiras perdeu o medo de
jogar em casa, conquistou o carinho da torcida, tem agora um time
organizado e um excepcional jogador nas bolas paradas, o meia Caio.
O Grêmio não tem mais a equipe
que eliminou o São Paulo nas oitavas-de-final da última Libertadores, porém quase sempre ganha em
casa, graças às jogadas aéreas, além
de causar muito respeito e temor
aos adversários.
O Santos ficou melhor depois que
Luxemburgo parou de implicar
com o Tabata, e de criticá-lo publicamente, e passou a escalar mais o
jogador. Tabata não é jogador especial, mas quase sempre atua bem.
O Flamengo é agora candidato a
uma vaga à Libertadores. Está na
hora de pararmos de dizer que Joel
é só um técnico folclórico, um bom
e simpático malandro, e reconhecermos que ele é um bom técnico.
O discurso dos treinadores nessa
reta final será o mesmo: "Cada jogo
é uma decisão". Certamente vão
aparecer também os especialistas
em auto-ajuda com suas palestras
óbvias e redundantes. Os pais e
mães-de-santo vão também entrar
em campo. Os clubes só não podem
tentar subornar os árbitros e auxiliares nem colocar sedativos na comida dos adversários.
tostao.folha@uol.com.br
Texto Anterior: F-1: Barrichello pode ir para a Super Aguri Próximo Texto: Palmeiras: Diretoria põe panos quentes e nega as agressões de Valdivia Índice
|