São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Bruno Senna dá US$ 14 mi para correr em 2009

Bancado por patrocinadores, sobrinho de Ayrton tenta ser titular da Toro Rosso na próxima temporada de F-1

Atual piloto da GP2 ainda aguarda definições do mercado e se mantém distante da mídia durante GP decisivo em Interlagos

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Bruno Senna, 25, ofereceu US$ 14 milhões (quase R$ 30 milhões) à Toro Rosso para correr pela equipe em 2009.
O objetivo do brasileiro, sobrinho do tricampeão Ayrton Senna e vice-campeão da GP2 nesta temporada, é trabalhar como titular na F-1 já em 2009.
Mas, enquanto a Toro Rosso não se decide, ele negocia com a Honda, que, por enquanto, só o enxerga como piloto de testes.
Há até um primeiro treino marcado com a Honda, na segunda semana de novembro, em Barcelona. A divulgação seria na próxima segunda, num evento que confirmaria a parceria do time com a Petrobras.
O evento, contudo, foi cancelado por pressão da Williams, parceira da estatal desde 1998, que alegou que nenhum anúncio pode ser feito até o fim do contrato, em 31 de dezembro.
Assim, o comunicado sobre o teste do piloto deve sair nos próximos dias -ou ainda hoje.
Na Toro Rosso, por ora, o discurso é de espera. "Estamos em negociações e não há nada decidido ainda sobre a dupla do ano que vem. Não há um prazo para o anúncio e não há pressa", disse Fabiana Valenti, assessora de imprensa da escuderia.
A equipe tem pelo menos uma vaga aberta para 2009, a de Sebastian Vettel, que será promovido para a co-irmã Red Bull. Mas podem ser duas, já que Sébastien Bourdais, que faz uma temporada fraca, ainda não tem contrato assinado.
Para evitar declarações que possam atrapalhar as negociações, Bruno tem se mantido distante da imprensa nesta semana. Não participou de eventos promocionais pré-GP e ontem não apareceu em Interlagos. Hoje, tem compromissos nas áreas VIP de seus principais patrocinadores. Entre um e outro, deve ir ao paddock.
Fato raro entre pilotos da GP2, a categoria-escola da F-1, Bruno conta com uma boa carteira de patrocínios: Embratel, Santander, Cavalera (marca de roupas), Carglass (reparo de vidros automotivos), Hublot (marca de relógios) e Hilton (rede de hotéis).
Pagar para correr é uma praxe na relação entre pilotos novatos e equipes pequenas da F-1. Para os estreantes, é uma aposta nos resultados, uma esperança de mostrar serviço e de conseguir uma vaga melhor no futuro. Para os times, uma maneira de levantar fundos.
Para esta temporada, o orçamento da Toro Rosso foi de aproximadamente US$ 115 milhões. Um piloto com possibilidade de levar 12% disso tem boa chance de obter uma vaga.
Bruno conta ainda com um forte apoio na cúpula do time. Sócio da equipe, majoritariamente controlada por Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, o ex-piloto Gerhard Berger é grande amigo da família Senna.
Mais: o austríaco foi o mecenas da estréia de Bruno no automobilismo. Foi ele que bancou, em 2004, a participação do piloto na F-BMW britânica, sua primeira experiência com monopostos. Depois, já com patrocinadores próprios, Bruno competiu na F-3 (2005 e 2006) e na GP2 (2007 e 2008).
Empurrada por motores Ferrari, a Toro Rosso, antiga Minardi, fez neste ano a melhor temporada de sua história.
No GP da Itália, com Vettel, conseguiu sua primeira pole position -e a primeira vitória. É hoje a sexta colocada no Mundial de Construtores, uma posição à frente da Red Bull.


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