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Bruno Senna dá US$ 14 mi para correr em 2009
Bancado por patrocinadores, sobrinho de Ayrton tenta
ser titular da Toro Rosso na próxima temporada de F-1
Atual piloto da GP2 ainda aguarda definições do mercado e se mantém distante da mídia durante GP decisivo em Interlagos
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
Bruno Senna, 25, ofereceu
US$ 14 milhões (quase R$ 30
milhões) à Toro Rosso para
correr pela equipe em 2009.
O objetivo do brasileiro, sobrinho do tricampeão Ayrton
Senna e vice-campeão da GP2
nesta temporada, é trabalhar
como titular na F-1 já em 2009.
Mas, enquanto a Toro Rosso
não se decide, ele negocia com a
Honda, que, por enquanto, só o
enxerga como piloto de testes.
Há até um primeiro treino
marcado com a Honda, na segunda semana de novembro,
em Barcelona. A divulgação seria na próxima segunda, num
evento que confirmaria a parceria do time com a Petrobras.
O evento, contudo, foi cancelado por pressão da Williams,
parceira da estatal desde 1998,
que alegou que nenhum anúncio pode ser feito até o fim do
contrato, em 31 de dezembro.
Assim, o comunicado sobre o
teste do piloto deve sair nos
próximos dias -ou ainda hoje.
Na Toro Rosso, por ora, o discurso é de espera. "Estamos em
negociações e não há nada decidido ainda sobre a dupla do ano
que vem. Não há um prazo para
o anúncio e não há pressa", disse Fabiana Valenti, assessora
de imprensa da escuderia.
A equipe tem pelo menos
uma vaga aberta para 2009, a
de Sebastian Vettel, que será
promovido para a co-irmã Red
Bull. Mas podem ser duas, já
que Sébastien Bourdais, que faz
uma temporada fraca, ainda
não tem contrato assinado.
Para evitar declarações que
possam atrapalhar as negociações, Bruno tem se mantido
distante da imprensa nesta semana. Não participou de eventos promocionais pré-GP e ontem não apareceu em Interlagos. Hoje, tem compromissos
nas áreas VIP de seus principais patrocinadores. Entre um
e outro, deve ir ao paddock.
Fato raro entre pilotos da
GP2, a categoria-escola da F-1,
Bruno conta com uma boa carteira de patrocínios: Embratel,
Santander, Cavalera (marca de
roupas), Carglass (reparo de vidros automotivos), Hublot
(marca de relógios) e Hilton
(rede de hotéis).
Pagar para correr é uma praxe na relação entre pilotos novatos e equipes pequenas da F-1. Para os estreantes, é uma
aposta nos resultados, uma esperança de mostrar serviço e de
conseguir uma vaga melhor no
futuro. Para os times, uma maneira de levantar fundos.
Para esta temporada, o orçamento da Toro Rosso foi de
aproximadamente US$ 115 milhões. Um piloto com possibilidade de levar 12% disso tem
boa chance de obter uma vaga.
Bruno conta ainda com um
forte apoio na cúpula do time.
Sócio da equipe, majoritariamente controlada por Dietrich
Mateschitz, dono da Red Bull, o
ex-piloto Gerhard Berger é
grande amigo da família Senna.
Mais: o austríaco foi o mecenas da estréia de Bruno no automobilismo. Foi ele que bancou, em 2004, a participação do
piloto na F-BMW britânica, sua
primeira experiência com monopostos. Depois, já com patrocinadores próprios, Bruno
competiu na F-3 (2005 e 2006)
e na GP2 (2007 e 2008).
Empurrada por motores Ferrari, a Toro Rosso, antiga Minardi, fez neste ano a melhor
temporada de sua história.
No GP da Itália, com Vettel,
conseguiu sua primeira pole
position -e a primeira vitória.
É hoje a sexta colocada no
Mundial de Construtores, uma
posição à frente da Red Bull.
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