São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Brasileiro fecha portas para os clubes menores

Luta de cinco grandes pelo título confirma previsibilidade dos pontos corridos

Enquanto na Europa e na Argentina times sem títulos nacionais lutam pelo topo nesta temporada, disputa no Brasil é imune a surpresa


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasileiro mais equilibrado da história dos pontos corridos é a maior prova de que, no novo formato de disputa do Nacional, não há espaço para times "pequenos" lutarem pelo título.
No exterior, clubes que jamais foram campeões em seus países surpreendem nesta temporada e ameaçam as equipes mais tradicionais, casos de Udinese (Itália), Villarreal (Espanha), Hoffenheim e Bayer Leverkusen (Alemanha), Groningen e Twente (Holanda) e Tigre (Argentina), por exemplo.
Com a disputa deste ano limitada agora mais claramente a cinco times, o cenário aponta para um bicampeão (Cruzeiro), um tricampeão (Grêmio), um pentacampeão (Flamengo, segundo a CBF, e Palmeiras) ou um hexacampeão (São Paulo).
Desde o início dos pontos corridos, apenas times grandes do país disputaram até o fim com chances reais o título do Nacional. O Cruzeiro não tinha o título do Brasileiro até 2003, mas já colecionava conquistas nacionais, como a Taça Brasil e a Copa do Brasil. O Atlético-PR, em 2004, disputou o título e o perdeu já com uma estrela de campeão brasileiro no peito.
A classificação do Brasileiro deste ano mostra, após 32 rodadas, o primeiro time sem título do Nacional na nona colocação -o Vitória. Dos seis clubes sem taça do Brasileiro, quatro lutam contra o rebaixamento.
O ""lanterninha" da disputa e grande candidato ao descenso é o Ipatinga, caçula na elite, que tem apenas 28 pontos. Enquanto isso, na Inglaterra, o Hull City surpreende e disputa vaga na Copa dos Campeões.
""Todas as equipes têm feito bons trabalhos, o futebol está bastante nivelado. Não acho que será surpresa nenhuma se uma equipe de menor porte chegar na reta final do Brasileiro e ficar com o título. O São Caetano chegou duas vezes e quase venceu", falou Alex Mineiro, atacante palmeirense que brilhou na única taça nacional do Atlético-PR, em 2001.
Porém Atlético-PR e São Caetano decidiram aquele ano o Brasileiro no sistema de mata-mata, que permite mais surpresas. Desde então, Cruzeiro, Santos, Corinthians e São Paulo (duas vezes) ficaram com o troféu mais importante do país.
Nos pontos corridos no Brasil, não é raro um time pouco cotado assumir a ponta nas rodadas iniciais, fato que aconteceu com o Náutico neste ano após duas rodadas, mas na reta final dos Brasileiros de 2003 para cá só times com títulos nacionais disputaram o título.
O Criciúma chegou a liderar a disputa e cair. A Ponte Preta também já ponteou por várias rodadas o Nacional, mas sucumbiu no meio do caminho e hoje está na Série B. O Guarani, que se orgulha por ser ""o único campeão brasileiro do interior" (ganhou o Brasileiro-1978), luta atualmente para sair da C.
Caso o São Paulo conquiste neste ano o Nacional, será a primeira vez na história do campeonato que um clube ficará com a taça por três anos seguidos, algo mais difícil de ocorrer em torneios com mata-mata.


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