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Rio-2016 pede R$ 300 mi extras
Governo solicita ao Congresso verba para o orçamento do Ministério do Esporte ainda em 2009
Recursos serão utilizados em um novo autódromo, na implantação de laboratório antidoping e na preparação de atletas de alto rendimento
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O governo federal já encaminhou a primeira liberação de
verba para a Olimpíada de
2016. Foram pedidos ao Congresso R$ 300 milhões extras
para o orçamento do Ministério do Esporte, ainda para este
ano. O anúncio foi feito pelo
ministro Orlando Silva Jr., antes de reunião com o COI (Comitê Olímpico Internacional).
A informação foi dada à direção da entidade no seminário
no Copacabana Palace para
mostrar progresso da organização. O dinheiro iniciará projetos dos Jogos e mais do que dobrará o valor disponível para o
esporte de alto rendimento.
"Parte pode ser usada neste
ano e parte no ano que vem. Faz
parte do orçamento geral dos
Jogos", explicou Silva Jr., titular da pasta do Esporte.
O orçamento total da Olimpíada é de US$ 14,3 bilhões (R$
28,6 bilhões, considerada a paridade de R$ 2 para US$ 1 que
tem sido usada pelo governo).
O projeto de lei com a primeira liberação de verba foi entregue no dia 13 de outubro à
Câmara, diz o ministério. Mas
não há data prevista de aprovação. Do total reivindicado pela
pasta, R$ 180 milhões serão
usados para o projeto executivo
do COT (Centro de Treinamento Olímpico), para a construção de um novo autódromo
no Rio, para a implantação de
laboratório antidoping e para
custeio do comitê dos Jogos.
A princípio, devem ser repassados R$ 15 milhões para a organização da Rio-2016. Esse valor seria para o custeio de janeiro e fevereiro. Sobras da candidatura também devem ser dadas ao comitê até o final de ano.
Em relação ao COT, o dinheiro deve ser o suficiente apenas
para fazer o estudo e o projeto
executivo e lançar uma licitação, sem iniciar obras em 2010.
O investimento em relação a
antidoping deve ser feito no laboratório Ladetec, na Universidade Federal do Rio de Janeiro,
segundo o ministério.
Sobre a APO (Autoridade Pública Olímpica), que tocará as
obras dos Jogos, o secretário de
Esporte de Alto Rendimento
do ministério, Ricardo Leyser,
disse que já há uma formatação
jurídica para o organismo, mas
sem dizer como funcionará.
O novo autódromo será bancado porque foi um compromisso de órgãos públicos com
cartolas do automobilismo para a construção do Parque
Olímpica na Barra da Tijuca,
onde era a pista carioca.
"A primeira liberação [de
verba] é para ficarmos tranquilos no primeiro semestre de
2010", declarou Leyser.
O restante do dinheiro, R$
120 milhões, será destinado ao
desenvolvimento dos atletas de
alta performance. Esse montante representa quase o dobro
do dinheiro oriundo da Lei Piva, que o COB recebe anualmente para bancar o esporte
olímpico brasileiro, em total de
cerca de R$ 70 milhões.
O comitê vai receber parte
desse dinheiro extra. Mas Leyser disse que também serão feitos investimentos diretos. "Pode haver ações diretas e serão
vários convênios, com o COB,
prefeitura, em projetos de alto
rendimento. Depois vamos ver
o dinheiro para a base."
O COB quer centralizar as
ações para transformar o Brasil
em potência olímpica. O governo, entretanto, pretende participar de decisões, cobrar metas
e investir de forma direta.
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