São Paulo, sábado, 31 de outubro de 2009

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Rio-2016 pede R$ 300 mi extras

Governo solicita ao Congresso verba para o orçamento do Ministério do Esporte ainda em 2009

Recursos serão utilizados em um novo autódromo, na implantação de laboratório antidoping e na preparação de atletas de alto rendimento

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O governo federal já encaminhou a primeira liberação de verba para a Olimpíada de 2016. Foram pedidos ao Congresso R$ 300 milhões extras para o orçamento do Ministério do Esporte, ainda para este ano. O anúncio foi feito pelo ministro Orlando Silva Jr., antes de reunião com o COI (Comitê Olímpico Internacional).
A informação foi dada à direção da entidade no seminário no Copacabana Palace para mostrar progresso da organização. O dinheiro iniciará projetos dos Jogos e mais do que dobrará o valor disponível para o esporte de alto rendimento.
"Parte pode ser usada neste ano e parte no ano que vem. Faz parte do orçamento geral dos Jogos", explicou Silva Jr., titular da pasta do Esporte.
O orçamento total da Olimpíada é de US$ 14,3 bilhões (R$ 28,6 bilhões, considerada a paridade de R$ 2 para US$ 1 que tem sido usada pelo governo).
O projeto de lei com a primeira liberação de verba foi entregue no dia 13 de outubro à Câmara, diz o ministério. Mas não há data prevista de aprovação. Do total reivindicado pela pasta, R$ 180 milhões serão usados para o projeto executivo do COT (Centro de Treinamento Olímpico), para a construção de um novo autódromo no Rio, para a implantação de laboratório antidoping e para custeio do comitê dos Jogos.
A princípio, devem ser repassados R$ 15 milhões para a organização da Rio-2016. Esse valor seria para o custeio de janeiro e fevereiro. Sobras da candidatura também devem ser dadas ao comitê até o final de ano.
Em relação ao COT, o dinheiro deve ser o suficiente apenas para fazer o estudo e o projeto executivo e lançar uma licitação, sem iniciar obras em 2010.
O investimento em relação a antidoping deve ser feito no laboratório Ladetec, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, segundo o ministério.
Sobre a APO (Autoridade Pública Olímpica), que tocará as obras dos Jogos, o secretário de Esporte de Alto Rendimento do ministério, Ricardo Leyser, disse que já há uma formatação jurídica para o organismo, mas sem dizer como funcionará.
O novo autódromo será bancado porque foi um compromisso de órgãos públicos com cartolas do automobilismo para a construção do Parque Olímpica na Barra da Tijuca, onde era a pista carioca.
"A primeira liberação [de verba] é para ficarmos tranquilos no primeiro semestre de 2010", declarou Leyser.
O restante do dinheiro, R$ 120 milhões, será destinado ao desenvolvimento dos atletas de alta performance. Esse montante representa quase o dobro do dinheiro oriundo da Lei Piva, que o COB recebe anualmente para bancar o esporte olímpico brasileiro, em total de cerca de R$ 70 milhões.
O comitê vai receber parte desse dinheiro extra. Mas Leyser disse que também serão feitos investimentos diretos. "Pode haver ações diretas e serão vários convênios, com o COB, prefeitura, em projetos de alto rendimento. Depois vamos ver o dinheiro para a base."
O COB quer centralizar as ações para transformar o Brasil em potência olímpica. O governo, entretanto, pretende participar de decisões, cobrar metas e investir de forma direta.


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